O caipira casou-se e, após a cerimônia, levou a noiva para a lua-de-mel sentada num burrico. Ele ia à frente, guiando o animal. Num dado momento, o burro empacou. E burro quando empaca, já se sabe, não sai do lugar nem que... Mas o caipira, tranqüilamente, chegou junto à orelha do bicho e disse:
_ Um
O burrico (impressionante!) tornou a caminhar. Mais à frente, porém, o burro empacou novamente. Outra vez o caipira chegou juntinho ao animal e cochichou:
_ Dois
O burro voltou a andar. Andou, andou, andou e, travêis, empacou. O caipira, calmamente, foi ao ouvido do bicho e disse:
_ Três
O animal, como das outras vezes, prossegue a caminhada até que, de repente, empaca de novo. O caipira chega junto à cabeça do bicho, com a espingarda retesada, e dá-lhe um tiro certeiro. A noiva, revoltada com o que presenciara, começa a xingá-lo:
_ Mas o que você fez? Como você tem coragem de matar um animal assim desse jeito? Você está louco? Blá, blá, blá, blá, blá...
O caipira, pacientemente, volta-se para ela, chega pertinho de seu ouvido e sussurra:
_ Um
Janete Santos
* Esta anedota ouvi de um evangelista que comentava a intolerância humana em relação ao próximo, por questões muitas vezes banais, ao lembrar a resposta que Jesus deixou ao ser inquirido pelos apóstolos sobre quantas vezes por dia se deve perdoar o irmão: até sententa vezes sete [se preciso for]!
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