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cronicas-->1888 - Certina -- 19/05/2013 - 15:51 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Certina, tirado do latim Certus, que significa certeza, certo e é uma marca de relógio do grupo fabricante Certina Kurth Frères, fundado em mil oitocentos e oitenta e oito. No início do século passado a marca foi utilizada pela primeira vez, quando os fundadores Adolf e Alfred Kurth a escolheram para chamar seus relógios e depois a tornaram marca exclusiva para exportação. Isso tudo lá em Grenchen, município no cantão de Solothurn, Suíça.
E daí. Só para chegar aos dias de hoje, quando estamos Eu e a Edna buscando saber, discutindo mesmo, onde foi parar um relógio dessa marca, meu primeiro relógio, presente de meu pai, em sessenta e sete. Certeza de nunca mais o acharmos e já não é a primeira vez que eu entro nessa fixação. Naquela época já existiam as marcas japonesas, que eu esperava ganhar, porém meu pai, na sabedoria dele, optou por uma marca suíça de tradição. Vocês acham que eu entenderia isso, jamais.
Uma lembrança do uso é dentro da igreja; eu olhando para ele, pulseira de aço larga e por cima de uma blusa. Não era uma missa, uma reza sim; olhei mil vezes até acabar a oração e saí pela praça mostrar pros outros. Coisa de criança, claro. Talvez de agora também, não têm ideia do quanto eu queria tê-lo neste momento, apesar de estar olhando para dois relógios da mesma marca. Fui acordar para a importância do presente e do relógio, quando viajei a Suíça, um evento de negócios e fiquei um dia em Zurique. Numa daquelas imensas lojas, um canto da marca me chamou a atenção e disse ao meu sócio – Olha, ganhei um relógio desses do meu pai e vou comprar um para meu filho. Comprei e mais um para mim.
Pois é, então, contudo, etc e tererê... Em vez de ficar alegre, fiquei macambúzio, não vendo a hora de chegar em casa procurar aquele relógio, aquele. Não encontrado, virou lembrança.
Uns vinte dias atrás, comprei outro relógio da marca, visto numa loja de shopping aqui em São Paulo. Ontem, passei pela mesma loja e quase comprei outro, resisti e disse-me – Fica para outro dia. Certina certeza que estou querendo expiar minha culpa, por não ter cuidado o tanto do meu primeiro relógio. Quero ver se encontro um parecido.
Sempre tive só o relógio de uso; passei por Seiko, Orient e por muito tempo um Citizen, cronômetro, que servia também para medir o tempo das minhas andadas pelas ruas, exercício necessário. Este comprei na Rua Vinte e Quatro de Maio, centro de São Paulo, o tenho guardado e até pedi para trocar a bateria, vamos ver se ele funciona ainda.
Dá até vergonha dizer o que estou olhando; são dezessete relógios de pulso, diferentes marcas, que foram aparecendo ultimamente na minha vida. Se eu tivesse uma explicação, eu explicava e se tivesse uso seria mais fácil até. Já usei todos, uns mais que outros. Alguns ganhei, comprei outros. Eles não estão mais baratos, estão por toda parte e com facilidades de compra. Viajei duas vezes para fora do país e fui cooptado por eles. Leve este e aquele, olha que baratinho. Vi cada um com cada preço, de joias, o que são mesmo.
Expiando a culpa estou usando só os Certinas, os demais guardados na gaveta: Fossil, Diesel, Daxx, Empório Armani, Bulova, Swatch, Orefici, como se fizessem diferença na nossa vida, a não ser medir o tempo dela. Experimente trocar de braço e verá um incômodo a te incomodar por um tempo até o costume tomar conta, dinâmica de treinamentos.
Se eu já tivesse nascido com um relógio de pulso, ele já teria marcado mais de quinhentas mil horas, minutos nem falo e fico por aqui, neste domingo, dezenove de cinco de treze, olhando o relógio e os minutos que faltam para o jogo decisão Santos x Corinthians... Ah, pois não, são três e quarenta da tarde.
 

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