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Teses_Monologos-->ALEITAMENTO MATERNO / MONOGRAFIA -- 12/09/2003 - 15:15 (Márcio Filgueiras de Amorim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ALEITAMENTO MATERNO

IPATINGA-MG
2º/2003


CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS
CURSO DE FISIOTERAPIA
PEDIATRIA I – Profº Márcio Amorim


ALEITAMENTO MATERNO
Trabalho apresentado à disciplina
Pediatria I sobre
a importância do aleitamento materno,
professor Márcio Amorim

Ana Paula Barros Oliveira




Ipatinga - MG
2º/2003

SUMÁRIO



1- INTRODUÇÃO 4
2- DESENVOLVIMENTO 5
2.1- FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO 5
2.1.1- ANATOMIA E HISTOLOGIA DA MAMA 5
2.1.2- PROCESSO HORMONAL DA LACTAÇÃO 5
2.2- COMPOSIÇÃO DO LEITE HUMANO 6
2.3- LACTAÇÃO 7
2.4- RELACTAÇÃO 8
2.5- ORDENHA E ARMAZENAMENTO DO LEITE MATERNO 9
2.6- A IMPORTÂNCIA E AS VANTAGENS DA AMAMENTAÇÃO 9
2.7- POSSÍVEIS CONTRA-INDICAÇÕES À AMAMENTAÇÃO 11
2.8- CUIDADOS COM A AMAMENTAÇÃO 13
2.9- DICAS PARA SOLUCIONAR AS PEQUENAS QUESTÕES QUE PODEM PERTURBAR NA HORA DA AMAMENTAÇÃO 14
2.10- SEGREDOS DA BOA ALIMENTAÇÃO 15
2.11- O PROCESSO DO DESMAME 15
3- CONCLUSÃO 17
4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 18
ANEXO 19


1- INTRODUÇÃO

Amamentar é a maneira mais saudável e natural de alimentar o bebê. O leite materno possui uma composição singular, destinada especificamente ao bebê. Contém células que o protegem contra infecções e proteínas para manter o bebê feliz e saudável.
O aleitamento materno pode ser um prazer para a mãe e para o bebê. De início requer uma certa prática, mas as razões para amamentar o seu filho são inúmeras. Além de proporcionar maior ligação entre eles, a amamentação ajuda a estimular hormônios que auxiliam a redução do útero ao tamanho normal como o anterior à gravidez e está relacionada à prevenção de uma série de doenças como o câncer de mama e os riscos ou uma hemorragia pós-parto para a mãe e a obesidade para o bebê.





















2- DESENVOLVIMENTO

2.1- FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO

2.1.1- ANATOMIA E HISTOLOGIA DA MAMA
As mamas são glândulas exócrinas túbulo-alveolares com 15 a 20 unidades lactíferas envoltas por tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e linfáticos. O leite é produzido nas unidades lactíferas denominadas alvéolos. Estes alvéolos são formados por pequenas glândulas secretoras, que se comunicam com a superfície através de um sistema de drenagem formado pelos canalículos e canais denominados ductos lactíferos. Ao se aproximarem da superfície os ductos se dilatam formando as ampolas ou seios lactíferos, onde o leite é armazenado, que por sua vez vão abrir-se no mamilo através dos pólos mamilares. Tanto o mamilo como a aréola são profusamente inervados, fator importante no desencadeamento dos reflexos da descida do leite.

