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Teses_Monologos-->Aleitamento Materno / MONOGRAFIA -- 04/09/2003 - 16:38 (Márcio Filgueiras de Amorim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ADRIANA MARÇAL CARNEIRO

ALEITAMENTO MATERNO

unilesteMG – CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS
IPATINGA – MG
2003
Sumário


Sumário 1
Introdução 3
Desenvolvimento 4
1.0 Anatomia da Mama 4
2.0 Fisiologia da Lactação 4
3.0 Composição do Leite Materno 5
3.1 Colostro 5
3.2 Principais componentes imunológicos do leite materno 6
4.0 Benefícios da Amamentação 6
4.1 Benefícios para o Bebê : 6
4.2 Benefícios para a Mãe 8
5.0 Técnicas de Amamentação 8
5.1 Como oferecer o seio ao bebê 8
5.2 Posições para Amamentar 9
6.0 Problemas mais comuns na Amamentação 9
6.1 Ingurgitamento mamário 9
6.2 Fissura no mamilo 10
6.3 Mastite 10
6.4 Ducto bloqueado (mama empedrada ou ingurgitada) 10
7.0 Doenças da Mãe e Lactação 11
7.1 Tuberculose 11
7.2 Hanseníase 11
7.3 Hepatite B 12
7.4 Citomegalia 12
7.5 Mastite 12
7.6 Malária 12
7.7 Herpes simples 12
7.8 Varicela (catapora) 12
7.9 Doença de Chagas 13
8.0 Drogas e Lactação 13
Conclusão 14
Referências Bibliográficas 15
Anexo 16

Introdução

O leite humano é muito mais do que um simples conjunto de nutrientes: pela sua complexidade biológica, é uma substância viva ativamente protetora e imunomoduladora. O resultado mais evidente é a menor morbimortalidade em crianças amamentadas ao seio em comparação com os alimentos artificialmente, com impacto particularmente dramático em comunidades pobres.
Porém, a decisão de amamentar é construída a partir das vivências da mãe e da relação com os conceitos e experiências de sua cultura e tradição, trazidos em atitudes e opiniões com relação à amamentação. O aleitamento materno também incentiva a ligação mãe- bebê.

Desenvolvimento


1.0 Anatomia da Mama

A mama, conhecida como seio ou peito, apresenta internamente um conjunto de 15 a 20 glândulas mamárias (parecidas com cachos de uva), dispostas ordenadamente em seu interior, de modo que o começo de cada conjunto de glândulas fica na altura do mamilo. Cada glândula bem pequena é unida a outras, e estas, a canais finos e curtos, que se ligam a uma bolsa ou depósito de leite. Este depósito de leite fica situado sob a região próxima à aréola, isto é, aquela parte mais escura em volta do bico do seio. Para evitar que o seio fique empedrado, deve-se usar sutiãs que dêem maior sustentação aos seios, para permitir que os canais do leite sejam mantidos retos.

2.0 Fisiologia da Lactação


O leite materno é produzido pela ação de hormônios e reflexos (fenômenos neuroendócrinos). O estrogênio e a progesterona, presentes em grandes quantidades durante a gestação, estimulam os sistemas de ductos e alvéolos do seio. Isto causa proliferação e diferenciação das glândulas mamárias e a produção de um colostro claro, ralo e com aspecto de soro, logo no inicio do segundo mês de gravidez. O colostro continua a ser secretado até o fim, mas os hormônios esteróides sexuais inibem a formação do hormônio lactogênico (prolactina), que causa a real produção de leite.
Após o nascimento o bebê e a saída da placenta, os níveis de estrogênio e progesterona caem profundamente, e a prolactina, liberada pelo lobo anterior da glândula pituitária, atua sobre os alvéolos mamários para produzir leite. Níveis ótimos dos hormônios da tireóide e da glândula supra-renal são também necessários à lactação, embora realizem papel secundário. Tudo isto é alcançado sem esforço na amamentação.
Ao sugar o seio, o recém-nascido estimula as terminações nervosas que se localizam abaixo da aréola, enviando um estímulo à hipófise, cujo lobo anterior libera a prolactina, e o lobo posterior, a ocitocina. Este hormônio galactocinético (a ocitocina) atua contraindo as células mioepiteliais que rodeiam os alvéolos, provocando o reflexo da ejeção ou saída do leite.
A ocitocina também é responsável pela contração do útero, acelerando sua involução e portanto diminuindo o sangramento pós-parto. Algumas mães queixam-se de cólicas durante as mamadas nos primeiros dias após o parto. Isto se deve à contração uterina que ocorre com o estímulo da sucção.



