Inhooo, já vi, não tem nada não. Mais tarde veja lá... Conversa de sempre, quando chego em casa, perguntando das cartas e do envelope de São Miguel com o jornal. Às vezes, vou checar à noite e encontro várias correspondências e me sinto conectado. Até é estranho dizer isso, nesses dias de tudo que é rede social, como chamam por aí. Agora há pouco entrei em meu e-mail de trabalho, aliás, tenho dois. Num deles, o mais antigo, encontrei sessenta e três e-mails. É, no seu e-mail, você só pode encontrar e-mails, eee... Deles, deletei cinquenta e oito, não se aproveitava nada; os tais spams. Abrindo parênteses - Spam, mensagem indesejada ou não solicitada, recebida geralmente com fins comerciais ou de disseminação furtiva de vírus, conforme está no dicionário e mais, são mensagens expedidas dia e noite para considerável número de usuários. Palavra de origem inglesa, já incorporada, pelo excesso. Fechando e indo para outro e-mail; neste encontrei vinte, todos do meu trabalho e um spam já apagado. Dei uma olhada geral e optei em deixar para amanhã as respostas, ou seja, desconectei.
Amanhã cedo tenho consulta médica, com exames de monte, todos puxados na internet pelo site do Fleury, chique não. Acho que necessidade, mas, mesmo assim, recebi alguns pelo motoboy; os de imagem. Ah, nessa sexta passada não vi nada na caixa de correio, nenhunzinho envelope. Todo mundo se acha ligado com o mundo, através das redes, no entanto, aqui na rua toda casa tem sua caixa de correio e conhece o carteiro, sempre esperando alguma coisa. Apesar de tê-los, via on-line, sosseguei ao vê-los no envelope fechado, os exames. Estou escrevendo esta, com o som do Youtube, o dicionário do Uol, o Facebook aberto, até posso pedir um café por ele, pois a Edna está vendo televisão e conferindo sua página. É muito meio de comunicação, nem conheço todos atualmente. Já tive Orkut, Gazzag, Linkedin, Spacenãoseioque. Tenho dois celulares, um rádio e um Iphone, também um Ipad; que mais - Um Laptop e um desktop, onde estou de frente, tentando lembrar o que tem no carro, aquele treco dos mapas, até bluetooth. Twitter não tenho, torpedo recebo uns; Instagram está instalado, melhor parar...
Cuido da página do Rotary no Facebook, com quase quatro mil amigos, do mundo inteiro; posso ver postagem em qualquer língua, mesmo sem entender nada. Também não tinha entendido, lá no meu primeiro emprego em São Paulo - Um bloquinho em três vias, uma branca com o logotipo e duas amarelinhas, chamado de Memo. Memo!?! De memorando, piorou; não sabia o que era memorando. Tive que usar e aprender. Igualzinho hoje, quanto mais usar as siglas, mais vai aprender. E depois de escrever um Memo, mande pelo malote. Malote!?! Uma espécie de maleta para viagem de documentos. O interno vinha com um menino, meninão e era sanfonado. Ele pegava o seu Memo e colocava na respectiva divisão. Uma pena que não guardei meu primeiro Memo; dele ninguém se esquece, acho que esqueci o meu, como já esqueci o tal do Orkut. Malote externo ainda usamos na empresa, para troca de documentos entre nossos dois escritórios, pois, na era do scanner, o original ainda tem que ir. Escaneia aí, adianta e depois me manda o original. Ouço todo dia essa frase e faço o que tem que ser feito.
Era assim na fase do Fax. Não sabe o que é. Puxando no Wikipédia - Fax, faxe, telefax (abreviaturas do termo latino facsimile e telefacsimile) ou telecópia é uma tecnologia das telecomunicações usada para a transferência remota de documentos através da rede telefónica. Usei muito no início dos anos noventa, quando trabalhei em Suprimentos e mandava as licitações para receber as cotações. O aparelho do fax era disputadíssimo. Você colocava o a-quatro, discava o número, ouvia o sinal, apertava a tecla e zummm, a folha entrava no aparelho e saía no outro, onde você queria mandar. Recebia também, uma cópia até quentinha, pela impressão, só que o documento não tinha validade, ele apagava com o tempo. No nosso caso, tínhamos que tirar uma cópia xerox para arquivar. Era assim, porém um grande meio de comunicação. Outro grande meio, mais antigo, foi o telex, através de telefone, máquina e fita perfurada. Sugiro o Google para mais detalhes. Ao contrário do fax, que nós mesmos mexíamos, para se usar o telex, toda empresa tinha a sala do telex, com a operadora treinada. Nem pensar em por o dedo na máquina, era capaz da mocinha arrancá-lo. Parecem estranhos hoje em dia, foram tão eficientes quanto precisavam ser. Colocavam você no mundo e no arquivo; aliás, nessa era de nuvem de arquivo, pela minha ISO eu preciso de tudo em papel e no arquivo físico mesmo. Mandei uma primeira carta para alguém de Moçambique, naqueles anos de intercàmbio estudantil, depois fiz uma segunda no Café Santo André, para vender pó e açúcar. De vez em quando assino uma, para encaminhar alguma documentação; elas ainda existem e não há e-mail que as substitua. Não se esqueçam que as regras de uma boa carta valem para digitar um e-mail. Tem tanta coisa para se falar de comunicação, como será daqui algum tempo. Quero, ao menos, acompanhar como usuário e neste domingo de vento, dois de doze de doze, chamei a Edna pelo Facebook, será que ela virá ler e me dar um café. Não veio, tive que usar o Ednáááá...
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