Velas
maria da graça almeida
Ágeis feito bailarinas,
velas soltas se balançam...
Dessa graça feminina,
as gaivotas não se cansam!
Os requebros, que faceiros,
põem em dança até sua sombra.
No bailado passageiro
não vacilam e nem tombam.
Velho, o mar, em sintonia,
vê-as perto, com vantagem,
branca a noiva, embora fria,
não lhe nega tais imagens.
E tampouco as proíbe
de dançarem sempre nuas,
é o vento quem decide
se o bailado continua...
Ao soprar com euforia,
põe-lhes presto o compasso,
e ventando em agonia,
desaprova-lhes os passos.
Ao deitar-se em letargia,
ata as velas em seus braços,
só a brisa as alivia
do aperto desses laços... |