3.0 Composição do Leite Materno


A partir do segundo trimestre da gestação, a glândula mamária da mulher tem atividade suficiente para produzir leite. As proteínas do leite humano são estrutural e qualitativamente diferentes das do leite de vaca. Do conteúdo protéico do leite humano 80% é lactoalbumina, enquanto no leite de vaca, esta proporção é de caseína. A baixa concentração de caseína no leite humano resulta na formação de coalho gástrico mais leve, com flóculos de mais fácil digestão e com reduzido tempo de esvaziamento gástrico.
O leite do início da mamada parece acinzentado e aguado, rico em proteína, lactose, vitaminas, minerais e água. Em uma ou duas semanas, o leite aumenta em quantidade e muda seu aspecto e composição. Este é o leite maduro, que contém todos os nutrientes dos quais a criança precisa para crescer. O leite materno maduro parece mais ralo que o leite de vaca, e isso faz muitas mães pensarem que seu leite é fraco. É importante esclarecer que esta aparência aguada é normal, e que o leite materno fornece água suficiente, mesmo em climas muito quentes. O leite que surge no final da mamada parece mais branco do que o leite do início, porque contém mais gordura. A gordura torna o leite do fim mais rico em energia, fornece mais da metade da energia total do leite materno.
A criança precisa tanto do leite do começo quanto do fim para crescer e se desenvolver. É importante deixar que ela pare espontaneamente de mamar. A interrupção da mamada pode fazer com que ele receba pequena quantidade de leite do fim, o que resulta em menor consumo de gorduras, necessárias para o desenvolvimento adequado.


3.1 Colostro

Nos primeiros dias depois do parto, as mamas secretam colostro. O colostro é amarelado e mais translúcido que o leite maduro, e é secretado apenas em pequenas quantidades. Mas isto é suficiente para uma criança normal, e é exatamente aquilo de que ela precisa para os primeiros dias. Contém mais anticorpos e mais células brancas que o leite maduro. Dá a primeira "imunização", para proteger a criança contra bactérias e vírus.
Ele é também rico em fatores de crescimento que estimulam o intestino imaturo da criança a se desenvolver. O fator de crescimento prepara o intestino para digerir e absorver o leite maduro, e impede a absorção de proteínas não digeridas. Se a criança recebe leite de vaca ou de outro tipo antes de receber o colostro, estes alimentos podem lesar o intestino e causar alergias.O colostro é laxativo e auxilia a eliminação do mecônio (primeiras fezes muito escuras). Isto ajuda a evitar a icterícia.

3.2 Principais componentes imunológicos do leite materno

Þ Iga Secretora - impermeabilização anti-séptica das mucosas (digestiva, respiratória, urinária);
Þ Lactoferrina - ação bacteriostática (retirada de ferro);
Þ Lisozima - ação bactericida (lise das bactérias);
Þ Macrófagos - fagocitose (engloba as bactérias);
Þ Fator bífido - lactobacilos e ácidos orgânicos: bactericida.


