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Artigos-->O espiritismo em sua autêntica expressão - continuação -- 04/08/2003 - 00:27 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Continuação do artigo O espiritismo em sua autêntica expressão

Por Deolindo Amorim*



O espiritismo não veio combater, não veio destituir, mas veio superar muita coisa pela renovação de idéias, de costumes, de hábitos mentais... Quem chega ao Espiritismo, depois de outras experiências, quem penetra no pensamento da Doutrina sabe muito bem que a adoração verdadeira é a do coração. (O Livro dos Espíritos, questão no. 653). A mensagem do Espiritismo traz o esclarecimento do Espírito; e à proporção que o Espírito enriquece, também alarga sua visão do mundo e das coisas e, por isso mesmo, vai deixando o culto material, que é puramente exterior, e procurando integrar-se naturalmente nos valores espirituais. Isso não se realiza por imposição nem por medo, mas pela compreensão, gradativamente...O que não é possível é justificar um “ritual espírita”, simplesmente porque muita gente ainda necessita de “certas coisas”. Ficaríamos no círculo vicioso. O Espiritismo veio trazer e fazer mais do que já existia. Se o Espiritismo tivesse vindo para se acomodar a tudo quanto se faz; se tivesse aceitado todas as idéias, todas as concepções que encontrou na Terra, naturalmente o ensino dos Espíritos não teria razão de ser. Seria o caso de perguntar: afinal, a que veio o Espiritismo? Veio esclarecer, veio renovar, ou veio apenas deixar tudo como está? Qual seria, nesse caso, o objetivo da Doutrina? Não, o Espiritismo é renovar.

É verdade que, à luz de uma visão mais ampla, nosso “caldo de cultura” apresenta uma confluência de elementos muito heterogêneos, oriundos de fontes diversas. Em nosso lastro de experiências históricas entraram contingentes do Catolicismo, do Fetichismo, como o Judaísmo, etc. Dentro desse quadro, naturalmente as idéias espíritas teriam de se defrontar, muitas vezes, com as sobrevivências de velhas crenças remanescentes. Fenômeno sociológico inevitável, e que também ocorre noutros países. Isso não quer dizer, entretanto, que a Doutrina Espírita se tenha desfigurado. A Doutrina em si é sempre a mesma em qualquer parte onde penetre, mas o movimento espírita, que é conduzido pelo elemento humano, está sujeito a influências do ambiente. E o que ocorre no Brasil, onde as práticas espíritas apresentam reações e tendências ainda vinculadas à formação religiosa do povo, desde cedo, desde os chamados “albores da nacionalidade”, envolvido na tessitura de um aglomerado de crenças, ritos e concepções muito diversificado em suas fontes. O Espiritismo enfrentou e anda enfrenta uma realidade social com características próprias. E o movimento espírita – diga-se de passagem – não pode evitar as peculiaridades de cada país ou região, elo menos até certo ponto. É um movimento humano, participa de uma sociedade e, por isso mesmo, não pode fugir, em tudo por tudo, aos padrões dessa sociedade, a não ser que se imagine uma comunidade espírita integralmente à parte o que seria de todo impossível na Terra.

Compreendemos, portanto, a realidade social e religiosa em que vivemos. O fato de compreendermos o fenômeno religioso do Brasil, por mais frisantes ou notórias que sejam certas influências ponderáveis no meio brasileiro, não nos autoriza a forçar a adaptação do Espiritismo a certas práticas religiosas. Isso significa que não é necessário ritualizar o Espiritismo, de nenhum modo(!), a fim de que suas idéias possam penetrar em todos os ambientes. Se a Doutrina Espírita não instituiu culto material, não criou seita nem religião formalizada, embora tenha”conseqüências religiosas”, como disse o Codificador, cabe aos próprios espíritas a preservação do caráter da doutrina em sua expressão autêntica. Um dos objetivos da doutrina é justamente esclarecer a inteligência, iluminar o Espírito a fim de que se desprenda, naturalmente, conscientemente, do culto material, do culto exterior, passando à verdadeira adoração, que á a do Espírito. E se assim não fosse, que papel viria desempenhar o Espiritismo no mundo? Onde estaria o sentido progressivo, se o Espiritismo se “enquadrasse” na rotina, nos hábitos, nas tradições que já existiam?...

A doutrina veio exatamente ensinar a adoração íntima, e não a adoração formal. Justamente por isso, e para encerrar esta nossa explanação, devemos entender a palavra culto em duas acepções:

1 – Culto externo (objetivo) – prática religiosa, cerimonial, formas de adoração.

2 - Culto interno (subjetivo) – adoração de consciência, sentimento de submissão, sem medo nem interesses humanos.

Sem culto material, sem adoração exterior, portanto, a Doutrina Espírita educa o homem, dá-lhe novos elementos e convicção, sem imposições nem exigências, a fim de que, pela compreensão, pelo conhecimento, pela renovação íntima, se volte cada vez mais, e conscientemente, para a origem última da Vida e das coisas: DEUS.



(*) Deolindo Amorim: Jornalista, sociólogo e escritor espírita.

1- O livro O espiritismo e as doutrinas espiritualistas – 4.ed. CELD, Rio de Janeiro, “in fine”,

2- Kardec, ª, A Gênese – Cap. I, ed. 25. FEB, Rio de Janeiro.



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