2.1.2- PROCESSO HORMONAL DA LACTAÇÃO
Durante a gravidez as glândulas mamárias se preparam para lactar, aumento seu volume através da ação de hormônios, principalmente estrógeno e progesterona. Mas, só após o nascimento, com a expulsão da placenta cessa o efeito inibitório desses hormônios sobre a prolactina que é o hormônio responsável pela produção do leite.
Ao sugar a mama o recém-nascido estimula as terminações nervosas do mamilo, enviando um estímulo à hipófise, cujo lobo posterior libera ocitocina. Este hormônio atua sobre as células mioepiteliais que envolvem os alvéolos, provocando o reflexo da ejeção ou “descida” do leite. A ocitocina é responsável também pela contração do útero, acelerando sua involução e, portanto, diminuindo o sangramento pós-parto. Devida a estas contrações algumas mães queixam-se de cólicas durante as mamadas nos primeiros dias de lactação.
O leite produzido pela mediação da prolactina acumula-se no intervalo das mamadas - leite anterior - e corresponde a 1/3 do leite total produzido durante cada mamada, sendo mais diluído e com menos teor de gordura. Com o reflexo da ejeção, produzido pela ocitocina, ocorre a pressão das células mioepiteliais sobre as células lactíferas, provocando a ruptura de suas membranas. Assim, o conteúdo destas células (gorduras) passam para os ductos, fazendo com este leite – leite posterior – seja mais rico em lípides, apresentando uma maior consistência e um maior teor de energia.
O primeiro ciclo sucçãoàmedulaàhipófise anterioràprolactinaàprodução de leite é principalmente somático, isto é, ocorre em toda mulher. Portanto, é baixa a incidência de mulheres que realmente são capazes de produzir leite em quantidade adequada. O segundo ciclo sucçãoàcórtexàhipófise posterioràocitocinaàreflexo de ejeção é basicamente, somato-psíquico. Os fatores emocionais como ansiedade ou a confiança, o desejo, as condições ambientais podem facilitá-lo ou inibi-lo. Justifica-se assim, em parte a história recente dos altos índices de desmame precoce. Os outros estímulos como os visuais, auditivos, horário da mamada influenciam neste reflexo.
O apoio social (família, serviço de saúde, leis trabalhistas), as orientações sobre as vantagens da amamentação e o manuseio de suas dificuldades são ações positivas sobre a psicofisiologia da lactação.

2.2- COMPOSIÇÃO DO LEITE HUMANO
A partir do segundo semestre da gestação, a glândula mamária da mulher tem atividade suficiente para produzir leite, que nesta fase e até os primeiros dias após o parto é denominado colostro. Inicialmente branco amarelado e bem espesso, torna-se ao final da gravidez mais fluido e após o parto mais abundante. Geralmente, entre o segundo e quarto dia do puerpério, tem início a produção do leite, às vezes excessiva, assinalada pelo ingurgitamento dos seios. O colostro evolui para leite maduro entre 3 e 14 dias após o nascimento.
A composição do colostro difere da do leite maduro, principalmente nos seguintes aspectos: contém o dobro de proteínas, sendo mais albumina e globulina, menor conteúdo de lactose e gordura, maior concentração de sais minerais, fatores de crescimento e fatores imunológicos, principalmente a imunoglobulina. A secretora (IgAs). Essa imunoglobulina tem grande importância na formação de uma barreira na mucosa gastrointestinal que impede a penetração de microorganismos. Esse dado é muito significativo, já quer a maioria das infecções ocorre nas mucosas e a produção de IgAs nos recém-nascidos é muito lenta.
A lactose, açúcar encontrado apenas em leites, é o principal carboidrato do leite humano, no qual também estão presentes pequenas quantidades de galactose, frutose e outros oligossacarídeos. A concentração de lactose é 4% no colostro e de até 7% no leite maduro. A lactose parece ser um nutriente específico da infância, pois a enzima lactase, responsável pelo seu desdobramento para a absorção, presente ao nascimento nos mamíferos, vai perdendo sua atividade após o desmame e, na espécie humana, várias raças apresentam baixa ou nula atividade enzimática após a infância. A lactose facilita a absorção de cálcio e ferro e promove a colonização intestinal com Lactobacillus bifius.
A concentração de gordura no leite final é superior à do leite inicial, acreditando-se que este mecanismo seria uma forma de controlar o apetite. O leite materno é rico em ácidos graxos insaturados de cadeia longa, importantes para o desenvolvimento e mielinização do cérebro.
Os fatores imunológicos definem a grande distinção espécie-específica do leite humano, pois são eles que regulam sua atividade protetora e imunomoduladora. O leite humano proporciona proteção contra infecções e alergias, estimula o sistema imunológico do bebê.