4.0 Benefícios da Amamentação

As mães que amamentam pela primeira vez se questionam sobre o fato de o bebê estar ou não recebendo alimentação satisfatória. Um bebê cujo intestino funcione seis ou mais vezes por dia certamente está recebendo quantidade suficiente de leite materno, mas os bebês alimentados exclusivamente ao seio também podem ficar alguns dias sem evacuar. Se seu bebê está engordando adequadamente, é sinal de que ele está sendo bem alimentado.
Em geral, os bebês mamam a cada duas ou três horas no primeiro mês. O melhor para mãe e bebê é respeitar os limites estabelecidos pelo lactente. Por isso, os especialistas aconselham que as mães, durante os primeiros 5 meses, ofereçam o seio toda vez que o bebê sentir fome. Para aquelas que não sabem se o choro é ou não de fome, uma dica: observe as fraldas. Se estiverem sujas ou molhadas, troque-as. Provavelmente ele vai parar de chorar. Caso contrário, ofereça o seio. Se o choro for de fome, ele vai mamar. Mas se ainda assim o choro persistir, ligue para o pediatra para solucionar o desconforto do bebê.


4.1 Benefícios para o Bebê :

Todos os bebês precisam de carinho. Inúmeras pesquisas mostram: bebês que experimentam pouco contato físico com sua mães têm maior risco de adoecer e até de morrer. Na amamentação, o contato físico é maior e proporciona à mãe e ao bebê um momento de proximidade diária. Essa ligação emocional muito forte e precoce pode facilitar o desenvolvimento da criança e seu relacionamento com outras pessoas.
Mesmo com boas intenções, pais que oferecem a mamadeira têm a tendência de deixar a criança se alimentando sozinha (especialmente os bebês maiores). Além de isso não oferecer contato físico à criança, contribui para um possível risco de engasgamento ou asfixia.
O desenvolvimento psicomotor e social do bebê amamentado é visivelmente melhor e resulta, na idade de um ano, em vantagens significantes. O leite materno contém endorfina, substância química que ajuda a suprimir a dor. Por isso, amamentar o bebê logo após uma vacina ajuda a superar a dor e reforça a eficiência da vacina.
O leite materno contém todos os nutrientes de que a criança precisa nos primeiros seis meses de vida. Tem água em quantidade suficiente: até em clima quente e seco, o bebê que mama exclusivamente no seio não precisa nem mesmo de água ou chá. Contém proteína e gordura mais adequadas para a criança, e na quantidade certa. Também tem mais lactose (açúcar do leite) do que os outros leites, além de vitaminas em quantidades suficientes — não há necessidade de suplementos vitamínicos. Tem ferro na quantidade adequada: não é grande porção, mas ele é muito bem absorvido pelo organismo da criança. Além disso, há quantidades adequadas de sais, cálcio e fósforo; há também uma enzima especial (lipase) que digere gorduras, por isso o leite não é "pesado" como outros, sendo facilmente digerido e absorvido. A criança em aleitamento materno exclusivo pode querer uma nova mamada em intervalo menor do que aquela que está tomando mamadeira.
Crianças que tomam mamadeira têm maior risco de obesidade na vida adulta. Aquelas em aleitamento materno exclusivo têm menos quadros infecciosos, porque o leite materno é estéril, isento de bactérias, e contém fatores antiinfecciosos que incluem: células brancas vivas (leucócitos) que matam as bactérias; anticorpos (imunoglobinas) contra muitas das infecções mais comuns. Isto ajuda a proteger a criança até que ela comece a produzir seus próprios anticorpos. Se a mãe tiver uma infecção, os anticorpos logo aparecerão em seu leite. Uma substância chamada fator bífido, que facilita o crescimento de uma bactéria especial benéfica (Lactobacíllus bífidus), no intestino da criança. Essa bactéria impede que outras cresçam e causem diarréia; a lactoferrina, que se associa ao ferro, impede o crescimento de bactérias patogênicas que precisam deste elemento.
Nos bebês, o ato de sugar o seio é importante para o desenvolvimento das mandíbulas. Bebês que mamam têm de usar 60 vezes mais energia para conseguir o alimento do que aqueles que tomam a mamadeira. Como as mandíbulas são músculos, esses são excelentes exercícios, que proporcionam o crescimento saudável de mandíbulas bem formadas. Entre as crianças, quanto maior o período de amamentação, menor o risco de má-oclusão dos dentes. Por outro lado, as mamadeiras com açúcar, especialmente as oferecidas à noite, são causadoras de cáries precoces.
Dificuldades de fala e com a língua são freqüentes em bebês alimentados com mamadeira, porque eles tentam fazer com que o leite flua de um bico artificial. Este esforço pode levar a problemas de fala, assim como a respirar pela boca, morder os lábios, entre outros. Crianças alimentadas com mamadeira têm maior risco de desenvolver alergias. Essa questão é particularmente importante no caso de famílias com histórico de asma e outras doenças alérgicas. A incidência de otite média é 3 a 4 vezes mais comum entre as crianças alimentadas com mamadeira que entre aquelas alimentadas ao seio. Crianças alimentadas artificialmente têm maior risco de desenvolver certos linfomas.
Bebês prematuros são especialmente beneficiados com a amamentação. O leite produzido pelas mulheres que tiveram bebês prematuros é diferente do leite das mulheres cuja gestação demora os nove meses. Especificamente, durante o primeiro mês pós-parto, o leite de mães de bebês prematuros mantém a composição similar ao colostro — que é um leite especial para esta fase, assim como os outros que o sucedem são específicos para cada fase dos bebês.
Os bebês amamentados têm menor risco de contrair enterecolite necrotizante (uma doença intestinal grave). A amamentação protege o bebê contra problemas de visão. O leite materno é, em geral, a maior fonte de vitamina A nos primeiros 12 meses de vida (ou durante o período de amamentação).


