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Discursos-->O Exemplo da Argentina -- 11/03/2004 - 12:45 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

ACORDA, BRASIL
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

O Brasil tem muito que aprender com os seus vizinhos. Principalmente com a Argentina. Os portenhos já descobriram, há tempos, que o Fundo Monetário Internacional (FMI) não está interessado em ajudar ninguém. Não passa de uma instituição que defende os interesses dos agiotas internacionais. Dentro das “leis de mercado”. Leis que apontam no sentido do lucro e da exploração das nações endividadas.

De que adianta pagar – rigorosamente em dia - os juros exorbitantes, se a população brasileira está morrendo de fome? Sem emprego, sem moradia, sem escolas públicas de boa qualidade, sem segurança e sem perspectivas futuras?

Para manter a suposta credibilidade junto à comunidade financeira? E continuar, indefinidamente, neste ciclo vicioso de endividamento e subserviência ao capital estrangeiro? Que há mais de dez anos vem sendo praticado e que, por isso mesmo, já deu mostras de sua inutilidade e inviabilidade?

Que regras são essas, que nos são impostas pelo FMI, que não permitem que façamos investimentos em energia, por exemplo, a fim de que possamos transformar o milagre prometido em retomada do crescimento econômico?

O Brasil está com suas estradas esburacadas. Não há recursos para investimentos, de modo geral: pesquisas científicas, saneamento básico, absorção e desenvolvimento de novas tecnologias de ponta, qualificação de pessoal...

Desse jeito, não se pode pretender ganhar novos mercados internacionais. Sem agregar valor aos nossos produtos, não é possível competir em igualdade de condições com outros países, e ganhar mais com exportações de produtos industrializados. . Precisamos deixar de ser o país meramente exportador de grãos e matérias primas. Para que possamos aumentar nossos ganhos.

Não é por outra razão que metade de nossos municípios não possuem redes de esgotos. Saneamento básico. O que traz, como resultado imediato, as doenças e os custos hospitalares. Nossa rede de energia aguarda investimentos da ordem de 12 bilhões, para atender à demanda mínima. Corremos, portanto, o risco do apagão.

O governo não tem dinheiro. Nem programas e nem políticas de longo prazo. Nossa indústria de base está parada. Só a movimentação no Sistema Financeiro. Que produz papel. Os bancos estão com os bolsos cheios. E o povo, desempregado, com os bolsos vazios.

Enquanto isso, os políticos pensam nas próximas eleições. E não se dão ao trabalho nem de apurar os escândalos que pipocam a todo instante. Que denigrem a imagem do país no exterior.

Nossa carga tributária é uma das mais altas do mundo. O índice de sonegação, idem. A maioria dos trabalhadores não possuem carteira assinada. Grandes empresas não recolhem as contribuições à Previdência. E os paraísos fiscais estão cheios de dólares ilegais. Vivemos a epidemia das CPI’s. Mas o governo não gostar de apurar escândalos. Principalmente perto de eleições. E, quando se apura, não se chega aos resultados esperados: e prisão dos culpados. E a impunidade prevalece.

O Estado está sendo desmantelado. O servidor público, há mais de dez anos, não tem seus salários reajustados, conforme determina a Constituição. O sistema do mérito, está sendo substituído pela febre da “terceirização”. Que além de onerar os cofres públicos, atende aos interesses políticos na hora de “beneficiar” os simpatizantes dos que ocupam o poder, contratando gente via empresas prestadoras de serviços. Com fins meramente eleitoreiros. Sem falar na falta de compromisso dessas pessoas com a nação, como um todo.

Mas o dólar continua na berlinda. Sobe e desce, ao sabor das conveniências políticas e econômicas; ajudado pelos juros altos. Que caem devagar. E o dólar, subindo ou descendo, sempre fica situado bem acima de nossa moeda. Duas ou trÊs vezes mais. Sempre.

Não tem saída. A menos que todos os devedores do FMI se juntem à ousadia da Argentina. E diminuam o pagamento dos juros, pelo menos. Até que possamos crescer e pagar, de uma vez, esta dívida tantas vezes pagas com o suor e o sangue dos brasileiros.

11 de março de 2004

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