Nossa Pátria, Sem Ufania
(por Domingos Oliveira Medeiros)
De onde nós viemos, eis a questão
Que preocupa toda a humanidade
Que se sente confusa e indefesa
Diante da procura da verdade
Querendo saber do seu final
Debatem-se entre o bem e o mal
Para aceitar a difícil realidade
Da nossa condição frágil e pequena
Que impõe limites ao nosso viver
Que faz de nós simples humanos
Que muito tem ainda que aprender
Que mal sabe andar pelos caminhos
Que não suporta pisar os espinhos
Que a vida impõe ao nosso sofrer
Mas esta condição existencial
Tão difícil, às vezes, de compreender
É porque não sabemos dos nossos limites
Ao que de fato queremos aprender
Sobre a indagação de onde nós viemos
E prá onde vamos quando morremos
Eis o que se precisa esclarecer
De onde nós viemos até que é fácil
Basta que não se seja intransigente
Basta contentar-se com o momento
Este aqui agora, sentido pela gente
Esta vida que é vivida, por enquanto
Com este tempo, estas horas, este encanto
Não é preciso ser alguém inteligente
Sei que vim do ontem, daqui mesmo
Dessa terra, minha pátria tão querida
Dos meus antepassados, da minha história
De todos os responsáveis por minha vida
Nesta terra onde os campos têm mais flores
Nestas terras onde vibram os tambores
Terra Santa, Vera Cruz jamais esquecida
És o meu começo e o meu cantinho
O meu território e o lugar demarcado
Tal qual um grupo de animais selvagens
Que define o espaço após nele ter mijado
Deixando o cheiro e o suor de sua raça
Marcando o canto e o lugar de sua praça
E protegendo sua família o seu condado
Chão onde nasci e molhei com tantos choros
Terra de meus amigos do tempo de criança
Canto que guarda meus sonhos e dissabores
Terra de meus sorrisos, e de minha esperança
Chão de todas as coisas que conheço
Terra onde depositei todo o apreço
Terra do meu motivo e de minha andança
Terra da língua pátria, de minha bandeira
Terra do meu folclore, da minha cultura
Terra do hino mais belo, o nosso poema
Terra de muitas terras e muita fartura
Terra que só precisa ser bem cuidada
Terra de Santa Cruz, terra amada
De gente mais sincera e mais pura
Terra dos meus irmãos compatriotas
Terra do céu azul da cor de anil
Terra de imensos rios, lagos e mares
Terra de muitas riquezas, prá mais de mil
Terra que tem sido por todos cobiçada
És a parte deste planeta abençoada
És na verdade a pátria amada Brasil
Daqui para o paraíso falta um passo
Há tempos, carregamos a cruz crucificada
Já sofremos com a usura e o desperdício
De uma pátria quase sempre mal governada
Por brasileiros descrentes até de Deus
Que fizeram questão de se mostrar ateus
Deixando o povo e a nação abandonada
Mas a terra é grande e o povo maior ainda
Um dia terminará, por certo, toda a questão
Há sempre um novo dia, uma nova esperança
É próprio da democracia, o voto e a eleição
A hora de rever crenças e valores
Tempo de acabar com todos os dissabores
E de mudar os rumos dessa Nação
Assim teremos respondida a indagação
De onde viemos e prá onde vamos afinal
Para o tempo de distribuição de nossa riqueza
Com educação, trabalho e justiça social
Vamos escolher entre os melhores um candidato
Que possa servir ao povo com seu mandato
Inaugurando a vitória do bem sobre o mal
