"Um Coração Magoado"
KaKá Ueno...16 08 03.
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O vento que pairou...
Angustiado, silenciou...
Desfez do falar,
sequer quis ouvir...
E às sombras das nuvens,
deixando uma réstia,
uma marca no ombro,
ferindo você,
casta alma e o viver.
Ainda ontem ouviu-se palavras,
tais, eram cruéis...
Passando por cima dos sentimentos.
Magoando-o.
Tornando-o,
dependente da existência...
Acumulando segredos...
ferindo o sol,
que iluminava o ser.
Afastando os gestos,
e às amizades,
que por caridade,
não ouviram-o,
descendo,
de lá da colina,
sem o carvalho...
Sem o medo de um rolar ladeira abaixo...
Na escuridão...
Afastaram-o,
das flores,
e do perfume,
de o anteontem,
e na fuga,
A chuva caiu de vagar,
molhando os pés,
de como não há,
como secar...
Mas o rio,
sempre e sempre vai está lá.
Queria ver o sol das manhãs...
E a lua ao anoitecer...
Quando o negro rio tocar às mares...
O retrocesso todavia,
segue-o,
dia a dia...
Passam-se lampejos,
e agora já sendo tardinha,
um iluminado dia reflete...
É chegada a hora,
um lençol de prata se estende,
tal qual, um enorme céu.
Não queira magoar o coração...
e o hoje deste embrião,
renascendo sem esperança...
Só desta vez,
ouçam o soprar...
Sem atropelos...
Ouçamos o cantar das águas de outrora.
Tendo sempre que ceder...
Sem parar o vento,
e à linha da vida,
segue,
na palma da mão.
Se às palavras não fizesse sentido...
Nem precisássemos unir letras,
formando frases que desse vazão...
E se tudo que vivêssemos fosse apenas ilusão,
cada qual,
sentia-se na solidão.
KaKá Ueno
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