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Contos-->Somos Estrelas no Céu -- 08/09/2001 - 00:17 (•¸.♥♥ Céu Arder .•`♥♥¸.•¸.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Criança, ainda, e muito curiosa.
Nessa época, meu pai era dono de uma mercearia, conjugada com uma barbearia e um pequeno bar.
Após chegar da escola e fazer os deveres de casa, eu ficava a brincar por perto, e conversava com um ou outro freguês que aparecia, e por ali fazia parada, para tomar seus aperitivos.
Habituara-me assiduamente a papear com eles. E embora alguns, de vez em quando, se excedessem na bebida, nunca me faltavam com o respeito.
Certa feita, um bebedor assíduo, sargento da Aeronáutica, com seu uniforme azul, cantava uma música de Roberto Carlos que começava assim:

"Eu te darei o Céu, meu bem
E o meu amor também"

Ainda não havia alcançado o ginasial, por isso não conhecia nada sobre a linguagem figurada, que tanto me encantaria mais tarde, e perguntei-lhe, um tanto perplexa, ao refletir no que ele entoava:

- Sr. Nelson (esse era seu nome), como é que se pode dar o Céu a alguém, se ele está tão distante e é tão grande?

O moço sorriu carinhoso e respondeu-me:

-É uma maneira de dizer, querida. Quando se ama muito uma pessoa, a gente tem vontade de dar de presente todas as coisas que existem. E o céu é um lugar poético, onde habitam as estrelas, que brilham de noite e durante o dia também, só que
a gente não as percebe de dia, por causa da luz do sol.
Disse, também, que elas existiam, mesmo com tempestades e nuvens feias. Nunca se apagavam.
Fiquei maravilhada com a explicação daquele simpático homem. Não sobre o amor, ou os presentes que se podiam dar ao ser amado... Não... Isso nem me interessava, naquela época de tenra infância...
O que me encantou mesmo foi a informação de que as estrelas brilhavam, mesmo de dia, ou nas tempestades... Pois algo veio-me à lembrança...
Uma vez, num passeio com meu avô, à noite, pelos campos de sua fazenda, o céu todo estrelado, ele me havia dito que, quando se morre, as pessoas viravam estrelas e que, por isso, o céu era cheio delas.
Uma semana, após essa revelação, meu avô se foi, deixando muita saudade...
Eu era a neta caçula e vovô me dava muita "trela".
Senti muito a sua ausência. Mas consolava-me lembrar que ele tinha virado estrela.
Ao saber, depois, pelo meu amigo militar, que as estrelas nunca se apagavam, minha alegria foi quase incontida...
Prendi-me ao pescoço daquele homem, meio embriagado, um tanto pela bebida, outro por alguma paixão que o fizera beber assim... e dei-lhe um beijo sonoro no rosto.
E, naquele momento, meus olhos encheram-se de estrelas brilhantes... E meu coração de eternas saudades.
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