4.2 Benefícios para a Mãe

A mãe que amamenta se sente mais segura e menos ansiosa. A amamentação proporciona mais agilidade na diminuição do volume do útero e minimiza o risco de hemorragia no pós-parto, uma das principais causas de mortalidade materna. Quando a hipófise é estimulada pela progesterona, libera um hormônio chamado ocitocina, estimulante das contrações que vão diminuir o tamanho do útero e expulsar a placenta. Essas contrações também agem nos vasos sanguíneos da mulher, diminuindo o sangramento.
A mulher que amamenta tem menos risco de desenvolver anemia (deficiência de ferro) e câncer de mama. Já que as mulheres amamentando exclusivamente demoram mais tempo para menstruar, seu "estoque" de ferro não é diminuído com o sangramento mensal. A amamentação também diminui o risco de osteoporose na vida madura e diminui a necessidade de insulina entre as mulheres diabéticas. A amamentação estabiliza o processo de endometriose materna. Não amamentar aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de ovário e câncer endometrial. O aleitamento pode auxiliar a espaçar a intermitência das gestações. Amamentar ajuda a mulher voltar ao peso habitual mais rapidamente.
O leite materno está sempre na temperatura ideal, então você não precisa se preocupar se está frio ou se vai queimar a boquinha do neném. Além do mais, nunca azeda ou estraga na mama.


5.0 Técnicas de Amamentação

Amamentar não é difícil, o instinto natural do bebê já o prepara para a amamentação. Mas até mãe e filho se acostumarem com a nova situação, é necessário ter calma e paciência para o perfeito entrosamento entre os dois. Algumas dicas podem ser úteis para o sucesso deste momento.