2.3- LACTAÇÃO
O nível de prolactina produzido pela pituitária anterior aumenta constantemente do começo ao fim da gravidez, mas o seu efeito nas células produtoras de leite das mamas é inibido pelos hormônios placentários (particularmente o estrogênio). Assim que os hormônios placentários declinam, um ponto é alcançado – em geral aproximadamente no terceiro ou quarto dia pós-parto – quando a prolactina fica livre para agir e a produção de leite começa. Até este momento a criança obterá o colostro. O leite é produzido pelas células glandulares e armazenado nos alvéolos dos 15-20 lobos de cada mama. O ato de sugar, e eventualmente o reflexo condicionado,mesmo a visão, o som ou o cheiro do bebê, estimulam a pituitária posterior a liberar oxitocina que, além de estimular os efeitos do músculo uterino, faz com que as células mioepiteliais em volta dos alvéolos contraiam. Esta contração impulsiona o leite com força variável para dentro das cavidades lactíferas pronto para ser removido pelo bebê, o que é chamado de “deixar cair” ou reflexo de ejeção de leite. Algumas mulheres sentem dores fortes e experimentam reais jatos de leite, enquanto outras sentem apenas um formigamento e o leite somente goteja de seus mamilos.
Além do reflexo de “deixar cair”, o leite é transferido da mama pelo bebê que põe todo o mamilo e um pouco da auréola bem dentro da boca de modo que o mamilo se aloja acima da parte da língua. O bebê então espreme as cavidades cheias de leite atrás dos mamilos comprimindo a mandíbula e a língua contra o maxilar e o palato.
O leite humano é único, e, apesar do bebê aparentemente aceitar outros leites, não há dúvida de que o “leite da mama é o melhor”, com muito poucas exceções. O leite materno não só contém os nutrientes corretos nas proporções corretas para todos os aspectos do desenvolvimento humano, mas também contém enzimas que ajudam a digeri-lo adequadamente e importantes agentes antiinfecciosos, tais como macrófagos, neutrófilos, IgA e lizoma, bem como fatores antialérgicos que protegem a criança em crescimento.
Muito poucas mulheres são fisicamente incapazes de amamentar se elas realmente quiserem fazê-lo, e muito poucos bebês são mais bem alimentados por qualquer outra coisa senão pelo leite de suas mães. O estabelecimento da amamentação é por isso uma das mais importantes questões no começo do puerpério, e uma pessoa preparada para dar uma ajuda sem pressa, experiente e consciente às mulheres afim de conseguir isso assume uma posição de alto valor tanto para a mãe como para o bebê.

2.4- RELACTAÇÃO
É um método de iniciar ou reiniciar a produção de leite da mãe ou mãe adotiva. É usado principalmente pelas mães de recém-nascidos pré-termos ou que estavam doentes nos primeiros dias de vida, quando não puderam amamentar. Pode ser feita de duas formas: a primeira consiste em deixar a criança sugar ambos os seios em todos os horários das mamadas. Se a criança for de gestação a termo e de bom peso, o tempo recomendado é cerca de 15’. Para os prematuros, de acordo com o peso, inicia-se com cerca de 5’ aumentando progressivamente, de acordo com o ganho de peso. Complementa-se a mamada com leite humano pasteurizado, fórmulas ou leite de vaca in natura oferecido em copinho ou em colher. À medida que for aumentando a produção do leite materno diminui-se a quantidade do complemento. A segunda forma é colocar o leite numa seringa ou outro recipiente, ligando-se a uma sonda que deve ser presa ao seio, com sua extremidade perto do mamilo. A criança sugará o mamilo e a sonda ao mesmo tempo e, à medida que se alimenta, também estimula a produção do leite materno. A altura em que é colocado o leite e a força de sucção da criança determinam a velocidade de ingestão. O fluxo é controlado ao se dobrar um pouco a sonda. Pode-se substituir a sonda por um conta gotas. Este material deve ser bem limpo e esterilizado em água fervente cada vez que for usado. O tempo para que a produção de leite pela mãe aumente é de no mínimo uma semana, requer paciência e persistência para se obter sucesso. O leite ministrado pela sonda é o que a criança estava usando e, na medida do aumento de produção pela mãe, este é restringido progressivamente.
O uso de droga estimulante não é necessário. O envolvimento da mãe e sua disponibilidade de tempo neste processo é essencial.

