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Humor-->TJN - 004 = A CRUZ E O CRESCENTE -- 02/10/2007 - 13:41 (TERTÚLIA JN) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A CRUZ E O CRESCENTE

Homens morenos, vestidos de branco, montados em velozes ginetes ricamente ajaezados, de albornozes ao vento, que mais pareciam fantasmas, brandindo os curvos alfanjes e cimitarras reluzentes, invadiram a península Ibérica, destroçando o reino visigótico do rei Roderico (Rodrigo), nas margens do rio Guadalete. Corria o ano 711 da Era de Cristo e o ano 89 ou 91 da Hégira.
Parecia imparável a carga da cavalaria sarracena comandada por Tarique (Tarik ibn Ziyad) que em pouco tempo, dominava toda a Hispânia gótica excepto um pequeno reduto nas Astúrias, nos Picos da Europa então inacessíveis, onde se refugiou o que restava do destroçado exército cristão. Ousados, fanáticos e insaciáveis, os mouros atravessam os Pirenéus e penetram no Reino dos Francos (França) onde são sustidos e repelidos por Carlos Martel, em Poitiers. Passada a surpresa, depressa os cristãos, comandados por Pelágio, reagiram cercando e massacrando os mouros muçulmanos no desfiladeiro de Covadonga, dando início à reconquista das terras usurpadas. Corria o ano de 718.
Para os mouros islamitas era a Jihad, a Guerra Santa, a expansão islâmica que terminou ali nas Astúrias. Para os cristãos nazarenos, tão fanáticos nesse tempo como os muçulmanos agarenos, era a o início da Reconquista, a Cruzada contra os infiéis filhos de Mafoma. O equilíbrio era perfeito. Um ataque e contra-ataque que durou mais de sete séculos até os sarracenos serem definitivamente expulsos da península já no longínquo ano de 1492.
Do território portugalense a expulsão foi mais rápida. Demorou menos cerca de três séculos, pois os nossos valentes antepassados não podiam permitir a permanência de semelhante gente. Não bebiam binho (o que seria de milhões de portugalenses), não comiam sarrabulho, rojões, presunto nem salpicão; casavam com quatro mulheres a quem tapavam a cara para que ninguém as visse e mantinham dezenas de concubinas ou amásias lá nos serralhos guardadas por homens castrados a que chamavam eunucos. Uma pouca-vergonha! Rezavam numa posição indigna dum verdadeiro crente: prostrados no chão de traseiro para o ar (abrenuncio) e em vez da cruz veneravam a lua mas só no quarto crescente. E aind,a por cima, obedeciam aos senhores de Bagdade, lá no Iraque (como se vê os problemas com o Iraque já são antigos). Estes costumes eram aberrantes e sacrílegos para os bons cristãos e vai daí toca a corrê-los à espadeirada, para o deserto do Magrebe e das Arábias donde vieram e onde só bebiam água e chá, pois ainda não havia Coca-cola.
Desta longa luta tipo “Justiça Infinita” ou “Liberdade Duradoura”, nasceram os reinos de Portugal, Castela e Leão, Navarra e Aragão. Foi o tempo das grandes aventuras na Hespânia, dos grandes territórios e glebas, dos comites (condes), dos dux (duques) Magnus e Parvus, dos marqueses e das Marcas, dos infanções, dos ricos-homens, dos grandes próceres orgulhosos e ignorantes mas valentes guerreiros e grandes senhores da guerra. Matavam, esfolavam e cometiam grandes barbaridades em nome de Cristo mas eram nobres godos tementes a Deus. Penitenciavam-se e redimiam-se com o sangue dos infiéis agarenos.
Grandes tempos esses em que na Cristandade, havia homens de verdade! E agora? Agora?! Como Jihad, traduzido à letra, significa preservar, persistir, aí estão os mouros outra vez, obstinados, a invadirem novamente a Europa, agora pacificamente pela eimigração e a atacar violentamente a América do capital, das cowboyadas, da gangada e dos tiroteios. Erro fatal, porque no meio de tanta demagogia e frouxidão que vai cá pelo Ocidente, só os ianques conservam e honram o espírito daquela plêiada de bravos guerreiros medievais da Reconquista. Tão destros a dar ao gatilho como os antigos cavaleiros cristãos a dar espadeiradas na moirama, aí estão eles a responder ao repto do beato Bin Laden e da sua famigerada Al Qaeda, com bombas e metralha da última geração, para lavar a honra ofendida e vingar a afronta sofrida. É uma pendência de morte à moda antiga e ninguém se meta, porque aos infiéis nem o Ramadão lhes vai valer!

2/11/01

Reinaldo Beça
(reibessa@hotmail.com)


NOTA: Esta época não tem sido aproveitada pelos cineastas ibéricos (portugueses e espanhóis) para filmes de aventuras, tipo “cowboyadas” entre cristãos e mouros. Passamos a vida a ver filmes western americanos muitos deles filmados na Espanha, com lutas entre cow-boys e índios quando cá, a luta entre cristãos e muçulmanos, embora uma beatice, daria muito material para grandes sagas de ficção.

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