Almas mil
Almas mil, nos porões do meu ser
a apodrecer. Enquanto a alma liberta,
mas não desperta, caminhava solta,
louca desvairada, pela estrada do nada.
E tão surda seguia que não ouvia
a gritaria das almas pares acorrentadas
no mais profundo do ser empilhadas.
Almas sofridas, de tudo excluídas, que
só queriam apontar o rumo, a direção.
E mais sofriam ao perceber que a alma
solta vagava em vão, e cada vez mais se
distanciava da única estrada, que poderia
a todas libertar. Era só segurar nas mãos
de Deus e se deixar levar.
Lita Moniz
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