Se escrever é espantar fantasmas, o que fazer se os fantasmas ficam mudos?
Isto é: como lidar com problemas escrevendo textos, se os problemas não geram palavras?
Mesmo escritores prolíficos podem ter bloqueio criativo e terminar por ficar em silêncio. Que fazer então?
Nada, deixar passar o tempo, aguardar? Muitas vezes esta é a única saída.
Outras vezes a urgência de falar, de pensar sobre si mesmo, sobre o mundo, sobre a ética, é muito grande.
Que fazer quando apesar da necessidade de escrever, nada ocorre ao que tenta escrever?
Alguns estudiosos de criatividade igualam bloqueio criativo com autocensura. E dizem que a solução é escrever literalmente o que vier à cabeça: mesmo que os textos surjam muito ruins, são algum texto e podem ser melhorados.
Pior seria se nem esses textos limitados existissem.
Alguns artistas, como Federico Fellini, usam a técnica da metalinguagem para combater o bloqueio criativo: quando não têm tema para para criar, adotam o tema de um autor que não encontra tema para criar.
Com isto, comentam a própria criação artística.
Ezra Pound dizia: o melhor crítico de arte é aquele que critica também fazendo arte.
