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Cartas-->O JOGO POÉTICO EM INFERNÁLIA TROPICALIS -- 02/07/2006 - 10:38 (Jayro Luna) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O JOGO POÉTICO EM INFERNÁLIA TROPICALIS (1)
Raimundo Franklin de Meneses (2)

É com um misto de prazer e de surpresa que acuso o recebimento pela redação do nosso boletim do livro Infernália Tropicalis do poeta paulista Jayro Luna. Segundo o autor, em carta anexa, me informa que nasceu em São Paulo mas que tem familiares morando na cidade do Crato e que conhece bem a região, tendo por ela apego e satisfação.
O livro Infernália Tropicalis em causa prazer e surpresa por ser, ao meu modo de ver, um dos mais originais livro de poesia dos últimos tempos. Como diz a página inicial que ele contém “56 poemas para o deleite de ratos de bibliotecas, traças de sebos, quatro-olhos literatos e cus de ferro em qualquer tipo de poesia.” E realmente, qualquer tipo de poesia, ou quase, poemas visuais, sonoros, sonetos, paródias, odes, baladas compõem o conjunto. Cada poema é acompanhado por um conjunto de epígrafes (um deles, “@” - é esse o título mesmo - tem 7!). Conforme o autor informa no texto “Primeiro Manifesto da Poesia Poli-sígnica: Mais um manifesto do tipo bicho de sete cabeças e inútil!”, essas epígrafes visam criar com o poema um conjunto de relações intertextuais dinâmicas. O referido poema, como exemplo, é também uma paródia do conhecido poema de Oswald de Andrade; “amor” (amor/humor). Em Luna o poema é lido assim: “amor.com / amor.com.br”). Além das epígrafes um cem número de notas de rodapé (que na maioria das vezes são outros poemas, inclusive do próprio autor) e até as citações dentro dos poemas contribuem para aumentar essa teia significante ou “polissígnica”. Ao lado dos poemas, uma série de desenhos, garatujas, ícones aumentam as relações significativas, de modo que leva um tempo para que nos situemos na página e comecemos a entender o que está acontecendo. Poesia de um poeta paulista acostumado ao caos urbano e à dinâmica de imagens em contínua rotação. Mas, se a primeira impressão é a de caos, de fragmentação, essa, depois de algum tempo começa a se desfazer pelo sentimento de que tudo faz parte de uma grande orquestração, de um grande labirinto, meticulosamente engendrado. Esse sentimento fica ainda mais forte quando começamos a entender o sentido da tabela final do livro intitulada “Tábua de Correspondências Ocultas”. Cada poema é relacionado a um arcano do jogo de tarô, a uma arte ou ciência, a um tema específico (que pode ser o cotidiano, a cultura, o simbolismo, a lingüística, a mitologia, a semiótica, o teatro, o marketing, o perigo, etc...) e depois a uma técnica (colagem, montagem, cubismo, futurismo, expressionismo, etc...) e por fim, a uma enigmática coluna chamada “Tom Dominante”, que parece ser de caráter pictórico, pois temos classificações como “cinza + vermelho”, “violeta” ou “amarelo + lilás”, etc.
Tal tábua de correspondências ocultas lembra tanto a proposta das correspondências da teoria da poesia simbolista como o quadro final de Ulisses de James Joyce, aliás, com este as relações da tábua parecem mais determinadas.
Desse modo, cada poema de Infernália Tropicalis parece ser uma peça de um quebra-cabeça cujo resultado final sempre aponta para uma revisão da história e do conceito de poesia e de arte poética.
_________________
Notas:
1.Publicado na Revista Dimensão da Palavra, Juazeiro do Norte-CE, n.°2, ano 1, out/nov., 1999, p.6-7.
2.Graduando do Curso de Letras da URCA (Universidade Regional do Cariri), poeta e dramaturgo. Livro de Poesias: Araripe Apocalíptico, ed. do autor, 1998.
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