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cronicas-->2100 - Época -- 18/11/2012 - 14:37 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aquela época é que era boa, quantas vezes ouvi ou li isso, mais de mil, principalmente dos passadistas de plantão, que se arvoram da saudade como modo de vida e se esquecem do momento e do futuro. E dá-lhe - Na minha época, eu fazia e acontecia, aquilo sim, aquilo não. Nada de hoje vale, nem o que vem. Só os da época já vivida por eles. Faz muito bem quem não dá mínima atenção e continua olhando pra frente, torcendo para que o futuro seja muito melhor.
Época tem muitas definições no Aulete Dicionário; período de tempo histórico; qualquer período de tempo, como parte de um período maior; período de tempo associado a fatos ou situações do interesse de uma pessoa ou grupo; qualquer período de tempo ou da vida; período do ano, entre outras. Vivemos nossa época atual geológica em que o gelo se reduziu às calotas polares e durante a qual se desenvolveu a civilização humana, nós mesmos, até quando não sabemos.
Esta semana estive em São Miguel por três dias, para ter a companhia da minha mãe neste momento de vida, pois já tive ótimas épocas com ela; mas já passadas, tal água em baixo da ponte não voltam mais. Embora recente, essa companhia já passou e preciso voltar em breve para mais um pouco. Eu e ela saímos, quinta, dar uma volta a pé pela cidade, passos miúdos, um pouco de sol e cidade quieta, igreja fechada, pouca gente na praça, quase ninguém, era feriado, só podia ser, pensei. Ela viu o que eu não estava vendo, a cidade está vivendo outra época, mesmo com o prédio do cinema estático ali no seu canto me trazendo os anos sessenta, não respondi a sua pergunta - Porque não reformam esse prédio e fazem uma coisa nova, de futuro? Talvez a saudade não deixe, comecei a pensar e fui interrompido, vamos descer ali na esquina de baixo, tem umas lojas novas. Era o antigo armazém revigorado em frente ao prédio antigo da Cepeefeele, me parece ainda em condições. Aí me lembrei de que eu ia lá pagar contas de luz, já passou bem passado e continuamos pela Manoel Fogaça, quando encontramos a Noêmia de Deus e minha mãe conversou um pouco, enquanto eu via as construções de comércio, lembrando que eu fui multado ali, por falar ao celular. Veio-me o Beronha correndo chamar para atender alguma ligação lá no posto telefónico da praça, meu pai viajava e chamava. Como pode alguém achar aquela época melhor que esta, nem concluí. Viramos e subimos, prédio do Bradesco, criança eu ia ao Bankiter, deixa pra lá. Atravessamos a praça novamente e seguimos na direção da Siqueira Campos, lembrei-me do Higino jovem cortando cabelo, ele continua firme até hoje. Subimos por trás do supermercado e olha a casa nova do Marmo, casão, linda e moderna, mais atual de tudo. Vira e vira, bonito o escritório da Sudeste, vira e vira de novo, chegamos em casa neste novembro mesmo, conversando sobre este ano e este século.
Sexta, saímos de carro pela manhã, cidade mais movimentada e tudo aberto. Antes eu já tinha ido fazer um joguinho ali no Roberto, mega-sena, para ver se garanto o futuro. Posto de gasolina atual não me deixou lembrar-se daquele que tinha ali, bem antigo e ruim. Fui ao cemitério ver e conversar com meu pai e meu irmão; é um paradoxo ir onde estão os mortos e encontrar só vidas, já vividas, de todas as épocas e lembranças, ali é a hora da saudade, para ser trabalhada. Volta pela cidade e compra no Emeagá, dona Cida nem comentou como era antigamente, não viu necessidade pela quantidade de itens ao seu dispor. Ela acha hoje ser bem melhor, trocou abraços e conversa com o André, seu conhecido e agora meu. Depois almoço, que não ficou a dever a nenhum outro de nenhuma época já passada. Comida a gente sempre lembra, mas vale sempre a do presente, fome não regateia. Desci comprar chocolate de bolinha para meu irmão; Cacau Show é de agora, aí tive que lembrar - Chocolate, por mim era chamado de cacau mesmo.
Sábado ao vir embora de Lancer, pensei quão melhor estava, em relação aos fusquinhas do passado e às caronas de caminhão carregado, não tenho a menor saudade. Cheguei em casa e peguei os jornais de São Miguel para ler, como eles estão carregados daquela época, qualquer passada época, pouco do presente e nada do futuro, nem uma nesga do próximo governo, breve comentário sobre os "secretariáveis". Não é exatamente uma crítica, é fato, pois querer resgatar pessoas e situações de quarenta anos atrás não me indicam viagem ao futuro, a uma nova época. Comemorar centenários e loas à saudade de épocas já vividas não formam novas épocas e, neste dezoito de onze de doze, sinto nossa cidade apta e querendo viver o que vem, viver o que a ela está destinado e que este momento seja uma época boa do seu futuro. Até lá.
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