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Cronicas-->2013 - Uma Ocorrência -- 17/03/2013 - 18:18 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Com coisas que vocês não sabem, mas só na próxima. Assim terminei a minha crônica última, aquela das Novidades, achando que não teria nada para contar e, olha, até que tenho. Posso dizer inclusive que também tenho foto, porém estampada na frente do meu carro, é é, acho que dá pra ver a marca do animal silvestre, que peguei ontem no quilometro cento e vinte e dois mais trezentos do trecho entre Itapetininga e Tatuí, pelas sete e vinte da noite. Ficamos todos penalizados com a perda dele, um tamanduá adulto, fêmea, informado pelo atendente da CCR SPVias, que nos socorreu. Mais inconformados ficamos, pois não era hora dela estar por ali, ainda mais face às dificuldades de travessia impostas pelas condições da estrada, mas ela estava bem no meio da faixa. Para nossa sorte e não dela, eu estava a uns oitenta noventa e consegui controlar o carro, indo para o acostamento. Pelo barulhão do motor imaginei problemas, os quais desnecessários falar, a frente toda afundada, radiador vazou tudo e acho que óleo também.
Os tamanduás, também chamados papa-formigas, são membros da ordem Pilosa, vivem na América Central e do Sul, desde Belize até a Argentina. Alimentam-se de formigas e de cupins, que retiram dos cupinzeiros com a sua longa língua, que chega a ter mais de cinquenta centímetros de comprimento, alojada dentro de um focinho também afunilado. Para desfazer os cupinzeiros, os tamanduás têm garras fortes e curvas nas patas dianteiras, que lhes dificultam o andar. Podem atingir quarenta quilos e até um metro e oitenta incluindo a cauda e é quase cego e surdo, mas tem excelente olfato. Ele pode sentir o cheiro de um predador a dezenas de metros de distâncias. Pena que o bichinho de ontem não sentiu o cheiro dos carros e nem pode correr.
Depois do baque, tive que tomar as providências e liguei à concessionária, a atendente foi gentil e perguntou o quilometro que estava; andei quase setecentos metros para poder responder. Já entenderam que eu deveria ter ido para o outro lado, além de ter deixado a Edna sozinha, com todos os medos e dores no pescoço. Quando voltei, já tinham um carro-guincho atendendo e umas pessoas debatendo o ocorrido, com um latino afirmando com certeza ser um “beado” o animal abatido. Aí chegou mais um resgate, esse de saúde, querendo nos examinar, mas estava tudo bem. Quanto ao bichinho, um dos atendentes foi removê-lo e tirar fotografias para o arquivo da ocorrência. Repito, ficamos todos penalizados e a concessionária tem procedimentos sérios para esse tipo de coisa.
Os tipos de tamanduá são tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim e tamanduaí. Tamanduá origina-se do termo tupi tamãdu´á. O nome popular de tamanduá-bandeira faz alusão à enorme cauda repleta de inúmeros pelos compridos, associando-se portanto sua semelhança a uma bandeira. Ficamos na estrada por uma hora até o carro-guincho voltar, estava terminando um atendimento. Voltou, colocou nosso carro em cima, nós na cabine e levou-nos ao Posto Rodoviário do quilometro cento e vinte e nove da Castelo Branco, quando a Policial se condoeu toda pelo bichinho morto, mas entendeu o risco que passamos e lavrou um Pré-Boletim de Ocorrência, que é como o assunto será tratado daqui para frente, uma ocorrência. E eu até já tenho uma crônica com nome Ocorrências.
Após uma meia-hora das praxes, enquanto o pessoal da Porto inspecionava o nosso carro, o relatório terminou, assinamos e pudemos ir embora com o Lancer para Piracicaba, nós para São Paulo e o pobre do bichinho para a margem da estrada. Cada um para seu lado, eu aliviado e agradecido a Deus, ainda e muito, no entanto este domingo dezessete de três de treze tem sido muito chato para mim.

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