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Erotico-->Um Mês de Férias ( como o Claudinho perdeu o cabaço do cu ) -- 05/10/2009 - 05:44 (CARLOS CUNHA / o poeta sem limites) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



















Cisterna do Poeta / Um pai maldito


Nunca tinha deixado de amar o seu pai. Mesmo quando ele estava embriagado, e ficava brutal, ela o perdoava pelas atitudes que tomava. Quando via ele bater em sua mãe, quebrar os poucos pertences que tinham, desrespeitar a elas, e a si mesmo, gritando palavrões horríveis ela não tinha raiva dele, só ficava magoada e sentia pena de todos naquela casa humilde. A dor que sentia nessas horas era enorme...


clique e leia o conto





















Um mês de férias

( como o Claudinho perdeu o cabaço do cu )






Nas minhas cirandas pela noite eu conheci o Claudinho, uma "bicha" velha, triste e revoltada da qual acabei ficando amigo, e ele me contou como começou na vida – como perdeu o cabaço do cu. Disse que por se passarem mais de trinta anos, não se lembrava com clareza dos nomes de todas as pessoas envolvidas - só lembrava-se claramente do já falecido traficante de drogas chamado Joel e do negro Damião - nem da data correta do ocorrido. Sabia que foi no último semestre de 1964, porque nesse ano e nessa época havia há pouco completado a maioridade.
Ele saiu de casa acendendo uma bagana com descaramento, mostrando toda a descompostura e desrespeito pela sociedade, coisa típica em um garoto viciado, e quando chegou à esquina deu de cara com uma viatura da polícia militar.

- Olha o Claudinho, disse um dos policiais.

Os policiais saltaram da viatura e se dirigiram apressadamente para ele que em vão tentou correr. Entre tapas e esculachos o jogaram para dentro da viatura e levaram-no para a delegacia de polícia. Lá o apresentaram ao delegado de plantão como um caso de fragrante de drogas, pois além da bagana que ele fumava, em seu bolso foi encontrado mais meia dúzia de “baseados”.

- É esse moleque já está dando canseira, disse o delegado, leva ele pra nove.

Era a primeira vez que ele havia sido pego com drogas e levado para uma cela, pois todas as outras vezes, por ser menor de idade, após algumas horas de carceragem, e depois de ouvir longos sermões, era liberado e ia para casa sem maiores conseqüências.
Ao colocarem-no naquele cubículo de doze metros quadrados, onde havia quinze meliantes cumprindo pena, deparou com vários pares de olhos curiosos a olharem para ele.
Foi apavorante. Na maioria daqueles olhares além de curiosidade havia indiferença, mas em alguns deles a maldade refletia como se tivesse vida.
Um negro forte com cara de mau - ele tinha o nariz quebrado e sua face direita era marcada por uma enorme cicatriz - falou, deixando-o apavorado.

- E ai, meninão. Entra e se sinta em casa. Fique a vontade e não sinta medo que eu vou tomar conta de você direitinho, há há há há.

O Claudinho fumou o seu primeiro baseado quando estava no segundo ano do Grupo Escolar, com oito anos de idade. Dai pra frente, de criança problema, se tornou um adolescente viciado em drogas. Desgosto, trabalho e mil dores de cabeça foram o que deu a seus pais em suas vidas já difíceis.
Menino da cidade, todo dia ele subia no morro e sua vida passou a ser desregrada e perdida. Deixou a escola e não produzia nada. Era um paria que vivia a uma vida ilusória e causadora de muitos sofrimentos para as pessoas que lhe amavam. Não ficava um dia sem fumar um “baseado” e ainda menino se tornou dependente em drogas químicas, as chamadas drogas de farmácia.
Essas não lhe faltavam. Ele as conseguia com um funcionário, também viciado, de uma gráfica da cidade em que morava, blocos de receita azul - receituário médico para medicamentos de tarja preta, controlados - as quais com carimbos de médicos que mandara fazer, falsificava e comprava os remédios. Ia cada dia a uma cidade diferente e de cada farmácia que entrava trazia duas ou três caixas que tomava e vendia á outros garotos viciados.
Menino novo e inteligente servia de "mula" para o principal traficante do morro. O traficante Joel e toda a sua família, que era envolvida no tráfico de drogas, gostavam muito dele e o recebiam na casa em que moravam como se ele fosse da família.
Ele entrava na vila em que o traficante morava - no último casebre da vila, que tinha vinte deles germinados - batia na porta e era bem recebido. Lá ele fumava um “baseado” e recebia um pacote, que a troco de uma “cara de fumo” levava para o endereço que lhe era dado.
Ele corria risco, infringia a lei, era um perfeito “laranja”. Uma criança, como muitas, sendo usada no trabalho sujo do tráfico de drogas e que se julgava um grande malandro. Que em troca de alguns “baseados” fazia sofrer as pessoas e era usado covardemente.

O sorriso do negro a sua frente o deixou paralisado.
Até agora tudo fora alegria. Muita droga, muita ilusão e muito sofrimento alheio. Ele mesmo vivia alienado e não percebia o sofrimento que provocava e o mal que fazia a si próprio.
Agora era chegada a hora de acertar as contas e pagar pelo sofrimento causado a seus pais, só que o filho da puta deu sorte. Da cela ao lado ele ouviu um grito que era um aviso e ao mesmo tempo um ordem:

- Damião, o negro safado, deixa o garoto em paz que ele é prata da casa. Fica longe do menino que ele tem a minha proteção.

Era o traficante Joel que havia sido preso há alguns dias e era um dos líderes da cadeia.
Marcelo ficou um mês encarcerado. Por ter sido a sua primeira infração na maioridade, e principalmente, graças à influência de seu pai, conseguiu a liberdade. Passou na verdade um mês de férias sendo bem tratado pelos companheiros, só que esse caso foi uma exceção.

