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Artigos-->Persistência Ruinosa -- 10/08/2003 - 20:10 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Persistência e Teimosia

(por Domingos Oliveira Medeiros)



Parece praga ou macumba. Se é que ambas existem. A verdade é que o governo insiste em conduzir os destinos do país com base, exclusivamente, na malfadada política econômica (requentada) do governo anterior. Política, sabidamente experimentada durante quase nove anos, e que se mostrou totalmente ineficaz, notadamente em relação à imensa dívida social para com os brasileiros; se considerarmos a ponderação custo/benefício das medidas adotadas.



E o pior é que o governo se faz de cego. Continua andando de bengala, quando se trata de alavancar o necessário e urgente desenvolvimento sustentado deste país; que se faz necessário para que possamos voltar a crescer e a produzir. E o governo, também, parece que é surdo, quando não escuta o clamor da população, que pede, num primeiro momento, comida; muito embora, no dizer da música, essa gente não queira só comida, mas escola, diversão, emprego e produção.



E as bravatas continuam. Desta vez do outro lado. Do Lula de lá. Do lado do Poder. A Reforma da Previdência tornou-se a panacéia para todos os males. Reforma, diga-se de passagem, que eles pretendem impor à sociedade, com o objetivo de facilitar a vida dos governadores. Quiçá de olho nos apoios políticos para aprovação de seus projetos; ou com vistas às próximas eleições. No Brasil, tornou-se prática comum pensar, sempre, no futuro. No futuro deles, é bem verdade. Futuro que significa, em última instância, a perpetuação no Poder.



O resto, empurra-se com a barriga. E pendura-se a conta no prego da indiferença. Basta ver como andam as questões relativas ao combate ao crime organizado; à construção de presídios; ao aumento do efetivo da Polícia Federal.



A reforma agrária, a reforma política, a reforma do Estado, tudo ficou mais para adiante. Como de resto, tapando o sol com a peneira. Mas os escândalos pipocam. E o governo, junto com os parlamentares, demoram-se na instalação das Comissões Parlamentares de Inquéritos. Enquanto bilhões e bilhões de dólares continuam sendo carreados, ilicitamente, para os paraísos fiscais. E ninguém vai preso. Não se consegue devolver, aos cofres públicos, nem um tostão furado.



E tudo continua ao sabor da especulação financeira. Parece que os economistas permanecem endeusados. Principalmente os que seguem a cartilha do governo. Que optaram pela subserviência ao capital estrangeiro e pelo endividamento crescente. E o FMI, no comando, insiste em definir os investimentos necessários como sendo despesas e, desse modo, proíbem que os recursos, que nos são emprestados, sejam utilizados para tal finalidade.



E os bancos estrangeiros, marcos reguladores de nossa economia, fazem o diagnóstico que bem entendem, apresentam os sintomas de ansiedade em relação às ações do governo, e o “risco-Brasil”, como sempre, sobe ao sabor das conveniências dos agiotas e especuladores internacionais. Junto com as variações cambiais, com as altas e baixas das bolsas, e o sobe-e-desce da moeda americana.



Não se fala nos riscos dos brasileiros. Risco de ser assaltado. Risco de morrer de vergonha por não conseguir um emprego pra dar sustento a sua família. Risco de ver os seus filhos sendo mortos ou tomados pelos traficantes. Risco de ficar doente e não ter uma assistência hospitalar de boa qualidade. Risco de morrer na ignorância, por falta de bons colégios públicos. Risco de ser rabiscado pelos detentores do poder. Risco de ver o seu voto sendo usado contra você mesmo. Contra os seus ideais, crenças e valores.



Enquanto isso, o tão falado ajuste, que garantiu cerca de R$40 bilhões de economia forçada, às custas da fome, da miséria, da violência e do desemprego, tornou-se insuficiente, inócuo, diante dos encargos da dívida que, neste primeiro semestre, segundo noticiado pela imprensa, chegou a R$75,2 bilhões de reais. O que significa, segundo apurou a mídia, cerca de R$432,5 milhões, que foram pagos aos detentores de títulos públicos brasileiros, durante os cinco primeiros meses do ano. O equivalente a R$18 milhões por hora.



E fica o governo, e grande parte da imprensa comprometida, a falar mal do Judiciário, e a dizer que sem a Reforma da Previdência, não há outra saída.



Não se lembram de que, primeiro, seria bastante aprovar o teto salarial para os TrÊs Poderes. Matéria que se arrasta há anos, na Câmara dos Deputados. Pois o assunto não interessa ao Legislativo, cujos parlamentares, a rigor, acumulam ganhos superiores aos R$ 17 mil tão falados que recebem os ministros dos Tribunais Superiores. Cada parlamentar custa, para os cofres públicos, cerca de R$ 80 mil reais. E parece que ninguém liga para o assunto. Dois pesos e duas moedas?



Sem uma ampla e séria renegociação da dívida, jamais sairemos desse impasse. A tendência é entregarmos tudo aos estrangeiros. Fechar o país para balanço. E, se sobrar alguma fazenda improdutiva, iremos todos plantar batatas.



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