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Cartas-->PARA VOCÊ -- 12/07/2006 - 23:52 (Ivone Carvalho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PARA VOCÊ
(Ivone Carvalho)


Não, eu não guardo mágoas. Como poderia? Para isso seria necessário jamais ter te amado!

Como seria possível guardar, dentro de mim, sentimentos completamente antagônicos aos que senti quando me ensinaste o que é o amor, quando me proporcionaste momentos tão felizes, quando me fizeste me sentir amada, ainda que eu estivesse enganada, naquele tempo? Mentira ou verdade, eu me senti muito, muito amada! Tanto, tanto, que acreditei que o seu amor fosse real, fosse verdadeiro, fosse a realização dos teus sonhos, fosse a marca de nossas vidas, fosse para sempre!

Não há espaço no meu coração para qualquer sentimento que diminua o valor e a intensidade de tudo que nos beneficiou, nos fez viver mais e melhor, nos fez sonhar juntos, acreditar juntos, enriquecer, espiritualmente, juntos.

Negar a felicidade que um dia fez parte de nossas vidas é negar a nossa própria existência! Duvidar da sinceridade dos sentimentos que se eternizaram em nosso peito, quando nos entregamos de corpo e alma, é questionar nossos princípios, nossa conduta, nossa dignidade, nossa integridade, nossos conceitos, nós mesmos!

Jamais esquecerei o tremular das tuas mãos ao simples fato de imaginar-se tocando a minha pele; o tremer dos teus lábios ao sentir a proximidade dos meus; o calor percorrendo o teu corpo ao se aproximar o momento de nos encontrarmos, de namorarmos, de nos amarmos.

Não! Na minha vida jamais houve a mínima possibilidade de negar o que sinto, o que penso, o que espero, o que acredito, o que desejo, o que sonho. E, infelizmente para mim, eu sempre esperei tudo isso também de todas as pessoas que adentraram o meu pequeno mundo, principalmente de ti. Tenho o péssimo hábito de crer que as pessoas que amo são como eu e, assim, capazes de enfrentar todas as barreiras sem jamais permitir que os bons sentimentos sejam abalados, reduzidos ou que tenham fim.

Sou guerreira em tudo que me diz respeito! Nunca tive nada na vida que não tenha sido conquistado com muita luta, com garra, com perseverança, com muito amor. Eu sempre soube o que quero, do que necessito, o que me faz bem, a grandeza dos meus sonhos. O que não consegui, tenhas certeza, não foi por esmorecimento ou comodismo, mas, simplesmente, porque não dependeu de mim e, com toda certeza, porque não servia para mim, ainda que eu julgasse o contrário.

Abismos não me faltaram, pedras na minha rota nunca deixaram de existir, rochas que se ergueram ante mim foram centenas talvez, rios que tentaram obstar a minha travessia são incontáveis, florestas fechadas que tentaram esconder de mim a luz do sol, foram inúmeras. Claro que a isso tudo se soma a inveja, a vaidade, o orgulho, a maldade, enfim, tantas virtudes próprias do ser humano, mas que, em alguns, lateja como se fosse seu próprio alimento. Mas nada me fez esmorecer, uma só vez sequer!

E não me importa o tempo que dure, a distância a ser percorrida, as afrontas que vão surgindo, as espadas que vão sendo desembainhadas e apontadas para mim, tantas vezes sendo fincadas no meu peito ou nas minhas costas.

Talvez seja por tudo isso que respeito e dou um valor inestimável aos meus próprios sentimentos, a quem deles faz parte, a quem abraça a minha causa, a quem me dá valor, a quem me dá amor.

Talvez seja por tudo isso que jamais alguém me ouvirá negando o que sinto por ti, o que senti que sentiste por mim, repito, ainda que estivesse errada ao sentir-me por ti amada.

Não! Nunca te pedi nada, além do mínimo que qualquer ser humano deseja receber de outro ser humano. Mas creio que, ainda assim, achaste que pedi muito e, talvez por esse motivo, preferiste as opções que jamais esperei de ti mas que as respeito, porque certamente o fazem feliz.

E se estás feliz assim, se a tua felicidade é viver o teu amor com quem provavelmente jamais conseguirá sentir um amor da amplitude, qualidade, pureza e extensão do meu, por ti, sem querer desmerecer os sentimentos de quem quer que seja, mas por conhecer profundamente os meus próprios sentimentos, então eu não vou te dizer que eu estarei feliz, mas posso te dizer que, se estás feliz assim, eu posso, pelo menos, sorrir. Ainda que a minha alma chore...

12/07/2006




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