Será um minuto uma vida? Ou a sensação do que ela haverá de ser? A questão, talvez a resposta para a própria indagação? Vejo o grão de trigo, ou o que julgo ser o grão de trigo e não compreendo. Vejo a lua que ao horizonte distante vai surgindo e os meus olhos não compreendem. Acaricio a rosa e sinto o perfume. O que é o perfume? O que é a sensação? O que sou eu?
O que é mais importante, viver mesmo sem saber porque vive, ou viver por ter o prazer de não saber porquê? Amar e dizer que ama, quando sentir a sensação do que seria o amor. Andar, e supor estar locomovendo ou se encontrar estático quando na realidade tua luz vaga pelo infinito.
Sou tudo, ao mesmo tempo que sou nada, e ao menos tenho noção do que é o tudo ou o nada. Sou a sensação do que não é destrutível, e que também não é aconselhável. O homem degenera sem saber porquê e o que é na realidade. Será a vida uma ilusão? Será o homem um fruto desta ilusão? Nascer, crescer, desenvolver, multiplicar, morrer... Será somente isto viver?
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