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cronicas-->Pintaram os Sete Num Rosto Inocente(Corrigida) -- 02/06/2013 - 17:08 (Luciana do Rocio Mallon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pintaram os Sete Num Rosto Inocente

Em 1995, eu fazia curso de Auxiliar de Escritório, onde existiam muitas matérias interessantes como: Datilografia, Matemática Financeira, Arquivo, Psicologia do Trabalho e Imagem Pessoal.
Nesta turma havia uma colega com a qual eu me identificava bastante, vamos chama-la aqui de Odara, pois assim como eu, ela também se sentia diferente.
Esta minha amiga era um tanto rústica, um pouco obesa, usava cabelos curtos e detestava maquiagem quanto roupas femininas. Algumas pessoas maldosas cochichavam, pelos cantos, que a garota era lésbica. Mas, como não tenho preconceito, nem dei bola para aqueles comentários ridículos.
A última matéria que vimos foi a de Imagem Pessoal e lá, pelas tantas, a professora decidiu ensinar o nó da gravata para os meninos e arte da maquiagem para as meninas. Assim, a mestra disse, com um estojo de pintura nas mãos:
- Preciso de uma voluntária aqui.
Odara exclamou:
- Nunca passarei maquiagem no meu rosto!
A professora apontou para ela e exclamou:
- Pronto!
- Já achamos uma voluntária!
- Por favor, venha perto de mim !
Desta maneira, a mestra passou pó, base, lápis, sombra e outros cosméticos no rosto de Odara. Cada vez que esta menina levava uma pincelada, seus olhos ficavam cada vez mais vermelhos.
Após a pintura acabar, todos bateram palmas para a aluna. Porém Odara, desesperada, saiu correndo até o banheiro. Então, eu fui atrás da minha colega, que me explicou soluçando:
- Nunca fui tão humilhada na minha vida!
- Odeio maquiagem e roupas femininas!
- Não me sinto mulher, porque nunca fui do gênero feminino. Pois, isto é apenas uma expressão que consta na minha carteira de identidade e nada mais.
- Agora, com esta pintura, parecem que colocaram a máscara do fantasma da hipocrisia na minha cara.
Após estas palavras ajudei a minha amiga a retirar a maquiagem do rosto, lavando a sua face com água e sabão.
Com certeza, a professora errou em não respeitar o estilo da aluna.
Alguns dias atrás, vi Odara na rua, com seu mesmo jeito: cabelos curtos, boné, camisa larga, calça de skatista e com um sorriso no rosto. Desta maneira, ela me olhou e disse:
- Obrigada por me ajudar naquele dia fatídico, onde pintaram os sete na minha cara.
Luciana do Rocio Mallon





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