5.1 Como oferecer o seio ao bebê

Þ Aproxime o mamilo do lábio inferior do bebê. O bebê instintivamente abre a boca;
Þ Coloque não apenas o mamilo, mas o máximo possível da aréola na boca do bebê;
Þ Deixe a cabeça do bebê apoiada, mas livre para que ele possa afastá-la da mama quando quiser respirar;
Þ Não segure a mama durante o aleitamento, a não ser que ela seja muito grande ou caso o bebê não consiga ter uma boa pega.
5.2 Posições para Amamentar

Posição Sentada (forma tradicional)
Na posição sentada, o bebê está de frente para a mãe, de tal maneira que seu abdômen está colocado próximo ao da mãe (barriga com barriga). Quanto mais colados estiverem os corpos, mais fácil para o bebê mamar. A cabeça do bebê deve estar apoiada na altura do cotovelo da mãe, mas livre para o movimentação, e o bumbum em sua mão.

Posição Sentada Inversa (bola de futebol americano)
A posição sentada inversa consegue-se colocando o corpo do bebê debaixo da axila materna, com o ventre apoiado sobre as costelas da mãe (barriga-costela). O corpo do bebê está apoiado pelo braço materno, e a cabeça suspensa pela mão. Nesta posição, consegue-se que o bebê pegue uma boa porção da aréola com a boca.


Posição Deitada

Na posição deitada, a mãe e o bebê estão frente a frente (barriga com barriga). A mãe oferece o peito do lado em que está deitada. Esta posição e a sentada inversa são mais apropriadas quando a mãe for submetida a uma cesariana.

Posição Especial — Gêmeos
A maioria das mulheres tem leite suficiente para alimentar gêmeos. As dificuldades surgem porque é difícil cuidar de duas crianças simultaneamente. Um modo de amamentar gêmeos ao mesmo tempo é colocar as crianças com o corpo e pernas por baixo dos braços da mãe.


6.0 Problemas mais comuns na Amamentação


6.1 Ingurgitamento mamário

O ingurgitamento mamário consiste em parte no aumento da quantidade de sangue e de fluidos nos tecidos que suportam a mama (congestão vascular), e também na retenção de certa quantidade de leite na glândula mamária. Quando isto ocorre, as duas mamas ficam inchadas (aumentam de volume), dolorosas, quentes, vermelhas, brilhantes e tensas por causa do edema (acúmulo de líquido) nos tecidos. A mãe queixa-se de dor, principalmente na axila, e pode ter febre (a chamada "febre de leite").
O ingurgitamento geralmente ocorre alguns dias (2 a 5) após o nascimento ou em qualquer época durante a amamentação. Para se evitar o ingurgitamento, as mães devem amamentar várias vezes logo após o parto e é preciso verificar se a criança mama em boa posição desde o primeiro dia.

6.2 Fissura no mamilo

As fissuras do mamilo são decorrentes da má posição da criança em relação à mama, do número e duração inadequada das mamadas e principalmente da técnica incorreta de sucção.
Para se tratar a fissura, será necessário corrigir a posição da mamada; lavar os mamilos apenas uma vez ao dia, quando tomar banho; exponha os mamilos ao ar e ao sol, tanto quanto possível, no intervalo das mamadas, ou a banho de luz com lâmpadas de 40 watts, colocadas a um palmo de distância da mama, por 10 minutos de cada lado, 3 vezes ao dia; aplique sempre leite materno nos mamilos antes e após as mamadas, pois isso facilita a cicatrização; mude o posicionamento da amamentação; nos casos graves, dependendo da extensão da fissura, suspenda a sucção direta ao seio por um período de 24 a 48 horas. É aconselhada a retirada do leite manualmente, e o oferecimento ao bebê em um copinho ou colherinha — deve-se evitar o uso de mamadeira.


