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Artigos-->FALSAS QUESTÕES -- 26/07/2003 - 10:25 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Falsas Questões

(por domingos oliveira Medeiros)



Não estava entendendo mais nada do que se dizia e do que prometia fazer o nosso presidente. Foi surpreendente. É o mínimo que se pode dizer em relação ao sentimento que tomou conta do meu ser, tão logo resolvi procurar, no “papai dos burros”, a palavra sinceridade.



Abri o dicionário na letra “S”; e lá estava escrito: sinceridade. (Do latim, sinceritate. Palavra em desuso, há mais ou menos dez anos; no Brasil e no resto do mundo; notadamente em países definidos como potências globais. Antigamente, o vocábulo significava franqueza, lealdade, lhanheza, lisura, boa-fé. Qualidade de sincero. Que se expressa sem artifício ou sem intenção de enganar. Sem dissimulação. Ex. “As negociações se processaram de modo sincero”.



E cheguei a algumas conclusões. A reforma da Previdência, como de resto, todas as reformas ora em curso, em que pese as negociações, justificativas, avanços e recuos, não passam de falsas questões. A bem da verdade, não estamos reformando nada. E nem se pretende reformar, no sentido exato da palavra: reconstruir; por em bom estado; corrigir; melhorar; aprimorar, etc.



A impressão que se tem, é que o significado exato da reforma da Previdência, em tramitação no Congresso Nacional, está mais para a reforma, no sentido de “fazer a reforma de um título ou contrato vencido” , ou de “regenerar-se”, no sentido de “obter novas forças” ou apoios, junto aos governadores, com vistas às próximas eleições, quem sabe ?



E isto porque, como é sabido, o cerne da questão não é o déficit da Previdência; que, a rigor, nem existe. Nem o suposto déficit previdenciário é culpa dos aposentados, cuja maioria, mais de 95%, não ganha proventos superiores a R$2 mil reais. Nem são os ilustres magistrados, que desejam, tão-somente, respeito às leis, formuladas pelo Poder Legislativo; e coerência na curva de remuneração, quando do estabelecimento do sub-teto salarial, a fim de evitar a quebra de hierarquia: um desembargador não pode auferir renda inferior a de um juiz de primeira instância. E assim por diante.



E nem adianta apelar para o emotivo. Dizer, como na fala do presidente, que R$ 17 mil é um salário alto para o presidente da mais alta Corte de Justiça deste país, quando sabemos que um deputado custa aos cofres da nação cerca de R$ 80 mil reais por mês; entre salários, indenizações, verbas de gabinete e auxílios diversos.



Para ser juiz, tem-se que ter curso superior de Direito. Comprovar experiência na área jurídica. Submeter-se ao crivo do concurso público, entre outras exigências. Diferente do parlamentar, que pode, inclusive, ingressar no Senado Federal, a Câmara Alta do Congresso Nacional, sem necessidade de comprovar escolaridade ou experiência profissional; sem passar pelo crivo das urnas, como no caso dos suplentes e dos que são eleitos por força da legenda, numa espécie de loteria esportiva político-partidária; nem é preciso comparecer a todas as seções.



E ainda pode ser indiciado em crime de corrupção e, ao renunciar o mandato, pode voltar ao Senado, na próxima eleição, como se nada tivesse acontecido



Mas toda essa troca de farpas, toda esse jogo de difamações e de calúnias, que inclui a violência de policiais militares, dentro da casa do povo, rasgando-lhe as camisas e arranhando os seus ideais de democracia e de liberdade - só porque a multidão ousara praticar o direito de reivindicar melhor tratamento em matéria de seu interesse, como a reforma da Previdência -, não dizem nada da realidade dos fatos.



A bem da verdade, estamos tapando o sol com a peneira. Todas essas reformas, incluindo as demais que estão por vir, não nos levarão a lugar nenhum. Pois, como diz a sabedoria popular, “Em casa que falta dinheiro e feijão, todos brigam e ninguém tem razão”.



Falta sinceridade aos governantes. À mídia, de modo geral, também; que faz o jogo do poder, omitindo e distorcendo os fatos; enganando a população. Minimizando o problema. Dando balinhas para que as crianças não chorem, não se desesperem, querendo ir embora para casa, pois não há dinheiro para o saco de pipocas. E estão, há tempos, lhes dizendo que é preciso esperar o milho crescer, para só, então, colher as espigas e providenciar sua distribuição .



É preciso dizer às “crianças” deste país, que acreditam em metáforas, com todas as letras: “papai não tem dinheiro. Está endividado. Devendo muito aos agiotas estrangeiros. E são eles quem dão as ordens. Que dizem o que devemos ou não fazer. Papai não manda mais na sua própria casa. E não tem coragem de encarar o problema de frente. Conversar com todos os agiotas. E propor uma RENEGOCIAÇÃO das dívidas. Em bases mais humanas.



Tudo isto, para que se possa, efetivamente, pagar a conta do desperdício, da incompetência e da subserviência e, desse modo, criar as condições fundamentais de desenvolvimento deste país. Pagar o principal da dívida. Sair dessa “rolagem” que rola, há tempos, sem fim.



Só assim poderemos gerar empregos, voltar a produzir carrocinhas de pipocas, de algodão-doce, de pé-de-moleque, e outras iguarias, única forma de devolver às crianças e aos seus pais, o sorriso da confiança nos destinos desta grande nação chamada BRASIL.

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