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cronicas-->1888 - Achei o Certina -- 26/05/2013 - 18:54 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Inho, tudo bem? Oi Mãe, estou bem e aí... Escute aqui, ontem eu quase te liguei, você está nervoso. Ué, por que... É que eu estava lendo o jornal e vi o que escreveu sobre o relógio, o presente do seu pai, não cuidou direito, não é isso? É Mãe, agora não adianta mais, perdi ele. Então, escute bem, ele está comigo. Há muito tempo você pediu para eu guardar, ainda lembro bem como falou – Ô Mãe, guarde pra mim. Estava indo para São Paulo, ou já tava lá, não sei muito bem. Deixou para eu guardar e eu guardei todos esses anos. Ai meu Deus, eu pensava, ninguém pode pegar, escondia tanto...
Não acredito Mãe, estou indo aí para pegá-lo, já já tô aí. Puxa vida, porque não me falou antes. Ah, não sei, mas me deu até batedeira quando li o jornal. Porque o Jairinho tá nervoso, se ele deixou para eu guardar, será que ele não se lembra, também faz tempo. Até em baixo da cama eu escondia, quando saía. Tá tá Mãe vou almoçar com a senhora, uma e meia eu chego. Almoçar, franguinho frito tá bão demais, guarde o relógio, não deixe ninguém pegar.
Desliguei, achei o Certina; não gritei, mas quase. Pensei na confusão que fiz com a Edna por causa de tudo isso, até já leram. Nem vou falar para ela, só quando eu mostrar o tarzinho.
Terminei as coisas e estrada, meio atrasado e ansioso. Cheguei e cadê, cadê – Nããooo, olha ele aqui, quanto tempo e a senhora guardou, devia ter me falado. Ah, pensava comigo, um dia ele vai lembrar. Aí ontem, pegue e guarde. Tirou um peso da minha cabeça.
Todos esses anos guardado deixou ele meio baleado, espero que uma restaurada deixe-o como novo, eu remocei uns anos só pela alegria da quinta-feira. Guardei bem embrulhado no saquinho e coloquei no bolso, daqui ninguém tira mais. Almocei, rememorando o relógio, ouvindo a Dona Cida contar mais detalhes – Seu pai comprou lá na Vila Mariana, em São Paulo, você deveria ter uns doze ou treze anos, lembra. Delícia de almoço e o relógio no meu bolso. Toca o celular, falei Oi e passei para minha Mãe, quando, entre outros papos, contou para a Edna. Pronto, tive que explicar um monte, de novo, sobre a confusão dos relógios, deixa de lado. Desci à praça fazer uns joguinhos e depois São Paulo. Mostrei o relógio, que ela nunca viu, claro. Ouvi mais um pouco e pedi – Leve ao Shopping, naquele cara dos relógios, peça para ele limpar, etc e tal. Surreal, mas legítimo, nem acredito e neste domingo, vinte e seis de cinco de treze, divido com todos – Achei o Certina!!
 

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