2.5- ORDENHA E ARMAZENAMENTO DO LEITE MATERNO
Em algumas situações, está indicada a ordenha do leite humano: na prevenção e cuidados com o ingurgitamento mamário, para as mães de recém-nascidos pré-temo de muito baixo peso ou bebês de alto risco que não conseguem sugar diretamente no seio, bebês internados e mesmo aquelas mães que trabalham fora de casa e querem deixar seu leite para ser dado para o bebê.
A técnica de coleta e a estocagem do leite devem garantir sua qualidade higiênica e a manutenção de suas propriedades nutricionais e imunológicas. A ordenha pode ser realizada através da sucção por bomba manual ou pela expressão manual das mamas. Uma vez coletado, o leite humano deve ser usado cru, sem sofrer processo de esterilização como a fervura e a pasteurização. Deve ser estocado em baixas temperaturas para evitar o crescimento bacteriano. Em geladeira doméstica entre 2°C e 6°C, conserva-se por 24 a 48 horas e, se congelado a -20°C, por um a três meses. Quando não houver possibilidade de usar a geladeira, o leite pode ser mantido à temperatura ambiente, em local fresco por até nove horas.

2.6- A IMPORTÂNCIA E AS VANTAGENS DA AMAMENTAÇÃO
Segundo Battista citado por VIDA E SAÚDE (2003), às vezes não é muito fácil para a futura mamãe escolher entre amamentar e dar mamadeira. Isso acontece devido a conselhos (às vezes contraditórios) e afirmações supostamente decisivas, feitos por amigas e vizinhas: “amamentar prejudica os seios”, “amamentar é uma prática maçante, uma escravidão”. Certas mães sentem-se felizes em amamentar. Outras mulheres, ao contrário, sofrem influências negativas e preferem dar mamadeira, parar rapidamente o processo de amamentação ou dar mamadeira como complemento.
Segundo Battista citado por SAÚDE E VIDA (2003), para que as mães não encarem a amamentação com angústia, é necessário que estejam bem informadas e encontrem respostas para suas dúvidas. A Organização Mundial de Saúde, OMS, lidera atualmente um estudo que relaciona os ritmos de crescimento e amamentação com o leite materno.
De acordo com Battista citado por VIDA E SAÚDE (2003), abaixo segue-se algumas informações sobre a importância e as vantagens da amamentação.
à DEFESAS E DESENVOLVIMENTO – Todos os anos a ciência traz ao conhecimento do público novos elementos relacionados com os benefícios do leite materno, benefícios esses que não se limitam ao período de amamentação, mas ao resto da vida.
São vantagens do leite materno:
· Favorecimento das defesas imunológicas e proteção durante os primeiros meses de vida, quando as defesas próprias ainda não estão formadas.
· Contribuição ao desenvolvimento dos órgãos e, em primeiro lugar, do sistema neurocerebral.
· Proteção contra riscos gastrointestinais, diarréias aguda e crônica, infecções das vias urinárias, otites medianas, infecções das vias respiratórias, botulismo e meningites bacterianas.
Os benefícios não se resumem aos citados, pois a amamentação igualmente protege contra enfermidades mais graves como diabetes, especialmente se a amamentação durou mais de doze meses, e câncer. Além da proteção contra enfermidades orgânicas, as crianças que são amamentadas têm melhor desenvolvimento neurológico, capacidade de lingüística superior e melhor desenvolvimento geral.
à BENEFÍCIOS PARA A MÃE – A amamentação é igualmente benéfica para a mãe. Permite-lhe recuperar mais facilmente o peso que tinha da gravidez; retarda as ovulações, tornando menos freqüente a gravidez; facilita a remineralização, prevenindo fraturas vertebrais e do fêmur no período da menopausa. E não menos importante, a amamentação permite à mãe construir uma relação privilegiada com o bebê e a tranqüiliza com respeito às suas capacidades maternais.
Alguns estudos afirmam que as mulheres que amamentam têm somente 50% de chances de desenvolver câncer de mama na pré-menopausa e menor risco de câncer de ovário e osteoporose. O aleitamento materno também ajuda a mulher a perder peso após o parto, pois utiliza um tipo especial de gordura adquirida na gravidez antes que ela seja incorporada ao organismo.

