Nao, nao era possivel que aquela noite fosse interminavel. Alcool, fumo, carreiras... e tudo permanecia ali, intacto. Se ao menos soubesse o que era: um nome, um objeto, uma merda qualquer que fosse, mas nada, era aquele algo fluido, aquele frio na boca do estomago, aquela sensaçao de... era exatamente isso uma sensaçao, mas que tinha o poder de deixar-me suspenso, noites e noites emmligaçao direta, olhando aquela fila enorme de telhados, com aquele maldito vidro de spray a deixar cada vez menos espaços livres dentro do apartamento.
Na saberia dizer quando havia começado, se bem que parecia sempre ter existido. Tinha nascido junto ou antes, mas agora precisava sair, cobrava-me uma existencia independente.
Lembro, agora, que nos ultimos dias tudo parece estar acontecendo assim, como que em rotaçao alterada, e alta velocidade: O fim com Telma, as incontaveis paginas de papel riscado e amassado sobre a cama, os avisos do banco dizendo que vai encerrar minha conta, o telefone que tive que tirar do gancho.
Seria tao mais facil se eu soubesse o que procuro. Veio-me a ideia de gravar tudo que penso, ate a respiraçao, quem sabe em um desses atos falhos quaisquer eu descubra uma pista. vai ser engraçado levar o gravador ao banheiro, massera ao menos uma companhia, faz tanto tempo que nao saio deste apartamento que ja decorei uma por uma as posiçoes de todos os objetos, seria capaz de guir-me no escuro e em silencio, que ja nao me incomodam tanto....
(Escrevi este esboço a muito tempo, e desencavando papeis o encontrei, talvez vc se interesse em termina-lo ou dar algumas ideias, nao quero te dizer a minha ideia original, pois ela nao vingou, desde ja obrigado pela parceria, meu e mail e :CKSergio@aol.com
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