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cronicas-->1972 - Exames -- 11/11/2012 - 16:55 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Esqueceram de mim, pareceu naquela salinha de espera, já paramentado e aguardando a chamada para os exames de imagens, como ouvi de uma das atendentes - O senhor não foi chamado ainda, não, não fui. Ela fez cara de não sei e saiu. Eu estava tomando águas, para bexiga cheia, já quase, então nem notei a demora. Nessa altura da vida, quantos procedimentos fiz, para acompanhamento dos meus órgãos, até aqui mais ou menos bem e tentei lembrar-me da primeira tirada de sangue, não tenho mais ideia de quando. Talvez antes de eu casar, quando fiz um mini check-up. Só pode ser e - O senhor me acompanhe, por aqui, cuidado e pode deitar-se aí. Por causa da barba branca virei senhor, quase senhorzinho; chegou a médica - Tudo bem, respondi rotina. Sorriso e gel gelado, começando pela tireoide, carótidas, vire-se e mais gel e por enquanto tudo bem, disse ela. Pode ir fazer xixi, para terminarmos. As águas já tinham ocupado seu espaço. Voltei e a doutora desviou um pouco, ficou vendo as minhas tatuagens, até elogiou, contando as três delas; ganhei, tenho cinco. Oquei, terminado, tudo em ordem, desculpe a demora, tchau. Antes do ultrassom, como será que era, devia ser na apalpação. Como o enfermeiro fez para localizar a veia de meu braço esquerdo e uma agulhada, uiiii, oito tubinhos de sangue. Depois de tudo isso aí me agradaram com um lanche, suquinho, café e guloseimas, saí criança de lá.
O pessoal só risadas, contando de um colega falando que tinha feito um raióquis, simples raios-X. Sei quem falou, mas não conto. Os raios X são emissões eletromagnéticas de natureza semelhante à luz visível e são utilizados nas análises das condições dos órgãos internos e pesquisas de fraturas; já tirei um monte de chapas, como se dizem por aí. Nunca quebrei osso nenhum, fico pelos dentes mesmos, individual ou aquelas panoràmicas, que examinam toda a arcada. Tenho algumas dos pulmões. Essa coisa do raióquis é do colegial e só eu lembro.
Não sei se é grave, mas sofro de braço seco, principalmente quando vejo a receita com o pedido do doutor, mais de quarenta solicitações, só fazer as contas e imaginar uns vinte daqueles vidrinhos. Pronto, meu braço seca na hora, nada de sangue. Teve uma vez que o atendente se apresentou com uma cestinha, com dúzias deles. Enfiou a agulha e saiu, parou, saiu, parou... - Mexa os dedos, levante-se, umas gotinhas mais e seca total. Dos tantos, conseguiu sangue para onze. Veio a chefe, olhou e disse - Acho que vai dar. Tinha que dar, pois eu já estava de pé, pronto para correr dali, se ameaçassem espetar o outro braço ou qualquer parte minha. Uma vez fui examinar a taxa de glicose, mais de três horas espetado e tomando um líquido branco, doce e pegajoso, quinze em quinze minutos, sangue no tubinho. Nunca mais, nem gosto de lembrar.
Viu, tire dessa daqui, ó. Não é que ela espetou uma do lado, só dor e nada de sangue, além de começar a inchar o local. Pare, ordenei já arrancando tudo. Coitada da moça, pensando bem, mas naquela hora pensava só na veia. Dei uma não-conformidade, uma vez que o laboratório era ISO e eles entenderam isso. Veio a gerente, explicou-se e espetou outra veia de outro braço. Saiu o tal do sangue. Depois troquei e-mails de montão, até eles se desculparem. Pra que se o problema continua, tiro sangue, mas não gosto.
Do primeiro eletroencefalograma ninguém esquece, janeiro de setenta e dois, em Sorocaba, por causa de uma convulsão que eu tive, talvez por ter crescido demais nos meus dezessete anos. Foi o que eu ouvi, olhando um compacto do Jackson Five, onde o Michael era o irmão caçula. Depois fiz uma centena deles, para acompanhamento, culminando numa ressonància magnética, quando mapearam todo o meu cérebro. Você entra numa máquina, do tamanho de um prédio e fica ali apertado, respirando um ventinho, começa a batição de estaca na sua cabeça, é o que parece o som da energia absorvida contra a frequência em megahertz e campo magnético, credo. Depois me deram uma chapa grande com imagens, há pouco joguei fora. Como fiz isso logo no começo da técnica, dei muita explicação.
O que não se explica é o tal do toque, um exame da próstata. Cada um que fale do seu, ou melhor, guarde pra si bem guardadinho. Coisa mais chata, porém necessária, depois de uma certa idade. Ainda se deve complementar com ultrassom dela mesmo, mais o pe esse a. Melhor dizendo é o toque que complementa esses dois. Faço em nome da ciência e do bem estar e pelo medo de ter problema nessa área. Engraçado é quando o doutor não quer fazer, você fica cabreiro querendo, para ter certeza que tudo está bem. Ruim mesmo é o espermograma, até de falar.
Esses dias fiz uma coleta de saliva, três vezes ao dia. Está lá em Porto Alegre e o doutor disse que o exame vê tudo, só espero que não veja nenhum problema. Para complicar, os ultrassons de ontem foram com Doppler, não sei explicar, nem tentarei, tenho que tirar o esparadrapo redondinho que protege a picada no braço. Um puxãozinho, ficou a marca e onze de onze de doze fico a pensar na evolução dos exames todos, torcendo para que os resultados sejam sempre favoráveis.
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