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Poesias-->A MULHER PRESENTE -- 22/10/2001 - 23:39 (Paulo Sérgio Rosseto) |
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A mulher presente desalinhou os cabelos
Tatuando seu cheiro e suor na pele do poeta.
Permitiu-lhe o sorriso
Deixando-o tornar-se ébrio e teso de paixão
Para dela impregnar-se por inteiro.
Surgiu feita de sonhos, espargindo versos
Trazendo unicamente no tornozelo gravado
Um condão feito de claros de lua e concha de mar.
Por suas pernas uma neblina suave, transparente e macia, feita de fina seda
Delineava-lhe as curvas, convidava ao delírio, pedia asilo.
Estendeu-lhe os braços para o doce abrigo do abraço.;
Nada mais trazia ela senão a vontade do gozo e a ternura repleta de amor no olhar.
Pois que o coração saltitava em descompasso
Permitindo que seus seios saltassem inquietos
Como inquieta permanecia a brisa que exalava de sua quase negra e rala relva.
Ah menina enfeitada da prata da lua
Repousa teus pés enevoados
No peito arfante e suado do poeta
E deixa a flor do entreabrir de tuas colunas surgir
Quando o olhar bendisser os sussurros de tua sede
Permitindo que a volúpia transcenda as varandas
E quintais do abrigo dos teus lábios.
Assim permanece por uma viagem inteira
Até que seu menino debruce nos sonoros acordes da aurora.
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