Usina de Letras
Usina de Letras
146 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50480)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->A História que vivi -- 16/08/2003 - 04:09 (MARIA PETRONILHO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estes cinco pequenos pomas referem-se a Portugal e foram escritos ao longo do tempo.

! - Além-Mar a Guerra colonial que marcou Portugal e todas as pessoas da minha geração

2 - O luto O luto dos portugueses perante a mobilização obrigatória de todos os jovens, a permanente incerteza em que se vivia porque víamos partir os nossos e muitos só voltavam dentro de uma caixa de pinho.

3 - Rosa Negra A vida dura, durante a ditadura A pobreza e o trabalho exaustivo e ingrato, as muitas dificuldades que passávamos porque o governo de Salazar, contra tudo e todos, inclusive da ONU, de onde Portugal acabou por ser expuso, insistia em "combater até ao último homem - orgulhosamente só". Todo o produto do nosso trabalho era investido na guerra.

4 -Capa Negra é o trage tradicional dos estudantes, pioneiros na luta contra contra a PIDE (polícia política de regime), assim como muitos outros portugueses, alguns ilustres, muito anónimos. As prisões estavam cheias, a tortura institucionalizada, havia um Campo de concentração no Tarrafal, ilha de Cabo Verde ao largo da costa de Africa

5 - 25 de abril de 1974 a revolução dos cravos, tal como a vi, moça do povo, empenhada na mudaça.





Além-Mar





I



Vi um jovem

de olhos tristes

partir de espingarda ao ombro

a bordo

de um grande navio

para as terras de além mar

vi um vulto rastejando





nos arredores da senzala

e ouvi estouros

e ouvi gritos

e ouvi tiros



vi um caixão regressar

a bordo

de um grande navio

vi uma mãe a chorar

uma noiva a soluçar

e ouvi um sino a dobrar!







LUTO



II



As armas ferem e matam

Da ferida o sangue escorre e pinga

e afoga as pombas brancas

que eram o escudo da gente

contra as lanças e os fuzis

E o sangue

que era da cor do amor

fica negra

crosta

de luto









ROSA NEGRA



III



A gente tropeça nas pedras

que nos mancham o caminho

Nossos olhos brilham febres

nossos joelhos rasgados

estão a narrar nossas quedas

nossos lábios secos pedem

nossas mãos gretadas doem

nossos corpos alquebrados

cantam nosso desespero

mas os nossos olhos brilham

a febre doida da esperança

No escuro erguemos a fronte

porque cremos que lá longe

brilha uma estrela nossa!







CAPA NEGRA



IV



No silêncio negro da noite

eles lutam

Passam calados, em fila, sofrendo

No silêncio negro da noite

eles escrevem

e as paredes brancas

ficam reflectindo as ânsias

dos corações subjugados



No silêncio negro da noite

marchamos

a caminho do degredo



Passamos calados

lutando na noite!









25 DE ABRIL DE 1974

V









Hoje o dia de todas as venturas

das nossas esperanças

desabrochadas



saímos de nossas casas

tão carregados de ânsias!



E percorremos as ruas

sorrindo aos soldados nas esquinas

Nos corações vivas chamas!



juntou-se o povo nas ruas!

De Portugal as bandeiras

verdes rubras ah, tão altas



de rubros cravos armados

calámos a voz das armas!







Lisboa, Portugal

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui