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Artigos-->Governo Marca Emboscada Para Servidores -- 05/08/2003 - 14:09 (Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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Governo arma emboscada para servidores do INSS.

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Démerson Dias, de Brasília



Se manchas as praças com teus esquadrões

Sangrando ativistas, cambistas, turistas, peões

A lei abre os olhos, a lei tem pudor

e espeta o seu próprio inspetor

Hino de Duran - Segundo Turno (Chico Buarque)



O que foi divulgado pela imprensa como uma "desocupação de rotina" de um prédio público invadido por baderneiros corresponde na verdade a um histórico de dissimulação, irresponsabilidade e cilada por parte dos representantes do governo Lula.



Na verdade, os servidores foram pela manhã para o prédio do INSS para tentar uma negociação com o presidente do órgão Taiti Inemami.



Pela manhã os trabalhadores impediram a abertura do prédio e esperaram os diretores do instituto chegarem. Com a chegada destes foi negociado que entrariam no prédio alguns representantes do INSS e uma comissão dos funcionários.



É importante historiar que o descaso e a intransigência com os servidores já vêm de longa data, isso sem mencionar os anos de arrocho no governo passado. Há mais de dois anos o governo vinha negociando com diversos setores a implementação de planos de cargos e salários. No ano passado, com a intermediação da bancada petista algumas medidas haviam sido negociadas com os servidores. Não só o governo anterior não cumpriu, como o atual vem postergando o cumprimento daquele acordo avalizado pela atual bancada governista. Esse era um dos itens que levou os servidores a exigir uma intervenção direta da presidência do órgão. A outra questão foi o desconto dos dias parados na greve contra a entrega da previdência aos banqueiros e ao capital internacional. Reiterando, não houvesse a persistente intransigência, nem movimento haveria.



Ao longo do dia uma série de idas e vindas, a comissão de funcionários estava dentro do prédio negociando com o presidente do órgão. Ele pediu que o aguardassem e teria ido conversar com o ministro da previdência. Quando retornou alegando que seria hostilizado pelos manifestantes, pediu que descessem a senadora Heloisa Helena, e dois diretores da Fenasps, Janira do Rio de Janeiro e João Torquato, este também dirigente da CUT-DF.



Outros representantes permaneceram na sala de reunião a espera do retorno do presidente do órgão. Qual não é a surpresa dos companheiros quando, ao descerem, ao invés do presidente, encontraram a tropa de elite da Polícia Federal (COT - Comando de Operações Táticas), aquele tipo de contingente policial utilizado para combater criminosos de alta periculosidade.



Com a truculência que caracteriza esses tipo de operativo, os servidores e a senadora foram tratados como meliantes e arrastados pelo chão. Mas não foi só isso, nem os seguranças terceirizados, nem a polícia militar foi poupada das agressões e do gás lacrimogêneo. É bom que se diga que esse fato se deu já por volta das 19 horas quando o movimento já havia praticamente se dispersado. Não havia ocupação alguma a ser dispersada! Quando a tropa de choque chegou, os dirigentes estavam aguardando o retorno do senhor Taiti Inemami. Muito poucos ainda estavam aguardando a comissão de negociação, basicamente dirigentes, inclusive de outras categorias que estavam ali em solidariedade.



A Tropa de Choque, ao contrário do que é costume não procurou dispersar os que estavam fora, antes, os encurralou entre dois contingentes e lançaram gás lacrimogêneo. Dentro do prédio, não pouparam truculência entraram com armas em punho e emboscaram os que haviam sido solicitados para "escoltar o presidente do INSS" até o local da reunião. Os que haviam ficado esperando na sala de reuniões foram igualmente surpreendidos pelo comando tático que ali chegou com a delicadeza habitual. Tentaram explicar que estavam esperando o presidente do INSS, e até pediram ao comandante da operação que conversasse com ele que estava ao telefone. Como resposta, foram ameaçados e informados que não estavam subordinados ao presidente do INSS e estavam ali para desocupar o órgão, se necessário com o uso da força.