6.3 Mastite

O acúmulo de leite sem a extração de alívio pode facilitar o início da mastite, que é facilmente reconhecida. Mamas quentes, febre, dor à apalpação e algumas vezes pus podem ser sinais deste problema. O mais freqüente é o aparecimento desta inflamação na 2ª e 3ª semanas depois do parto. Os especialistas aconselham que o melhor é a mãe descansar, e utilizar as medicações prescritas pelo médico.
Para se evitar a mastite, é necessário que se estimule a amamentação livre; se o bebê não esvaziar a mama, complete com a extração. E para se tratar, aplique compressas úmidas e mornas sobre a área afetada, antes de cada mamada, por 5 a 10 minutos, e, se for necessário, também nos intervalos, até sentir alívio; amamente até esvaziar a mama doente; massageie delicadamente as áreas doentes enquanto estiver amamentando; se necessário, tome um analgésico antes de proceder à extração do leite (porém com orientação médica); use sutiã que sustente bem a base da mama, mas que não aperte o seio; se houver demora no início do tratamento, pode se formar um abscesso mamário. Neste caso, suspenda a amamentação na mama afetada, mas não se esqueça de fazer a extração. Após a cicatrização, retome a amamentação nos dois seios.
A mãe deve descansar ao máximo, durante pelo menos 24 horas.

6.4 Ducto bloqueado (mama empedrada ou ingurgitada)

Essa situação é provocada pelo esvaziamento incompleto de um ou mais canais; neste caso, o leite do alvéolo mamário não drena, pois o líquido encontra-se endurecido, bloqueando o canal daquele alvéolo. Uma tumoração dolorosa se forma na mama. A causa exata do ducto bloqueado não está clara, mas pode ser resultado de roupa apertada, ou porque a posição da criança não lhe permite sugar eficientemente aquela parte da mama.
Para prevenir, é necessário que se amamente corretamente e deixe o bebê sugar até o completo esvaziamento da mama, caso isto não ocorra, faça a extração. Não utilize roupas apertadas. O tratamento é feito através de uma melhora na posição da mamada; manter a criança mamando freqüentemente do lado afetado; massageie delicadamente a parte afetada em direção ao mamilo para ajudar a esvaziar aquela parte da mama; aplique um pano úmido e quente na área afetada antes das mamadas.


7.0 Doenças da Mãe e Lactação

7.1 Tuberculose
O bacilo de Koch não é excretado pelo leite materno. A transmissão se faz usualmente pela inalação de gotículas das vias aéreas superiores de um indivíduo com infecção tuberculosa. A porta de entrada é quase sempre o trato respiratório. As formas clínicas são a tuberculose extrapulmonar, que não contra-indica a amamentação, e a tuberculose pulmonar.
A mãe contagiante ou bacilífera (não tratada ou com tratamento iniciado há menos de três semanas do nascimento da criança) deve observar estes cuidados:
Þ não suspender a amamentação; o Bacilo de Koch não é excretado pelo leite materno. Portanto, deve-se retirar o leite com a ajuda de uma bombinha;
Þ diminuir o contato íntimo com o filho;
Þ amamentar com máscara ou similar;
Þ lavar cuidadosamente as mãos;
Þ pesquisar dentro de casa se outras pessoas foram contagiadas.
Os remédios para tuberculose não são contra-indicados para as mães que amamentam.

7.2 Hanseníase
Não é contra-indica a amamentação. A transmissão pode ser feita através de contato inter-humano preferencialmente prolongado (sangue com sangue, por exemplo), secreções nasais e através da pele intacta. Embora o bacilo possa ser excretado pelo leite materno nos casos de Hanseníase da forma virchowiana, não tratada ou tratada há menos de três meses com sulfona (dapsona) ou por três semanas com a rifampicina, não se sabe se esta é uma via significativa de infecção.
A mãe contagiante ou bacilífera (não-tratada ou tratada há menos de três meses com sulfona ou três semanas com rifampicina) deve:
Þ evitar contato íntimo com o filho;
Þ amamentar com máscara ou similar;
Þ lavar cuidadosamente as mãos antes de manipular a criança.

7.3 Hepatite B
Apesar do vírus de hepatite B ser excretado pelo leite materno, a doença não contra-indica a amamentação. Deve-se manter o aleitamento e procurar um pediatra para vacinação e administração de imunoglobulina.

