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Infanto_Juvenil-->PRINCESA TEM QUE BRILHAR -- 27/05/2007 - 18:19 (Cheila Fernanda Rodrigues) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PRINCESA TEM QUE BRILHAR

Era uma vez, num reino muito distante, uma garota (linda que só ela!) que vivia num palácio. Mas não era um palácio comum, nem a garota – a princesinha Nalê. Dona de grande beleza, como toda princesa de conto de fadas tem que ter, ela cativava a todos com sua simpatia e inteligência. Tinha um conhecimento bastante vasto, mas não era esnobe, o que lhe permitia ter conversas agradáveis, sem chatices.

O palácio possuía muitos cômodos, como todo palácio, mas dentro de cada um, a mobília era outra. Havia muitos quartos, cada qual com sua mobília: a da felicidade, a da harmonia, a do encantamento, a da brincadeira, a da compaixão, a do altruísmo, a do enriquecimento pela leitura e a do compromisso consigo mesmo. As mobílias da sala: a da alegria, a dos jogos de bem viver, a da arte que é fundamental à vida, a da amizade e a da paz. Nessa última, a princesinha adorava estar. Nunca se cansava de admirar tudo e saía dali muito bem, pronta para fazer suas tarefas. E quando a família ali se reunia, tudo era maravilha. Na sala de refeições, havia a mobília da calma e moderação. Na cozinha, era a do amor e cada refeição ia para a mesa com um sabor inigualável.

Havia também um imenso jardim que dava para um bosque. Tudo era cor e magia. Ali havia uma trilha para caminhada, era a trilha de se conhecer, de caminhar para dentro de si mesmo. Respirava-se um ar diferente, um ar puro que entrava nos corpos e os energizava, levando-os a reflexões e conseqüentes descobertas de como o corpo de cada um era perfeito, abençoado e privilegiado.

Foi nesse cenário que Nalê foi tecendo sua vida até um dia em que apareceu um príncipe encantado e ela se foi com ele para bem longe do seu palácio. Como não era de mimos, porque seu palácio, como já dissemos, era diferente, ela não estranhou de tanto trabalhar nem de descobrir que o seu príncipe não era encantado, ainda mais que dois seres lindos ganharam vida pela vida dela. Ela deixou sua casinha linda, mas não tinha a mobília do palácio, e muitas vezes era difícil sua caminhada. Além do emprego que foi necessário arrumar, ela se estafava até altas horas da noite para manter a casa, deixar tudo em ordem, lavar as poucas roupinhas das crianças para que estivessem limpas e bonitas no dia seguinte. Era muito cansaço, mas ela achava que valia a pena.

Girando nessa roda-viva, a princesinha Nalê foi passando seus dias numa luta intensa que levava muito de sua energia, mas não da beleza. Mesmo com o passar dos anos, ela continuava com o mesmo corpo delicado, a mesma tez azeitonada, os mesmos olhos expressivos – se bem que tristes. Ah! Só eles davam conta das agruras pelas quais passava! Ora estavam molhados de chorar, ora tristonhos, ora embaçados pela falta de viço interior.

Abriu-se um novo capítulo na história da princesa: o casamento desfeito. Isso provocou muito sofrimento e mágoa pesando feito chumbo.Nalê, sem conseguir se desvencilhar da dor, começou buscar novos rumos. Lembrava-se freqüentemente do caminho do bosque de seu palácio e, mesmo sabendo que o reino estava há muitas e muitas léguas dali, começou a procurá-lo, num trabalho de paciência e perseverança. Porém a demora, muitas vezes, a fazia sentir-se derrotada, ainda mais que o corpo estava debilitado da batalha de anos equilibrando-se no fio da navalha, o que lhe deu muitos cortes pelo corpo e incisões profundas na alma.

Nessa busca, um dia a princesa ouviu, lá no fundo de suas lembranças, um trecho de uma canção. Em sua juventude, passeando pelo bosque, sempre que um frio maior lhe tocava, por dentro ou por fora, um pássaro lhe cantava uma canção encantada e ela sabia que tudo de ruim ia embora. Isso lhe deu um fôlego tão grande que cantou de todo o coração e, em seguida, gritou bem alto:
_ Sou princesa! Pertenço a um palácio de conto de fadas onde existe tudo para eu ser feliz. Esta minha história VAI terminar bem. Ora se vai! E é JÁ!

Ao enunciar essas palavras, Nalê já estava novamente vestida como princesa, tendo um vestido ricamente bordado com pedrarias de felicidade, harmonia, saúde e uma coroa tremeluzindo pedrinhas preciosas de paz. E não estava só, estava de mãos dadas com seus filhos e um grupo de sua corte, comungando da mesma riqueza e cantando um cântico novo. Era o cântico da fraternidade que deixa fora da roda todos os sons que não se harmonizaram e dá condições – a cada um – de viver a grande aventura de princesa (e príncipe) que é: tomar a vida como o milagre de cada dia.
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