Diante da ameaça os representantes dos trabalhadores se deram as mãos e desceram as escadas dizendo palavras de ordem. Do outro lado os integrantes da tropa os agrediam com a ponta dos cacetetes.



Por questão de tempo e espaço, não é possível descrever o embate ocorrido também com a polícia militar um pouco mais cedo que, tentou também a desocupação, sem sucesso. Se o senhor Taiti Inemami tivesse dito aos representantes que não mais os receberia, sem dúvida o encaminhamento seria outro. Mas, seja por inépcia, seja por convicção autoritária, o que se deu foi uma verdadeira emboscada contra trabalhadores desarmados e uma autoridade da república.



Curiosa a democracia em que um comandante da polícia não recua nem mesmo diante de uma autoridade muito superior a ele. Desnecessário teorizar mais sobre hierarquia na democracia burguesa tipicamente patrimonialista. Há uma longa trajetória para que este país seja efetivamente democrático, sendo que nem sequer existe no horizonte essa perspectiva , como se vê.



Para imprensa, o sr. Berzoini disse haver alertado a senadora que haveria a desocupação. Ou seja, era sabido, inclusive que no recinto e acompanhando as negociações havia uma senadora. Fica constatado que isso não tem qualquer importância para o governo. Quem não se subordina é tratado na base da porrada e do "cacetete democrático" da tropa de choque.



O governo petista não tem muita noção do que é ter o aparelho repressor do estado nas mãos. É como Bush diante da bomba atômica, uma temeridade. A função institucional da polícia é combater o crime com práticas criminosas só que autorizadas por lei. O país ainda nem digeriu a tropa de choque da PM ocupando de arma em punho o Congresso Nacional para descer o cacete nos trabalhadores e agora o governo repete o feito. Está virando hábito é há aqueles que parecem sentir algum prazer nisso. O poder corrompe é sabido. Vai saber que tipo de tara sádica não alenta os devaneios dos membros da cúpula. Doi-Codi para os que realmente tenham padecido nos porões deve ser não mais que uma vaga lembrança. O governo do PT está muito a vontade com o cacetete em punho.



O Comando de Greve dos Federais está denunciando publicamente mais essa investiva violenta do governo que repete as práticas que levaram ao surgimento da histórica resistência dos trabalhadores no atual período da história do país. Como o governo não demonstra o menor respeito pelos servidores é óbvio que perderá também todo o respeito por parte daqueles que, a rigor, deveriam encaminhar as decisões do governo.



Lula e seu governo vem até aqui demonstrando que no papel de patrões, têm postura deplorável. Pior do que alguns dos patrões contra os quais os trabalhadores já tiveram que lutar. Pelo jeito aprenderam também muito bem a prática da truculência. Há no governo os que a justificam. Ainda bem que fecharam o Carandiru.



Que a sociedade não se surpreenda com o recrudescimento da violência, inclusive em relação ao próprio serviço público. O governo vai perdendo muito rapidamente qualquer respeito por parte dos servidores. Talvez já tenha até ultrapassado um ponto sem volta. Difícil saber o que estará de pé quando for restaurada a normalidade, se é que haverá alguma normalidade diante da estúpida, absurda e autoritária investida contra um direito fundamental como é a previdência pública.



Ou o governo disfarça pelo menos que é democrático, ou vai aprender pela via mais dolorosa que, a exemplo dos juízes, a polícia e os militares são também funcionários públicos. E existem limites bastante concretos quando à coragem de um governo em valer-se covardemente do aparelho repressor. É fácil ter coragem nestas condições. Quando a maré muda não adianta gritar pela razoabilidade. É melhor antes dar o exemplo.



Em tempo. Este relato amenizou bastante as avaliações dos dirigentes sindicais quanto a esse episódio. À sociedade, cumpre estar atenta quando os confrontos patrocinados pelo aparelho repressor do Estado se transformam no único argumento oferecido aos que reivindicam e lutam por justiça. Depois não adianta reclamar que a coisa fugiu ao controle. Pode ser tarde demais.



Démerson Dias é coordenador do sindicato (Sintrajud) e da federação dos judiciários (Fenajufe) e está em Brasília participando das atividades contra a privatização da previdência.



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