2.7- POSSÍVEIS CONTRA-INDICAÇÕES À AMAMENTAÇÃO
Infecções maternas bacterianas como, por exemplo, de parede abdominal, da episiorrafia, mastites, infecções urinárias e outras que não comprometam o estado geral da mãe, em princípio, não devem ser indicação de suspensão do aleitamento materno, mesmo que temporário. Nestes casos, a criança está colonizada pela bactéria da infecção materna e através do colostro ou do leite maduro recebe elementos de defesa humoral e celular. A amamentação cruzada está contra-indicada, isto é, uma mãe não deve amamentar o filho de outra porque pode ocorrer, por exemplo, a transmissão do HIV através do leite.
Em algumas situações especiais e infrequentes a amamentação não pode ou não deve ocorrer.
Situações ligadas à mãe:
· A mulher que expressar o desejo de não amamentar e após ser ouvida e aconselhada ainda mantiver tal desejo, deve ser respeitada. Nesse caso, deve-se propiciar orientação adequada quanto à alimentação artificial;
· Doenças maternas como doenças cardíacas, renais, pulmonares ou hepáticas graves; uso de drogas incompatíveis com a amamentação; psicose e depressão pós-parto que não respondem à terapêutica e em que há risco de vida para a criança. Em mães portadoras de HIV, independente de manifestação clínica contra-indica-se a amamentação, até que os novos conhecimentos indiquem sua segurança e benefício. Nas mastites acentuadas, com sofrimento para a mãe à sucção, pode estar indicada a suspensão temporária. A tuberculose e a hepatite B não contra-indicam o aleitamento, pois não doenças transmissíveis pelo leite humano. A mãe com tuberculose e bacilífera deverá ser tratada, sendo orientada para o uso de máscaras quando amamentar e para a criança está indicada a profilaxia. Na hepatite B o maior risco é através do sangue, líquido amniótico e secreções vaginais durante o parto. Investigar a condição de portadora, quando há indicação de imunoglobulina específica e vacina.
Situações ligadas à criança:
· Recém-nascido pré-termo e de baixo peso que não suga e não deglute sincronicamente deve ser alimentado com leite ordenhado da própria mãe e de preferência cru. Pode ser dado através de sonda, copo ou colher até pode iniciar sucção direta;
· Lábio leporino e fenda palatina – o sucesso da sucção da criança com fissura somente do lábio e da gengiva com o palato íntegro depende do rápido aprendizado da mãe, que fecha com o seio a fenda entre a boca e o nariz da criança. A ordenha concomitante da mesma pode ajudar. Nas formas mais amplas de abertura de fenda do palato o insucesso é mais freqüente. Se a fissura for unilateral e a criança é colocada no colo em posição vertical, o prognóstico é melhor. O uso do leite ordenhado oferecido na mamadeira com bico especial é uma alternativa;
· Galactosemia, um distúrbio hereditário envolvendo o metabolismo da lactose, pode manifestar-se poucos dias após o nascimento por vômitos e diarréia, decorrente da ingestão do leite humano ou de vaca. Se não tratada, evolui rapidamente com déficit de crescimento, hepatomegalia, ascite a catarata. Uma dieta sem lactose, principal fonte alimentar de galactose, deve ser instituída imediatamente após o diagnóstico. Neste caso, o leite humano, bem como o de outras espécies e os derivados que contenham lactose ou galactose, devem ser excluídos da dieta.




