Querida,
Se eu algum dia eu pudesse falar como te amei e continuo a te amar, se pelo menos pudesse te encontrar e dizer tudo aquilo que sempre senti, penso que minha vida seria bem diferente!
Foram os desencontros do destino que mudaram os nossos caminhos e permitiram a chegada da saudade interminável.
Os primeiros dias sem te ver, foram dias sem anoitecer, pois não conseguia dormir em paz; andava, perambulava em meu quarto, amargurado e triste.
Depois vieram dias melhores, mas sem esquecimento, e por isso continuo trazendo no coração as mais lindas lembranças dos momentos felizes de amor.
Hoje, depois de anos passados, ainda penso em ti.
Foi caminho sem volta, foi barco que se perdeu no mar, mas se queres saber da verdade: ainda continuo a te amar.
A casa que moramos não é mais pintada de branco, agora é verde, da esperança que não posso deixar morrer em minhas noites de sonhos.
No nosso quarto, ainda mantenho uma cama de casal, vazia do outro lado, guardada, iluminada pelo luar que pela janela aberta teima em entrar.
Hoje ainda me resta esperar. Afinal tu não estás morta e quem sabe pela mesma porta que saiu poderás entrar.
A porta destrancada, a cama desarrumada e o velho violão te esperam.
Precisamos matar a saudade dos tempos de felicidade que vivemos em nosso amor viajante, verdadeiros momentos de amantes que jamais serão esquecidos.
Volta querida!
Te amo e te amo!
06/11/2006
Paulo M. Bernardo |