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Poesias-->A PEDRA -- 25/10/2001 - 07:20 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A trilha comprida que leva uma estrada perdida,

na limpidez do sol que se esvai

horizontalmente no espaço tangível

sumiu-se sob os meus pés.

Cansada da longa viagem que fiz não sei onde,

só então verifiquei a flutuação do meu ser,

levado nas ondas do som e da luz,

envolvido mornamente pelo suave bafejar do irreal.

O vácuo me amparou na caminhada solitária

e disse comigo, feliz:

— E agora que sou, que faço, que quero?

Longe, uma voz respondeu sussurrante:

“Mísero mortal que te fazes eterno,

olha para trás, na distância do movimento, resolve tua sorte e sê maldito!”

Sorri e não me voltei,

porque sabia que não poderia ver,

que nada havia para ver, que teria amargura n’alma, que seria obrigado a chorar.

Mas nem por isso olhei para a frente

porque sabia que teria a mesma ilusão

e choraria.

Fechei-me em mim mesma,

na terrível ignorância do que é,

do que não é, esperando escapar do sofrimento angustioso do conhecimento ilusório do mundo.

Nada adiantou.

Não pude fugir:

dentro de mim estavam também passado e futuro,

todo o movimento energético,

toda a consciência existencial,

tudo o que é ou pode ser,

tudo o que absolutamente não é,

tudo,

tudo,

tudo,

o ser e o não-ser,

a me espreitarem,

a me oprimirem,

a me fazerem chorar.



09.11.57.





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