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cronicas-->1967 - Comidas -- 04/11/2012 - 14:10 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Humm, que cheirinho bom, que vai ter pro almoço? Só carne de porco de panela e outras coisitas, mas só mais tarde. Como já estava pensando sobre o que escrever e anotando algumas passagens, mais quis escrever sobre isso mesmo - comidas das minhas lembranças. Sexta, anteontem, fui almoçar pela primeira vez no apartamento do Guilherme e da Esther. Nossa, que yakisoba, macarrão al dente, vegetais e carne, uma delícia acompanhado de saladas e gengibre, ainda tomamos uma Norteña, cerveja uruguaia de primeira. Na mesa mesmo, lembrei-me de um outro yakisoba, comido lá na Avenida Leopoldina, pertinho do Ceasa, por volta de sessenta e sete ou oito. Era no restaurante Kosaka, sempre de madrugada, depois de descarregar a batata. Subia umas escadas e algumas mesas, pronto, vinha um prato e acompanhado de frango frito. Claro que o da Esther estava divino e muito melhor. No embalo, contei das cervejas que meu pai trazia do Uruguai, garrafas de Norteña. Ele levava banana para Jaguarão, no Rio Grande do Sul, atravessava a fronteira e algumas garrafas, de um litro, vinham para nós. Esse ano mesmo comi uns yakisobas em Piracicaba, mas não digno de nota.
Sábado, ontem, tive que ir buscar o depósito feito à clínica, aquela dos calázios. A cirurgia fora aprovada pelo meu plano. Vamos Lígia, depois a gente almoça juntos. Fomos, papéis assinados, dinheiro de volta e só meio dia e meia. Não dá, muito cedo. Então uma hora e pouco, vendo antiguidades na Feirinha da Benedito Calixto. Restaurantes em volta e barraquinhas de comidinhas no meio dela, mas resistimos; nosso destino era o Filial, da Vila Madalena, e a sua famosa feijoada. Famosa por nós mesmos, pela memória de uma outra anterior. Pena que o Guilherme e a Esther não vieram. Sentamos, um chopp, uma caipirinha e a feijoada. Fiquei com as três bistequinhas de porco, nem conto. Pedi outro chopp e biquei a caipirinha da Edna. Lembramos de outras feijoadas, quando as crianças eram pequenas, aos sábados, sempre no Restaurante Anhanguera, perto da ponte de mesmo nome. Elas gostavam de um pãozinho, de uma padaria ali por perto, que acompanhava o prato. Sabem, tive que descobrir onde era a padaria e depois da feijoada, passava para comprar uma meia dúzia e levar prá casa. Memória mais do que lúdica. Também não esqueço a feijoada do Bolinha, restaurante que não existe mais, conhecido pelo Caju Amigo, um drink da casa. Não posso e não devo esquecer um sábado de janeiro, quando fiz bodas de prata. Fui ao Rio de Janeiro e fiquei no Hotel Copacabana, famoso de tudo, inclusive pela sua feijoada, servida separada. Sentamos, meio assim pelo clima do hotel, na Pérgula, beira da piscina. Cerveja, caipirinha e feijoada, inesquecíveis, fora a couve com bacon...
Uma lembrança agradável me remete a Nobres, no Mato Grosso, pelo churrasco rodízio e pela cerveja gelada, de uma churrascaria beira de estrada, uma da tarde, depois de seis horas de viagem e carro enguiçado, não foi miragem naquele deserto poeirento. Na mesma cidade, dez anos depois, comi uma comida das piores da minha vida, um sábado à noite, essa também não foi miragem, mas como foi ruim, pelo menos acabou com a fome, se serve de consolo. Passei por muita carne e churrasco, bons demais, uma delas foi em Miami, num jantar, talvez pela cidade e mais pela companhia. Melhor mesmo eram os churrascos que meu pai fazia, na churrasqueira de tijolos, montada no chão e com espetos de bambu. Em Piracicaba tem uma carne, chamada Pirulito, no Carro de Boi, já estive lá algumas vezes, com clientes. Uma delas, com finlandeses, achei que eles iam morrer, pelo tanto de carne, feijão, farofa e polentinha, fora as bebidas e não perdoaram nem as sobremesas. Piracicaba tem fama pelos peixes, pintado na brasa do Mirante e peixe no tambor, da Rua do Porto. Dá para recomendar, principalmente os peixes do Navegantes. Peixes recomendo mesmo os do Bar do Zé, lá de Búzios. Pela delícia que são e por que eu gosto demais de lá, somando lê com clé, que vontade de voltar...
Comidas boas, têm as da Edna, da minha mãe, do Edison, alface cozida da Iriana, sanduíches da City América, pãozinho da janela da padaria da praça, bomba de creme da mesma padaria, peixe na praia, mais aquele de Arraial d´Ajuda; arroz, ovo e queijo, feitos juntos na panelinha, na cozinha do caminhão, em qualquer posto do Mato Grosso, cheirando soja na carreta. Tem as da minha infància e tem as do meu futuro, espero sempre ótimas, como a do meu almoço neste domingo, quatro de onze de doze. Bom apetite!
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