O mundo moderno, quer dizer, a sociedade moderna, dá muito mais valor ao ter do que ao ser. E quanto mais se tem, melhor é. Num mundo assim, onde e como fica o amor?
O amor te sido banalizado pelos meios de comunicação nos últimos tempos. É tudo muito erotizado e ligado ao sexo. As pessoas se interessam pelas outras pelo que elas têm, não pelo que elas são. Talvez isso explique o número crescente de divórcios e de tantos casamentos relâmpagos, o fast-love, muito comum entre os famosos, que dormem com um par e acordam com outro, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. É como se jogassem fora uma coisa que já não lhes interessa e trocam com outra novinha. Pessoas não são coisas para serem descartadas desta maneira.
O amor romântico do século XIX ainda existe? Se existir é coisa muita rara. As pessoas já não seduzem umas às outras, porque isso toma muito tempo. Se uma conquista é muito difícil, partem logo para outra que seja mais fácil. Muitas vezes, é para apenas uma noite ou no máximo uma semana.
Qual o futuro do amor? É difícil dizer. Talvez o sentimento não tenha mudado, e sim a maneira como se manifesta. Talvez as pessoas estejam menos seguras de si que a tempos atrás. Talvez não seja necessário mudar o mundo, mas sim as pessoas e o tratamento que a mídia dá ao tema. Talvez seja pela falta de amor que o amor esteja assim, não se referindo apenas ao amor entre homem e mulher, mas ao querer bem ao próximo acima de qualquer coisa. Ou pior. A falta de amor a si próprio. O futuro não se pode prever, mas pode ser mudado para melhor, começando hoje, por si próprio.
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