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Cronicas-->1979 - Cadinho -- 02/09/2012 - 19:37 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sempre ela, já contei aqui e hoje em dia se resolve com três Neosaldinas. Tem outra que não me esquece, está sempre rondando, espero que vire história e saia de mim. As duas me tratam como amor antigo, não se importam uma com a outra, nem ciúmes têm. Se já não se bastassem, tenho mais uma, que me ama tanto. Tomei tento ao conversar com o pessoal da Construcap, quando fomos almoçar essa sexta passada, já os tinha convidado, para comer uma comida alemã. O Fabbier estava lotado, antevendo uma demora maior, encaramos e pedimos Eisbein, antes uma salsicha preparada, nada de cerveja, a tarde de trabalho não deixaria. Papo de serviço até eu reclamar não estar bebendo nada, pela gastrite. Despertou uma conversa dos nossos males. Cada um tem o seu: um, com o ombro deslocado, que não deixa o braço passar de uma certa altura; outro, com sua arritmia cardíaca, já controlada. Quando chegou a minha vez, arrasei.
Contei da minha labirintite, é mais uma outra que me ama e não me deixa, fechando o trio delas. O assunto entrou a gosto, uma vez que tive a primeira crise em trinta e um de agosto de setenta e nove; sexta, então, virou comemoração. Estava na faculdade, noite anterior, começou uma tonturinha, depois um enjoo, corri para casa, deitei e sumiu. Foi só amanhecer e a coisa desandar, tanto que nem andar eu conseguia, só me arrastar. Pedi socorro na empresa, mandaram um colega, um "atentado"; passei na farmácia, tomei uma injeção de Dramin, para aguentar o trajeto até Santo André. O doutor diagnosticou a tal e me deu Stugeron e Monotrean. Voltei para casa e para a cama, mês de setembro inteiro, inteirinho. Mas, só deitado, alguém perguntou. Sim, só deitado e olha lá, banho só de paninho úmido, televisão e sono. Em outubro ela passou e voltou. Não é que o assunto interessou.
Antes de continuar, esclareço que a Labirintite é uma desordem do equilíbrio do corpo humano. Tal desordem é causada por um processo inflamatório ou infeccioso que afeta os labirintos, que ficam dentro do sistema vestibular, órgão responsável pelo equilíbrio, postura e orientação do corpo e que se localiza no ouvido interno. Mais no Google e no seu médico otorrino. Eu tenho o meu.
Desde a primeira crise, ficamos íntimos e chegados. Fui passar o primeiro de janeiro na casa do meu cunhado Cláudio, tomamos todas, claro. Dia seguinte, quem surgiu, ela mesma. Passei janeiro de oitenta tal e qual. Muito depois fui descobrir que o álcool provoca crises. Aí que ninguém pediu cerveja na mesa. Chegaram os Eisbein, o garçom serviu, o pessoal olhava para mim, pedindo mais. Vamos comer, parece estar bom. Conta aí, você bebeu e ela voltou e depois. Depois fiquei me tratando com vaso dilatador, um deles respondeu, só pode ser o ginkgo biloba. Na mosca! Nessa época, eu descobri o doutor Edgard, que me tratava das três damas. Oito anos depois me deu alta. Então você ficou curado. Fiquei até novas crises no ano seguinte da alta. Puxa, conta aí. O pessoal já nem comia...
Eu tinha até um apelido, que, ainda bem, não pegou - Frank. Eu não consegui andar e me virar normalmente, desenvolvi um jeito a la Frank vocês sabem quem. Era de gozação, eu não dava muita bola, tinha que trabalhar. Continuei contando das crises de oitenta e nove, junho, julho e setembro, menores, só de quinze dias cada, mas, se olhando bem, uma crise só. Engraçado é que foi um período produtivo, apesar de todas as tonturas, troquei de casa e até de emprego. O pessoal se admirou. Esperem que tem mais, disse e peguei um pedaço de carne, com chucrutes. Nesse emprego novo, que não gostei, fiquei travado de vez, mais com a crise do Collor. Tomei todos os remédios, até que saí e voltei a me encontrar com ela só em dois mil e quatro, três dias de cama só. A culpa foi de uma garrafa de vinho e do estresse e do meu peso exagerado. Fui ao doutor António Carlos, até falei dele àquele da arritmia. Trato até hoje, um Labirin diário ajuda a segurar o ardor dela, mais umas fórmulas.
E hoje, como você está? Me sentindo o Cadinho, da novela, com meus três amores, moram comigo na mesma região do meu cérebro, uma vez que são primas-irmãs, segundo o doutor Edgard, que sempre disse para eu não me preocupar; remédio existe e o que importa é o custo benefício. O doutor António é da mesma opinião, o dono da farmácia mais ainda. Respondi, deram risadas e pedi a conta. Esclareci que elas não me abraçam ao mesmo tempo, por isso que dá para aguentar e neste domingo, dois de nove de doze, ouvindo chachachá, digo, fujam delas...
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