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Cronicas-->Os socialites estão todos no banheiro -- 03/05/2001 - 16:43 (Samuel Ramos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Por uma dessas coisas de destino, encontrei outro dia uma reunião de famosos num banheiro de shopping center. Lembro bem, era perto da Páscoa, tinha ido até o shopping ver vitrines, essas coisas de gente que às vezes brinca de gastar, quem sabe comprar um ovinho de chocolate prá namorada. Me surpreendi mesmo ao entrar no banheiro e ver aquela reunião toda. Socialistes que eram, e são, quem vinha de fora nem notava a reunião, tamanha a discrição do pessoal.

Quase não acreditei. Tal qual em novela, eu, um chinelão meia boca, estava ali, em contato com a nata da sociedade, o supra-sumo dos coquetéis chiques, aqueles da festa que os homens armam prá nos convencer.

Naquele momento nada mais parecia me importar. Achei estranho aquele encontro no banheiro, gente bonita (ou nem tanto), bem vestida (ou nem tanto), com sorrisos brilhantes (ou nem tanto). Essas pessoas que estampam seu carisma, sua presença e seu dinheiro no caderno de coluna social do jornal local no dia seguinte. Mas uma pergunta não calava: quem colou aqui no banheiro a foto dessa gente? Ouvira falar que eles gostam de festas excêntricas, mas que fariam num lavabo sujo?

Terminei de urinar sem olhar para o lado, eles certamente poderiam estar me espiando. Cambadeputo. Saí meio de lado, envergonhado ante tantos olhos, encarava o chão. Fui até a pia, minha mãe, que não é socialite mas gosta de boa educação, sempre insistia para que eu não mijasse fora do sanitário e que lavasse as mãos após o xixizinho amigo. Lavei e esfreguei as mãos embaixo daquele aparelho que larga um vento quente. Olhei pro lado, eles ainda me encaravam. Gente indiscreta. Abri a porta, olhei prá fora, não vinha ninguém. Dentro do lavabo, eu e os socialites. Num átimo, arranquei da parede o caderno central do jornal, que, colado à parede do banheiro, ostentava os colunáveis daquela cidade. Olhei firme nos olhos deles e toquei no lixo o papel. Saí de fininho, ainda ouvindo os protestos daquela gente. Na certa pagariam ao editor para que eu aparecesse no jornal. Página policial, sei lá.



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