O dia amanheceu sombrio. Chovia fino e as gotas que escorriam pelo vidro da janela pareciam lágrimas. Límpidas lágrimas que me fizeram lembrar seus olhos marejados, enquanto falava aquelas coisas para mim, na noite de ontem. Tudo está gravado na minha mente e até o seu perfume ainda paira no ar.
Fico me perguntando, porque as coisas não acontecem conforme nossos desejos? Ah, como seria bom se você ainda estivesse aqui para...
Olho ao redor e, em cada canto parece estar você, sentada com as pernas cruzadas, graciosamente, rindo por alguma brincadeira gostosa que tivemos feito; ou de pé, diante do espelho vestida com a minha cueca...Ah ah ah ah...Que coisa mais esquisita!... Mas em você tudo fica lindo e cheio de graça. Mas seu perfume continuava tão forte como se você estivesse presente... Fiquei apreensivo, preocupado mesmo. Porque você não estava, aonde teria ido, ou teria acontecido algo com você!
Eu não devia ter dito aquelas coisas para você...Eu devia era ter colorido os seus sonhos, a sua imaginação, ter enchido a sua bola. Depois então, quando bem enternecidos, entre beijos e abraços, suavemente desabotoar a sua blusa para livrar toda a formosura que se me oferecia.
Mas em vez disso - que fiasco - me aborreci e dormi. Ah se arrependimento matasse, desejaria estar morto por ter deixado passar em branco momentos lindos de sonho de felicidade!
Aonde teria ido o meu amor? E essa chuva fina que não pára... Agarro-me fortemente ao travesseiro, imaginando ter seu rosto colado ao meu, tal o perfume de você... Ai foi que eu percebi... Você envolveu meu travesseiro com a sua blusa!
Mas, pensando bem: De que me valeria morrer, mesmo que de arrependimento? Bobagem. Eu quero é mais, meu amor, que você volte. Volte com outra blusa e vamos fazer diferente a nossa história, minha querida namorada!
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MENDIGNO - 12/06/2006- J.W.DE MACEDO -
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