A polícia invade a favela
Correndo atrás de bandidos
Mas quem acaba punido
É o pobre que mora nela
Sofrendo com a mazelas
Do tal mundo moderno
Que já virou um inferno
Para milhões de pessoas
Que choram e gritam a toa
Nesse abandono eterno.
Para o povo favelado
O estado já não existe
É revoltante e triste
Mas já está comprovado
Que o poder do estado
Já não alcança a favela
Pois quem olha por ela
É o olhar do bandido
Que ali vive escondido
Matando aquele que "goela".
Ali vive criança inocente
Também pessoas idosas
Em condições perigosas
Mas o estado ausente
De certa forma consente
Que o reinado do crime
Instale ali seu regime
Que tem base no terror
Tortura, tristeza e dor
Do povo que ele oprime.
Quando a polícia aparece
É sempre de arma na mão
Atropelando com o Camburão
O povo que muito padece
Com a violência que cresce
E sem ter outra saída
Tenta levar sua vida
Entre a bala do bandido
E a do policial corrompido
As famosas "Balas Perdidas".