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Cartas-->AMAR DEMAIS NÃO É BOM? -- 08/07/2006 - 05:59 (Ivone Carvalho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AMAR DEMAIS NÃO É BOM?
(Ivone Carvalho)

Amar demais não é bom? Eu sempre acreditei que fosse, mas, hoje, me parece que até o amor tem que ter limite! E, às vezes, penso que esse limite deve ser pequeno demais, para que o amor não seja interpretado, pelos outros ou pelo ser amado, como obsessão, mania, loucura, fixação, enfim, tantos adjetivos ou sinônimos que as pessoas arrumam para o amor sublime e verdadeiro, leal e perene, franco e revelado.

Quem nunca amou dessa forma ou não está preparado para ser amado com essa intensidade ou, ainda, não gosta de ser tão amado, talvez porque não sendo amado se sinta mais livre (erroneamente, claro, porque o amor nunca tirou a liberdade de ninguém!) busca justificativas para recriminar tal sentimento, sendo que algumas pessoas chegam a tratar como insana ou desequilibrada, a criatura capaz de amar com tamanha profundidade, sem se envergonhar do que sente, sem vontade de esconder o que lhe vai na alma, sem medo de ser erroneamente julgada como um ser desprezível, pois ela sabe o quanto está enganada a pessoa que a julga dessa maneira. Isso lhe causa tristeza, sim, mas, em nenhum momento, a faz se sentir diminuída ante quem quer que seja.

Pelo contrário, o amor dá, a quem ama, a virtude da compreensão, da humildade, da ternura, da paciência. Sim, da paciência principalmente, porque quem ama vive de esperanças, porque seu sentimento aquece seu imo, lhe dá paz e a certeza de que o amor só constrói coisas boas em seu interior, por mais que estas não sejam reveladas, por opção ou por necessidade, ou não sejam sentidas ou notadas pela outra.

Deve sofrer muito quem renega seus sentimentos de amor, quem não ouve o seu coração, quem dá valor exagerado ao que está tão distante do amor verdadeiro, quem se envergonha do que sente ou tem vergonha de dizer o que sente, ora mentindo para o ser amado, ora mentindo para si mesmo, ora mentindo também para o resto do mundo. Há quem tem coragem de negar seus sentimentos com imensa veemência no momento que está se sentindo ferido, acreditando que sua negativa fará sofrer tão somente o ser amado, não se dando conta de que nesse momento está provocando um sofrimento muito maior em ambos.

Há quem acredite que um amor de verdade fenece. Eu sempre aprendi que há vários tipos de amor. E que nenhum amor destrói ou põe fim em qualquer outro. Claro que, para isso, os outros também têm que ser verdadeiros. Exemplo disso é o amor maternal, filial, fraternal, paternal, conjugal. E, nesse diapasão, eu não temo em afirmar que o amor que, por algum motivo, não mais vivemos, por vontade divina ou por opção ou imposição (às vezes nossa mesmo), não significa que ele deixou de existir, que ele terminou, porque nenhum outro o substituirá.

Se for substituído, então não era amor! É assim que penso! O novo sentimento, dedicado a outra pessoa, jamais excluirá, do coração, o espaço do outro, pois, ali, se criou raízes, se construiu sonhos, se fez promessas, se fez juras, se criou expectativas, se acreditou, se transformou uma pequena mina em verdadeiro tesouro.

Por isso tudo, eu não consigo concordar quando ouço alguém dizer que não ama mais alguém. Não acredito que seja possível deixar de amar, quando se amou de verdade. Deixar de amar, no meu entender, é afirmar que jamais amou. É negar um sentimento afirmado por tanto ou por algum tempo. Então, das duas, uma: ou quem diz que não mais ama, está querendo machucar a outra pessoa, ou a enganou dizendo que a amava em algum momento de sua vida. Nenhum ser que viveu o amor conosco, jamais será considerado como alguém que está no rol das “outras pessoas”, aquelas que não amamos. Este, será sempre alguém muito especial para nós, jamais comparado a quem quer que seja ou excluído de um cantinho tão dele que nasceu no nosso coração.

Dizem que um novo amor faz esquecer outro amor. Não, não faz! São sentimentos distintos! O amor que se tem por uma pessoa em nada pode ser comparado ao amor que se sente por outra! Reputo muito mais honesto o ser que diz que viveu vários amores, do que o sujeito que diz que deixou de amar alguém, que o seu amor feneceu ou que não ama mais como amava. Pior ainda é quando se diz isso após ter jurado amor, após ter jurado em algum momento que esse amor seria eterno. E, ainda muito pior, é quando se nega que um dia tenha dito qualquer uma dessas afirmações.

Eu jamais diria a quem um dia eu disse amar, que não mais a amo. Dizer isso seria a maior contradição que eu poderia oferecer ao meu coração e a mais grave e grosseira forma de ofender a quem viveu comigo, de qualquer forma e por qualquer tempo, um relacionamento amoroso. Diria, sim, sem qualquer constrangimento, que não amo, desde que nunca tivesse dito que amava. E, claro, se isso fosse verdade! Pois, do contrário, eu não teria a mínima vergonha de afirmar que amo, pois, se amei, nunca deixei de amar. E jamais deixarei, porque, repito, aquele espaço que se abriu no meu peito para aquela pessoa será dela por toda a eternidade...

Dá para entender por que eu afirmarei sempre que jamais vou deixar de amar você?
Dá para compreender por que eu nunca me cansarei de repetir que te amo tanto?
Dá para alcançar por que eu sempre asseverei que nada, nem ninguém, nem mesmo você, conseguirá, algum dia, fazer este amor fenecer?
Dá para perceber que nunca fez diferença para o meu coração, senão pela tristeza, se você me ama ou não?

Você é inteligente e sensível, por isso eu sei que sempre soube de tudo isso!


08/07/2006
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