“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente” (Gênesis, 2: 7).

“Tudo o que tinha fôlego do espírito de vida em suas narinas, tudo o que havia na terra seca, morreu” (Gênesis, 7: 22). Além disso, Moisés teria dito que “a vida de toda carne é o seu sangue” (Levítico, 17: 14); porque, esgotado o sangue, o animal não permanece vivo.



Estudiosos do aramaico afirmam que “ruach” é a palavra empregada como “fôlego da vida” em Gênesis, 2: 7 e em vários outros lugares onde é traduzida para “espírito”. Os tradutores é que a vertem para fôlego ou espírito, segundo suas conveniências, segundo suas interpretações. Semelhantemente, “pneuma” do grego é “ar”, é “fôlego”, é “espírito”. De igual forma, “spiritu” do latim é também “ar”, “fôlego”, “espírito”. Em nossa língua neolatina “espirar” significa “respirar”; “expirar” é “soltar o ar”, (ex=para fora) pôr o espírito para fora.



O escritor do Gênesis não pensava como os cristãos. Ele apenas imaginava que Yavé tivera criado um homem do pó da terra e soprado em suas narinas, ao que aquele ar passou a entrar e sair, tornando-o “alma vivente”. A palavra “nefesh”, equivalente ao latim “anima” (ánima), significa ser vivo, que movimenta; donde o nosso termo “animal”. A evolução para o português a tornou “alma”. O autor do Gênesis escreveu assim, porque sabia que, se o homem parar de respirar, morre.



Mas a assimilação de idéias diversas de outros povos transformou o homem em um complexo composto de duas ou três entidades distintas, donde veio a expressão “corpo, alma e espírito”.



Os hebreus antigos não conheciam a teoria da reencarnação, nem imaginavam que um dia fossem ter oportunidade de viver mais uma outra vida (ressurreição). Mas alguns povos criadores da teoria da reencarnação são mais antigos do que eles, e todas as idéias vão se globalizando aos poucos. O Cristianismo criou ou assimilou de alguém a idéia de ressurreição e uma vida eterna, que é muito atraente para o religiosos. Para melhor entender esses detalhes, leia A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS; O SUCESSO DE JESUS CRISTO e REENCARNAÇÃO NÃO É DOUTRINA BÍBLICA.



“Oxalá me escondesses no Seol, e me ocultasses até que a tua ira tivesse passado; que me determinasses um tempo, e te lembrasses de mim!. Morrendo o homem, acaso tornará a viver? Todos os dias da minha lida esperaria eu, até que viesse a minha mudança. Chamar-me-ias, e eu te responderia; almejarias a obra de tuas mãos. Então contarias os meus passos; não estarias a vigiar sobre o meu pecado; a minha transgressão estaria selada num saco, e ocultarias a minha iniqüidade. Mas, na verdade, a montanha cai e se desfaz, e a rocha se remove do seu lugar. As águas gastam as pedras; as enchentes arrebatam o solo; assim tu fazes perecer a esperança do homem. Prevaleces para sempre contra ele, e ele passa; mudas o seu rosto e o despedes. Os seus filhos recebem honras, sem que ele o saiba; são humilhados sem que ele o perceba. Sente as dores do seu próprio corpo somente, e só por si mesmo lamenta (Jó, 14: 13-22).



É essa uma realidade percebida pelo escritor bíblico: SEM AR ENTRANDO NOS PULMÕES ou SEM SANGUE, nenhum ser animal tem vida, estando eliminado do mundo dos vivos. Os primeiros escritores bíblicos sabiam que a vida está aí. Só posteriormente, assimilaram a idéia de que existe vida fora do corpo.