Ele, eu volto a dizer, deu sorte, mas nem sempre é assim.; ou melhor, quase nunca é assim. O normal seria ele ter sido usado pelos prisioneiros. Ter sido enrabado por ser um garoto bonito, um pobre viciado que cai nas mãos de bandidos de verdade. Quando foi solto voltou para as ruas sem ter consciência da sorte que teve e, com certeza, de que iria voltar a ser preso.
Passado alguns meses ele foi pego novamente em flagrante. Ao ser colocado na mesma cela em que havia estado a primeira pessoa que viu foi o negro Damião sorrindo. Sentiu um frio percorrer-lhe o corpo quando ele lhe falou:

- Oi meninão, hoje o Joel não está por aqui. Vem cá, deixa eu te fazer feliz.

Dessa vez ele foi estuprado, os prisioneiros que lá estavam o sacanearam de todas as maneiras e judiaram muito dele. Teve de chupar o “pau” de todos eles, que gozaram em sua boca e fizeram fila pra enrabá-lo.




É, o Claudinho, um rapaz bonito, inteligente e "muito louco" trocou tudo por um “baseado”, inclusive sua hombridade e sua honra.
Pensem garotos. Será que vale a pena essa fuga da realidade? Que em nome de uma pseudo liberdade nos tornemos escravos de nossos destinos?!





CARLOS CUNHA
O Poeta sem limites
















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Arquivo do Poeta / A primeira dama “metelona”




A primeira dama “metelona”

Se já existiu uma pessoa que quando era ainda menina gostava de trepar era ela. Dava pra todo mundo e o carinha nem precisava dar uma cantada que ela era cheia de iniciativa. Transava com o carteiro, com o moço que anotava as contas de luz e com todos os funcionários, das mais diversas agências, que cobriam a rua em que ela morava. Quando um deles chegava a casa dela, para entregar uma conta ou qualquer outro serviço, ela estava sempre na janela. Dava pra ele um sorriso e dizia:

- Olá, você está passando cedo hoje. Em um dia quente assim esse seu serviço deve ser muito cansativo. Entra um pouquinho pra tomar uma água gelada.

- Ta quente mesmo, só que, é melhor eu tomar aqui fora. A sua mãe pode não gostar que eu entre.

- Ela não liga não e agora nem ta em casa. Foi na casa da minha tia e só vem de tarde. Entra assim você descansa um pouco.

Pronto, o funcionário estava seduzido. Quando ele estava dentro da casa ela lhe dava o copo de água que lhe oferecera e ia direto ao assunto:

- E então moço. Está calor, mas isso não atrapalha em nada. Já que estamos sozinhos que tal darmos uma trepada?

Enquanto falava ia tirando a roupa e antes que ele entendesse o que estava acontecendo ela já tinha se jogado em seus braços, pra com ele fazer as maiores sacanagens. E o sujeito tinha que dar conta. Se ele não comesse o rabo dela, chupasse ela inteirinha e desse três ou quatro fodas seguidas, ela o chamava de “viado” na cara e nunca mais olhava pra ele.
Mas se ele correspondesse, à tara da qual ela era possuída, ficava muito feliz e pedia pra que ele voltasse no outro dia dizendo que a mãe não estaria em casa de novo e que eles poderiam fazer uma sacanagem muito maior.
Quando ele ia embora ela pensava:
"Esse foi aprovado. Bebi a “porra” dele e ela era doce que nem leite moça. Vamos ver o próximo que vai aparecer se da no coro?”.
E voltava pra janela onde ficava, com a “xóta” coçando, a espera de que um outro funcionário aparecesse.
Se ia comprar carne trepava com o açougueiro ou com o balconista, quando não chegava lá no açougue na hora em que estavam fechando e ia com os dois para o depósito de carnes fazer uma suruba. Fazia feira e nela ia bem cedinho, na hora que tinha pouca gente e ninguém ia ver ela sendo enrabada debaixo de uma lona ou atrás de uma barraca. Numa excursão se sentava no último banco do ônibus para poder fazer pra alguém uma chupeta durante a viagem. No lugar em que tinha ido passear não deixava de dar uma cantada em um turista e na volta sempre trepava com o motorista em uma parada para abastecer. Ela era insaciável.


Isso foi quando ela era uma menina, mas agora que é uma mulher mais velha criou juízo e todo aquele descontrole que tinha, que fazia com que se atirasse nos braços de qualquer homem, foi dominado. Como mulher casada e senhora respeitável, que tem o seu nome e o do marido, um político eminente, para zelar tem de saber fazer as coisas. Continua adorando um pinto e trepar ainda é a coisa mais gostosa que conhece e o maior divertimento da sua vida.
Não deixou de ser uma vadia, mas agora escolhe os seus homens com critério e moderação. Só mete com o secretário e alguns membros da equipe que dá apoio ao seu marido. Também tem amantes na câmera dos deputados, no senado e na assembléia legislativa que freqüentam á sua casa, e sentam-se à mesa para almoçar, quando o seu marido está presente, e na sua ausência metem a rola e fazem a maior sacanagem com a mulher dele.
Ainda gosta de variar, mas só que agora nada de trepar com o carteiro ou qualquer outro funcionário subalterno. Viaja para o exterior e trepa com todo o homem de paletó e gravata que vê pela frente, sem deixar de manter o anonimato. Continua sendo uma vagabunda e grande “metelona”, mas agora faz tudo certinho porque precisa preservar o nome do marido e manter, perante o eleitorado dele, sua imagem de mulher séria e inatacável de primeira dama.




CARLOS CUNHA / o Poeta sem limites




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