DISPOSIÇÃO E RENOVAÇÃO
A velha águia romana ainda dominava larga faixa do continente
africano, quando ele nasceu, na acolhedora Tagaste, onde, na atualidade,
cantam os ventos argelinos.
Aurélio Agostinho, filho de Patrício, um homem bonachão, porém, de
alma assinalada por tormentoso materialismo, que o fazia investir
pesadamente no campo das sensações corporais, e nas conquistas do
imediatismo, viu-se, desde cedo convidado, sem muitas opções, pelos sabores
mundanos, com os quais se inebriou, desde os tenros anos da juventude.
Sua mãe, entretanto, a iluminada Mônica, dedicada às virtudes da
alma, não conseguiu ser ouvida pelo filho, empolgado como se encontrava pela
vida do pai, sob os brilhos falsos do mundo.
Os anos se dobram, as frustrações aparecem, as dores irrompem, a
orfandade o agride, a perda do único filho o macera, enquanto o Cristo
prossegue chamando-o para os Seus abnegados serviços.
Aurélio Agostinho tem os ouvidos e o coração tocados pelo verbo de
Ambrósio, e surge, gradualmente, um dos mais notáveis representantes da
Igreja Cristã, em Roma.
A disposição de renovar-se tornou-se o mais importante impulsionador
dessa alma, para os labores que o aguardavam na Seara de Jesus.
Convicto de que os homens são almas que se movimentam num corpo
carnal, ele cresce e se vai iluminando sob os olhos do Celeste Condutor, na
rota de burilamento que se delineia, então.
A vida se lhe faz majestosa. Sensibiliza-se com o trabalho da Vinha,
até retornar ao Invisível, passadas as refregas e aprendizados planetários.
O seu engrandecimento, o seu comprometimento com o bem, fizeram com
que fosse ele convidado pelos Prepostos de Jesus, para compor a Falange
Diligente do Consolador, quando raiava sobre o mundo o imponente Sol do
Espiritismo, trazendo para todos as formidáveis alvíssaras de um tempo
melhor para todos.
Conforto e glória, luta e mérito, que transpuseram os limites dos
equívocos dogmáticos, fizeram de Santo Agostinho esse brilhante Embaixador
do Amor e do Saber, merecendo a profunda confiança do Mestre de Nazaré.
(De "Vida e Mensagem", de J. Raul Teixeira, pelo Espírito Francisco de Paula
Vítor)
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