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Cartas-->A BÍBLIA E O SANGUE – O QUE É BEBER O SANGUE DE JESUS -- 11/08/2006 - 18:45 (JOÃO DE FREITAS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Embora permitido comer carne, o sangue é um alimento proibido na Bíblia. O cristão afirma beber o sangue de Jesus, mas isso tem sentido figurado. O assunto é tratado aqui em resposta ao um leitor, cujo nome será substituído por X.

----- Original Message -----
From: X
To: freitas@bhservico.com.br
Sent: Monday, August 07, 2006 9:21 PM
Subject: Mais incongurências

"Olá, venho a bastante tempo lendo o conteúdo da sua página com grande interesse e acho ótimo seu trabalho, e em algumas pesquisas minhas achei alguns fatos que não vi, ao menos até agora entre seus trabalhos, que são as informações seguintes abaixo.

16 tão-somente não comerás do sangue; sobre a terra o derramarás como água.
23 Tão-somente guarda-te de comeres o sangue; pois o sangue é a vida; pelo que não comerás a vida com a carne.
24 Não o comerás; sobre a terra o derramarás como Deuteronômio 12 - 16 23 24 26

Também, qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, que comer algum sangue, contra aquela alma porei o meu rosto, e a extirparei do seu povo.
Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que faz expiação, em virtude da vida.
Levítico 17 - 10 11

54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
56 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.
57 Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim.
João 6 - 54 56 57

Algo bem interessante creio eu.
Quem sabe possa constar em seus trabalhos com algum comentário.
Desde já agradeço por seu tempo tomado e por manter página com tão bom conteúdo cultural.
Abraços.
X"


Caro X

Realmente nunca me dei ao trabalho de escrever algo sobre o sangue na bíblia. Mas diante da sua indagação, não posso deixar de explicar alguma coisa.

A religião judaica antiga era bem mais materialista, isto é, não continha essas idéias de vida após a morte, ressurreição dos mortos, etc. E a palavra de Yavé era aquilo que a inteligência humana deduzia: "a vida da carne está no sangue" (Levíticos, 17: 11). Se o sangramento total provoca a morte imediata, nada mais lógico do que dizer que o sangue é a vida.

E, como a mente primitiva deduziu que os deuses só deixavam de punir os homens se vidas fossem oferecidas em sacrifício, muito sangue se derramou pelo mundo para satisfazer esses seres sobrenaturais condutores dos destinos humanos. Entre as crenças mais aberrantes, houve muitos sacrifícios humanos, sendo que as pessoas assassinavam seus próprios filhos em homenagens a esses seres imaginários que, apesar disso, chamavam de justos e bons.

Entre os hebreus, a regra era, como ainda é, oferecer sangue de animais em lugar de sangue humano. Todavia, o sacrifício humano não está fora da lei divina, pelo menos nos tempos em que se escrevia a Bíblia. Diz a lei de Yavé: “Ninguém que dentre os homens for dedicado irremissivelmente ao Senhor, se poderá resgatar: será morto.” (Levítico, 27: 29). Como se vê, sacrifícios humanos eram proibidos quando oferecidos aos outros deuses; mas ao deus de Israel era permitido.

Já o Cristianismo, diante da execução de seu líder, criou uma nova doutrina, em que o sangue de touros, cordeiros e aves ficou substituído pelo de Yeshua. Diz a doutrina cristã que o bondoso Deus ofereceu em sacrifício o seu próprio filho, pela salvação do homem: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João, 3: 16).

O que se nota nos evangelhos é que foram formuladas várias doutrinas, mas a que ganhou unanimidade foi a de que a morte desse judeu foi um sacrifício que aboliu definitivamente os sacrifícios contidos na lei. Não vemos nenhuma promessa na lei nem nos profetas de substituição dos sacrifícios pelo sacrifício de um filho de Yavé; mas o Cristianismo conseguiu convencer quase todo o mundo de que houve essa substituição.

Após alguns séculos de religiões cristãs, entre as dezenas de evangelhos, apenas quatro foram selecionados como os verdadeiros. A verdade ficou sendo o que os cristãos de Roma pensavam. Os outros ramos cristãos foram proscritos do império quando o cristianismo foi adotado como religião oficial dos romanos.

Como a idéia é de que a execução de Yeshua (Jesus) foi um sacrifício oferecido por Yavé para a salvação humana, o sangue de Jesus tornou-se o sacrifício perfeito, que eliminou aquele contido na lei de Yavé.

Jesus é apresentado pelos evangelista como alguém que usava muito a linguagem figurada. Assim é que registraram como sendo palavra dele: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia" (João, 6: 54). Como nossa vida depende do alimento que comemos, o comer a carne e beber o sangue de Jesus aí seria assimilar o seu caráter, comportar como ele e aceitá-lo como o salvador do homem.

Uma análise bem profunda nos leva a crer que toda essa idéia de sacrifício de Jesus pelos pecados do mundo tenha sido formulada anos após a sua morte.

Mas o sangue como alimento, pelo menos entre alguns cristãos, continuou sendo proibido. Assim se registrou em Atos dos Apóstolos: "mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue" (Atos, 15: 20). E, até hoje, há alguns cristãos que não aceitam transfusão de sangue, como base na expressão "se abstenham ... do sangue", que significava simplesmente não comer sangue.

Biblicamente, podemos dizer que é pecado comer sangue, por ser o sangue a vida. E comer a carne e beber o sangue de Jesus é linguagem figurada, que significa assimilar o seu caráter.

Anteciosamente,
Freitas

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