Caro ZPA:
Acabo de me lembrar de um programa kitsch que
vi na TV5. Chamava-se Euroland. Nele,uma miríade
de artistas, roqueiros, atores e comediantes de todos os países do Euro, da Inglaterra e do Quebec
se reuniam numa espécie de mesa redonda & gargalhante.
Fantasiados de um personagem de seu país, ao se apresentar, eles cantavam e dançavam num frenesi.
Então, a bela moça grega veio vestida de Europa (a avó do Minotauro, explicou ela),
o sueco, de Eric O Vermelho, o Português foi de Vasco da Gama, etc e tal.
Logo, Eric Le Rouge e Vasco da Gama disputaram pela descoberta da América: portugueses X vikings.
O programa prosseguiu, coalhado de caras e caretas duma comediante de um metro e meio chamada Mimi, algodão doce, brinquedos de parque de diversões e outras palhaçadas. Lá pelas tantas, eis que surge uma personificação do Euro, uma moedinha que se assemelhava a um personagem de
história em quadrinhos. Saltitante e tilintante feito moeda sonante, o Euro aparecia na tela enquanto políticos de vários partidos tentavam desesperadamente calcular quantos Euros são trezentos francos. Daí por diante, até o fim do programa, o fetichismo da moeda comeu desembolado.
O final foi uma orgia de alegorias nacionais em torno das estrelinhas do Euro. Só faltou alguém vestido de moedinha ou jogando dinheiro para organizar o movimento, orientar o carnaval.
Quem diria que os avós desses palhacinhos passaram o século passado todo se descabelando?
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