7.4 Citomegalia
Manter a amamentação. A transmissão pós-natal pode acontecer pelo leite materno, mas não costuma ocorrer a manifestação da doença, pois, junto com os vírus, passam também anticorpos maternos passivos.

7.5 Mastite
Não contra-indica a amamentação. Atenção especial deve ser dada ao diagnóstico diferencial entre ingurgitamento mamário, obstrução dos ductos e mastite. No entanto, nenhuma dessas afecções contra-indica a amamentação. O uso de antibióticos também não impede o aleitamento, com exceção da tetraciclina e derivados, que não devem ser prescritos. Os analgésicos e antiinflamatórios não são contra-indicados, com exceção da indometacina e da fenilbutazona.

7.6 Malária
Não é contra-indica a amamentação. O modo de transmissão mais comum é pela picada do mosquito anopheles; menos comumente, pode se dar por transfusão de sangue e agulhas contaminadas. O uso de drogas antimaláricas pela mãe não prejudica a amamentação.

7.7 Herpes simples
Não é contra-indica a amamentação, exceto quando as vesículas herpéticas estiverem localizadas na mama. Cuidados adicionais devem ser tomados com vesículas na face, dedos e mamas, como cobrir as lesões, fazer a lavagem rigorosa das mãos antes de manipular a criança, usar luvas ou proteção para as mãos (lesão dos dedos) e evitar contato íntimo mãe-filho (beijos e afagos) até que as lesões estejam secas.

7.8 Varicela (catapora)
Mães que desenvolvem varicela até cinco dias antes do parto formam e passam anticorpos. O recém-nascido deverá ter uma forma leve de varicela, mas a separação mãe-filho não deve ser feita. Durante este período, o leite materno precisará ser extraído e dado ao bebê.

7.9 Doença de Chagas
Não é contra-indica a amamentação. No caso de haver fissura sangrante, pode ocorrer parasitemia. Durante esta etapa específica, então, a mulher não deve amamentar.



8.0 Drogas e Lactação

Medicamentos (drogas) administrados à mãe, através de sua excreção pelo leite pode afetar desfavoravelmente o lactente. Embora, na maioria dos casos, a dose eliminada pelo leite seja insuficientemente para causar efeitos farmacológicos na criança, há situações em que esse efeitos ocorrem, trazendo risco para a criança. O princípio fundamental da prescrição de medicamentos para mães em lactação baseia-se principalmente no risco verso benefício.
Alguns aspectos práticos para prescrição de drogas em mães durante a lactação são os seguintes:
· Questionar se a terapêutica é necessária e indispensável. Neste caso, a consulta entre o pediatra, o obstetra ou o clínico é muito útil;
· Utilizar drogas subidamente seguras para a criança, de menor efeito colateral;
· Em caso de risco para o lactente, fazer dosagens laboratoriais para determinar os níveis plasmáticos no lactente;
· Programar o horário de administração da droga à mãe, evitando que o pico do medicamento no sangue e no leite materno coincida com o horário da amamentação;
· Evitar drogas de ação prolongada pela maior dificuldade de serem excretadas pelo lactente;
· Observar na criança, o aparecimento de quaisquer sinais ou sintomas, tais como, alteração do padrão alimentar, hábitos de sono, agitação, tônus muscular, distúrbios gastrointestinais.




















Conclusão


O sucesso do aleitamento materno consiste em uma série de medidas visando informar às gestantes os benefícios e as vantagens do leite materno, assim como noções sobre a lactação, estímulos para a produção do leite materno, dificuldades e soluções para os problemas na amamentação.











































Referências Bibliográficas


VIANA, Marcos Borato; MORA, Joaquim Antônio; et al . Pediatria Ambulatorial . 3 ed . Belo Horizonte : Coopmed . 1998.

http://www.marnutri.hpg.ig.com.br/anatomia.htm

http://www.aleitamento.org.br/galeriafotos/albumamamentacao.htm









































Anexo







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