VAI COMEÇAR A COWBOYADA
Com um cow-boy na Casa Branca, vai começar a cowboyada, o tiroteio vai começar e já tem data marcada.
Agora sem índios para dizimar, viraram-se para os árabes que, lá do deserto das Arábias, os vieram provocar, acertando mesmo em cheio na muche, no coração do poder financeiro e militar. Mas a um pistoleiro do Texas que se preze, quando lhe sobem os pirulitos à cabeça, não há nada que o detenha, não há argumento que o convença, nada se poderá opor à sua determinação obsessiva de dar cabo do inimigo que o provocou. É a lei da bala que faz parte da sua história e que ainda persiste e de que maneira, lá na terra do Trinitá, o cow-boy insolente.
Os americanos já nascem com a mão no gatilho, começando logo de meninos, na escola, onde, antes de entrarem, passam por um detector de metais. A arma faz parte da anatomia do verdadeiro ianque, sem ela, sentem-se desprotegidos, vulneráveis. Não hesitam em atirar balázios para tudo o que mexa. Para festejar, atiram para o ar e, nas contendas, tudo se resolve ao tiro e ao murro.
No tempo do Bill Clinton, um pistoleiro mais moderado, já tínhamos assistido a algumas cowboyadas no Iraque e na Jugoslávia e, para variar, a alguns filmes eróticos com Paulas, Mónicas e sexo oral pelo meio, ou não fosse a terra do Playboy e do Hard Core mas agora vai ser a sério. Quer haja ou não haja armas de destruição maciça no país do Eixo do Mal, a guerra com armas sofisticadas da última geração, tem que ser feita mesmo à revelia das organizações internacionais que, neste contexto, só servem para revistar o inimigo.
Só que nunca se viu uma guerra assim, em que um dos contendores se vê obrigado a ser revistado por uma organização internacional, antes de ser atacado, para que o outro beligerante fique a conhecer o poder bélico do inimigo, antes de o atacar! Um caso insólito, um novo tipo de guerra em que uma das partes, em litígio, pode ter as armas que quiser e a outra parte não, para além de ser ainda obrigado a fornecer ao inimigo um relatório do armamento perigoso de que dispõe!
Assim não vale! É espreitar o jogo do adversário para não correr riscos e vencer pela certa!
30 de Janeiro de 2003
Reinaldo Beça
(reibessa@hotmail.com)
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