Crónica anterior terminei com mais uma semana, tomara que seja normal. Até que foi, porém nem deu para sentir, voou... Foi um flash só e a Teoria de Schumann poderia até ser comprovada. Lembrete - A Teoria diz que devido à aceleração geral a jornada de vinte e quatro horas é somente de dezesseis horas e a percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória. Ela diz mais e foi desenvolvida há sessenta anos, com esse transtorno a partir dos anos oitenta. E o Schumann nem vivo está para estudar mais. Desse jeito a semana de sete dias fica com menos de cinco.
Esta que estou terminando deve ter ficado com dois ou três dias e só. Nem vi as quatro idas e voltas à Piracicaba. Lembrar o quer comi, nem pensar. Será que dormi, não sei, nem da gripe, os remédios acabaram. Vaga lembrança tenho da reunião da terça, porque conferi tudo hoje e falei com o pessoal, pensando na semana que vem, quando temos que enfiar quinze dias em sete. Já tem dois dias que parei aqui, fui interrompido e só consegui retomar agora. Perdi até o fio da meada. Eu queria falar da pressa de todo mundo, a ansiedade coletiva quando um determinado prazo vai chegando, as coisas se acumulam de última e por último, quando deveriam ser de primeira. É o que vai acontecer semana que entra. Fechando a idéia, outra semana passou mesmo, a gripe também.
Quando fiz umas viagens de carreta com meu pai, anos atrás, nosso rali demorava uma semana mesmo. O tempo ainda não deveria estar contaminado pelo transtorno. Geralmente saíamos de São Miguel, carga de cimento em Sorocaba para Campo Grande e depois soja, de volta para Ponta Grossa ou Mairinque. Estrada dia inteirinho e noite também, fila à s vezes, muito bate-papo, quanta história e convivência. A semana não tinha fim. No entanto, quando a gente estava voltando para casa, geralmente eu estava dirigindo, dava um "nervo" em mim e começava a acelerar, aparecendo as barbeiragens. Meu pai, na calma e com o tempo certo na mente dizia - Fião vá devagar como sempre. Essa pressa sua eu chamo de ansiedade da chegada. Pronto, eu já voltava ao normal e nosso rali era completado na boa.
Nas minhas viagens não deixo isso acontecer e fico firme no ritmo, porém nas atividades do trabalho sofro influência dessa ansiedade, que se torna coletiva, como já disse. Não posso perder a noção da semana durar uma semana, cabendo sete dias nela é suficiente e deixando Schumann de lado melhor ainda. A semana de Miami passou rápido, só que agora eu posso lembrar ela toda semana e vendo as fotos estou concluindo que ela teve mais de sete dias, tantas as coisas feitas, as comidas comidas, as coisas vistas e sentidas e todas as conversas conversadas. As semanas passam mesmo, a velocidade delas está no grau da nossa ansiedade e vejam só. Há pouco pensei comigo - Caramba, não vejo a hora de chegar a próxima sexta, quando o furacão de início da obra Volks passar, pois é e daí, ela deverá durar umas vinte semanas ou mais. Menos ansiedade, por favor.
É o que a seleção brasileira precisava em oitenta e dois, para ser a campeã mundial. Time bom demais e ansiedade também. No meio disso tudo, o meu Guilherme nasceu, depois ele viu a seleção ser campeã por duas vezes. Campeão ele é também e hoje, dezessete de seis de doze, vamos almoçar e comemorar suas mil e quinhentas e sessenta semanas, não vejo a hora...
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