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Cartas-->CHICO MIGUEL A REJANE MACHADOS, ESCRITORES -- 14/07/2006 - 22:13 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Teresina, domingo, 28 de maio de 2006.
Rejane, querida amiga:
Você fez muito bem eu não ter querido ir para Minas, você precisa também cuidar de sua vida mais particular, pensar em colocar no papel suas belas páginas de contos, seus excelentes ensaios críticos. Como vão os jesuítas? Vou te dar o endereço de meu amigo português:
- Joaquim de Montezuma de Carvalho – Rua dos Remédios, 149 – 3º
CEP: 1.l00-446 Lisboa – Portugal. Ele é historiador, pesquisador, jornalista, advogado. Seu pai, Joaquim de Carvalho, era professor universitário e filósofo. Penso que um contato seu com ele abre muito as portas, ele tem bom relacionamento cultural em todo o país e até mesmo fora. Já morou no Brasil, em Moçambique, acho que no Peru e mais países. É mais novo um pouco do que eu, mas não lhe sei exatamente a idade. Formalista como todos os portugueses nos seus relacionamentos. Foi ele quem me indicou aos dois jornais que passaram a publicar meus artigos e poemas. Os jornais são: - “O Primeiro de Janeiro” (que publica o suplemento “Das Artes das Letras”), Rua Coelho Neto, 65 – CEP: 4.000-178-Porto; a diretoria atual do Suplemento é Nassalete Miranda, como você verá no número que te estou remetendo, ok? O outro jornal é: - “Diário dos Açores” – Endereço: Rua Diário dos Açores, nº 5 – CEP: 9.500-178 - Ponta Delgada, São Miguel, Ilha dos Açores – Portugal. Não sei quem é o editor hoje, tem mudado muito de nome. Anteriormente era uma mulher, mas... Não há problema basta colocar na correspondência, editor ou diretor-presidente, sei lá.
Gostaria de saber fazer cartas como você faz, não sei por que, não tenho esse tipo de estilo intimista, não obstante, como já falei outras vezes, ter dito que “sou um bicho doméstico”, por isto nunca quis sair nem do Piauí. De Picos saí por necessidade.
Nosso clima já começa a melhorar até demais, tanto que às vezes tem chovido duas vezes por dia (de manhã ou de tarde, e também à noite) e eu digo: o planeta está revirado, parece que o Piauí está virando o Sul. Mas, na verdade, o clima tem ficado mais rigoroso no verão e mais rigoroso no que seria o “inverno”.
Mas o que eu queria te falar mesmo é que em 2006 completo 40 anos de escritor (poeta), meu livro “Areias”, estréia, é de 1966 – e quero comemorar com a edição de uma coletânea de poemas que terá o título: “Poemas Escolhidos pelo Autor”, não mais do que 70 peças para não ficar muito volumoso. Como poesia não se vende, fica também menos dependioso tanto pra imprimir quanto para circular (mandar a quem interessa ainda por poesia). Contactei, ou melhor, mandei uma carta a meu amigo (não o conheço pessoalmente), Prof. R. Leontino Filho, poeta, doutor em Literatura, crítico literário de grande peso, se bem que ainda novo, cearense que reside em Mossoró (RN), solicitando que o prefacie. Se tudo der certo, fica prontinho logo, logo. Com relação ao livro sobre meu pai, como lhe disse em telefonema, está esgotado uma primeira edição de 500 exemplares. Foi ótimo. Mas, a bem da verdade, o livro meu será uma obra dupla. Mas, por quê? É que eu entendi de colocar no final um ensaio (inédito) de cerca de 50 páginas, da Professora Deolinda Marques, de Picos. Assim o livro sairá com mais de 150 páginas. Do ensaio, que achei muito bom, para o meio em que vive, quero tirar uma separata e brindá-la como merece. Coitada, não pode publicá-lo, pois ganha salário de miséria. Professor é sempre um sacrificado neste país de analfabetos e ignorantes, haja vista pelo que elegem a cada eleição. Que você acha disto tudo? Pretensão, tolice, quero algumas idéias suas, são sempre boas. Quanto aos poemas, logo que esteja tudo arrumado, te mandarei uma cópia, certo? Aguarde.
Estamos vivendo um bom período, tendo perto a companhia de meu primeiro filho, o Franklin (professor, aqui e em Caxias, aqui próximo de Teresina, mas sendo Maranhão). Ele estava em Parnaíba, mas resolveu a tempo voltar. Seus filhos, Joyce e Filipi, são umas jóias e se preparam para vestibular. Todos os dias vem aqui falar com a mãe e comigo, gostam todos e muito de Mecinha. Ah, tenho pena dela, mas não posso lhe dizer. É que estuda de manhã e de tarde, sai com uma bolsa estourando de livro, volta com um calhamaço de exercícios para casa. Este ensino de hoje! Que fazem os professores na sala de aula? O que importa é que ela vai bem encaminhada, disse que quer ser médica, já está na cabeça que será. Um bom plano, pois aqui há sempre lugar para mais um médico: muita gente doente daqui mesmo e de outros Estados vizinhos: Maranhão, Ceará (fronteiras), Pará, Tocantins, Amazonas, etc. Teresina é um dos melhores centros médico do Nordeste. Quanto aos outros: Lau tem três filhos que são Mariana (um encanto, a caçula), Davi e Lucas. Estivemos em Salvador em novembro/dezembro, voltamos encantados com a criançada e o tipo de vida que o casal Laudemiro/Mônica leva. Esta estava procurando um emprego num hospital (ela é assistente social), ele tangendo as empresas, duas pequenas que não valem uma, mas dá pra passar, passear de carro, visitar os sogros, a nós é mais difícil, pois Teresina dista de Salvador mais de 1.000 km. Estão muito católicos, freqüentam lá um tipo de culto, rezando em casa – coisas da Bahia – de um compadre deles, tudo catolicismo, se há mistura com outras seitas não consegui perceber. Bem, acho que estou passando da conta, então vamos terminar com os nossos abraços aos filhos, beijos para as crianças e muitas saudades, que não sei quando as mataremos, pois está difícil viajar para Rio. Com grande afeto do CHICÃO e FAMÍLIA






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