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cronicas-->Esplanada dos Ministérios -- 11/05/2001 - 13:40 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Esplanada dos Ministérios em Brasília, parece pacata. Seria uma avenida comum não estivessem lá certos endereços importantes. Centro do poder, tem seu charme mesmo quando limpa. Presta-se bem a documentários grandiloquentes sobre o planalto central, coração do Brasil e coisas do gênero.

Limpa que eu digo, é com a área central vazia, apenas o gramado bem cuidado e umas poucas árvores. Inicia com a catedral, depois os ministérios enfileirados como pedras de um dominó, uma fileira de cada lado. Entre uma fileira e outra, um espaço gramado enorme. No final, um palácio de cada lado e ao fundo a Praça dos Três Poderes. Coisa de cartão postal, de ilustração em livro de geografia. Limpa assim, parece organizada, poderosa. E é mesmo. Mais poderosa que organizada, é verdade. Limpa assim, mostra o poder, o formalismo das fileiras de ministérios, como se estivessem em ordem unida.

Felizmente, nem sempre é assim. De tempos em tempos a Esplanada é assaltada pelo povo. Quem diria? Outro dia estava cheia de cruzes, milhares delas, lembrando mortes em acidentes. De um dia para outro a Esplanada se transforma. Quase todo dia.

Papa, presidente, rei, papai Noel, rei momo, autoridades de todos os escalões, nacionais e importadas. Bandeiras, bandeirolas, escolares com bandeirinhas. Fogos de artifício ou bombas de lacrimogêneo. Descamisados e engravatados. Sem terra do MST, sem cabeça de origens diversas, com terra da UDR. Quadras de tênis ou camarotes de carnaval fora de hora. Presépio ou acampamento. Já teve de tudo e muito mais há de haver. Canhões, bombas de gás, cavalos, cassetetes, urutus - no plural que não são de andar sozinhos - estes não precisa repetir. Circo, trio elétrico, tri, tetra, ouro, prata e bronze, campeões em carros de bombeiros. Enterros em carros de bombeiros. Caravanas locais e importadas. Discursos, muitos, de autoridades ou gaiatos. Cruzes, balões de gás. Cardeal, bispos e freirinhas, toda a hierarquia. Festas, reclamações, passeatas, procissões.

A esplanada se presta bem às multidões de todos os tipos, mesmo as de aluguel que não raro engordam caravanas de reclamantes variados que por lá passam ao longo do ano. As multidões são o charme da Esplanada. Cabe muita gente ali e quando ela está cheia, deve ser levada a sério. Deveria pelo menos. Se bem que fazem cada coisa na Esplanada.

Didática a Esplanada. Quando vazia, ilustra o livro de geografia, quando cheia, o de história.


Escrito em 24.01.2001
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