2.8- CUIDADOS COM A AMAMENTAÇÃO
Até quando amamentar:
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda amamentação exclusiva (sem combinar nenhum outro tipo de alimentação ou líquido) até os seis meses do bebê. Depois disso a mãe pode conciliar outro tipo de alimentação até que o bebê complete um ano de idade ou, no máximo dois.
Benefícios para o bebê:
O leite materno reduz riscos de o bebê ter diarréia, problemas respiratórios, auditivos e infecções urinárias e oferece uma nutrição melhor. O ato de mamar também desenvolve os músculos da boca e evita problemas dentários e da fala, além de melhorar a respiração da criança.
Riscos de introdução precoce de alimentos:
Aumenta as chances de diarréia, pneumonia, otite média, alergias, asma e diabetes. Mesmo a água pode provocar diarréia. A criança que ingere outros alimentos deixa de mamar e de receber anti-corpos.
O que evitar comer durante a amamentação:
A mulher deve ter uma dieta variada, mas deve evitar alimentos gordurosos e pesados, café e açúcar em excesso e não consumir drogas como álcool e cigarro.
Como amamentar:
O ideal é que a criança fique inclinada ou sentada. A mãe deve ficar com a barriga encostada na barriga da criança. Se o bebê for colocado deitado há riscos do leite subir para o ouvido, causar otite e engasgo.
Cuidados com a saúde:
Estresse, ansiedade e dor podem interferir na produção de leite. Outros fatores importantes são fumo e pílula anticoncepcional. Durante a amamentação, a mulher não deve fumar nem tomar pílulas à base de estrógeno.
Cuidados com as mamas:
Antes mesmo do parto, a mulher deve massagear levemente os mamilos para que fiquem mais preparados para amamentar. Tomar sol nas mamas antes das 10h e depois das 15h também previne e melhora rachaduras. É importante usar o próprio leite nos mamilos e auréola, e evitar cremes, óleos e pomadas.


Influência do tipo de parto:
O parto normal facilita a amamentação porque, após 20 horas, a mãe já está andando e consegue ter um contato melhor com o bebê. A cesárea pode deixar a mãe com dor e prejudicar a mamada. Nenhum dos dois interferem na descida leite, que acontecem em até 3 dias após o nascimento do bebê. Além disso o bebê deve mamar o colostro.
Cuidados para retirar o leite do peito:
Mães que trabalham podem retirar o leite com uma bombinha e armazená-lo em recipientes bem tampados. Na geladeira, o leite materno dura em média 24 horas. No freezer, o leite pode durar até 15 dias. O leite deve ser esquentado em banho-maria até ficar morno para ser dado ao bebê. A mãe pode optar por dá-lo em copinhos para evitar a introdução da mamadeira.

2.9- DICAS PARA SOLUCIONAR AS PEQUENAS QUESTÕES QUE PODEM PERTURBAR NA HORA DA AMAMENTAÇÃO
Segundo Battista citado por VIDA E SAÚDE (2003) abaixo segue-se algumas dicas para solucionar pequenas questões que podem perturbar na hora da amamentação:
· Na hora do bebê mamar: a mãe deve estar na posição em que a criança fique inclinada ou sentada. O bebê deve colocar o bico do seio completamente dentro de sua boca, sugando-o num movimento de baixo para cima, para fique em posição correta.
· Etapas da mamada: primeiro o bebê mama muito rápido para estimular o reflexo de lactação. Uma vez desencadeado o processo, mama de modo mais espaçado e profundo, enchendo as bochechas. Essa última etapa é a que fornece o leite mais nutritivo.
· Número de mamada: durante os primeiros meses, o bebê mama, em média, de seis a oito vezes por dia.
· A tensão nos seios: a mãe sente-se às vezes, antes da mamada, um inchaço e uma tensão que é suavizada logo após a mamada. O inchaço é mais significante nas primeiras vezes.
· O número de evacuações: durante as primeiras semanas, o bebê Poe evacuar até oito vezes por dia. A freqüência diminui com o crescimento.
· Aumento de peso: normalmente o aumento médio de peso é de 150g por semana.

