Ai... Como dói de prazer
| Santo do século-terceiro,
exímio cabouqueiro
dos primeiros namorados,
ó que fulgor coradinho,
que emoção, querido santinho,
amar de olhos fechados.
Ó que voltas, que rodados,
que pulos assolapados,
que galope, o coração
a subir e a descer
mortinho por se render
a tamanha perdição.
Ó que doida reinação,
que medo, que aflição,
que sublime desejo
sentir verter água viva
da secura da saliva
por entre o fogo de um beijo.
Ai, amor, neste cotejo
recordando o ensejo,
a louca oportunidade,
rezo hoje agradecendo
às flores que estão morrendo
em meu peito de saudade.
TdG - SPA 104153
Da véspera para o dia para que não falhe. |
Som = Rui Veloso em "Sei de uma camponesa" |