PALAVRAS... MUITO FELIZ!...
(Para ti, ó perpétuo desconhecido)
Como queres tu que eu seja?
Bom ou mau, sujeito mau?...
Como queres que o mundo veja
esse alguém de varapau
zurzir outrem que deseja
e por dentro só almeja
paz apenas sem ser mau?...
Tão simples, tão infantil
como menino que cresce,
eleva-se e floresce
num homem a todo-pano
pra depois entre o nefasto
tornar-se um humano gasto
de engano em desengano...
Quem diz pau, pode dizer
uma palavra à paulada
ou em vara aguilhoada,
pode-pode, ai pois pode...
Pode até muito baixinho
sibilino e daninho
pôr um "efe" no bigode...
Enche o saco, quem acode?...
muito bem, é a polícia,
rebenta pois a malícia
defronte ao velho juiz,
e tu manhoso, mesquinho,
saboreias quietinho
palavras... Muito feliz!...
António Torre da Guia
|