2.10- SEGREDOS DA BOA ALIMENTAÇÃO
· Descanse, principalmente nas primeiras vezes, imediatamente antes e depois da mamada. O estresse e o cansaço não favorecem a amamentação.
· Alimente-se com calma e beba muito líquido, especialmente antes das mamadas.
· Alimente o bebê quando ele manifestar a fome. Ele mamará mais vigorosamente, estimulando assim a produção do leite.
· Não se preocupe se os seios parecem mais flácidos ao tato do que nos dias anteriores.
· Não se assuste se o leite não fluir tão espontaneamente como nos primeiros dias, nem se parecer muito aquoso.
· Livre-se de idéias preconcebidas como pensar que é demasiado idosa para amamentar.
· Não pense que por não haver tido êxito na amamentação do primeiro filho ocorrerá o mesmo com o próximo bebê.
· O pai também desempenha um importante papel. Deve criar ao redor da esposa e da criança um ambiente sereno e relaxante.

2.11- O PROCESSO DO DESMAME
Desmame é o processo pelo qual se introduz progressivamente a dieta habitual da família, para completar ou substituir o leite materno, até então a única fonte de nutrição da criança. O período que vai desde a introdução de novo alimento até a suspensão completa do aleitamento materno é chamado de “período de desmame”.
Até há 100 anos, o tempo considerado próprio e culturalmente aceito para o desmame compreendia o seu início após doze meses a o término até três anos de idade da criança. De lá para cá, este tempo foi diminuído gradativamente até chegar de quatro a seis meses, idade sugerida atualmente para o seu início. O desmame é um processo contínuo e delicado na vida da criança, devendo, se possível, evoluir até o final do primeiro ano de vida.a época do término do período do desmame deve ser uma decisão da mãe e de seu filho. Em algumas comunidades é necessário o prolongamento da amamentação até o segundo ano de vida, pois pode representar até um terço da energia e da necessidade protéica da criança.
Em circunstâncias onde o desmame precoce pode ocorrer, principalmente quando a mãe passa a trabalhar fora de casa, inicia-se o uso de copo e colher para a introdução de frutas e comida de sal, evitando-se assim o uso de mamadeira e possibilitando a manutenção do aleitamento materno por tempo mais prolongado. O desmame deve ser feito com cuidado, pois poderá dar início a uma má nutrição por déficit (desnutrição) ou por excesso (obesidade), com conseqüências danosas a médio e longo prazo. Nas populações mais pobres, devido à exposição contínua a infecções e infestações ele pode determinar agravamento da desnutrição e maior morbimortalidade.
Uma das finalidades do desmame é a introdução de alimentos ricos em ferro e, por isso, deve ser iniciado por volta dos cinco a seis meses de idade, quando a reserva de ferro da criança, feita no último trimestre da gravidez, pode estar se exaurindo. Além disso, esta é a época de início da dentição, quando se desenvolve a necessidade natural de mastigar e morder e quando o aparelho digestivo da criança está mais capacitado a receber alimentos novos. Crianças em aleitamento artificial põem necessitar mais precocemente da introdução de frutas e refeição de sal.













3- CONCLUSÃO

O leite materno é muito mais do que um simples conjunto de nutrientes: pela sua complexidade biológica é uma substância viva ativamente protetora e imunomoduladora. O resultado mais evidente é a menor morbimortalidade em crianças amamentadas ao seio em comparação com os alimentados artificialmente, com impacto particularmente dramático em comunidades pobres. E, além disso o contato físico e emocional entre a mãe e o bebê no momento da amamentação fortalece o vínculo afetivo para a criança.




4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



LEÃO, Ennio; CORRÊA, Edson José; MOTA, Joaquim Antônio C. Pediatria Ambulatorial. 3ªed. Belo Horizonte: Cooperativa Editora e de Cultura Médica. 1998.

POLDEN, Margaret; MANTLE, Jill. Fisioterapia em Ginecologia e Obstetrícia. São Paulo. Livraria Editora Santos. 2002.

VIDA E SAÚDE. São Paulo. fevereiro, 2003.

SITE disponível em http://www.aleitamento.org.com.br. 11 de agosto de 2003.














ANEXO











Anatomia da Mama















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