Meio a uma crise mundial teremos a RIO+20
Estamos a ouvir os lamentos económicos e financeiros da Europa. Tudo parece ter começado com a Finlàndia. Como em cascata, assistimos o balançar preocupante da Economia italiana, seguido do grito agónico da Grécia e os gemidos da Espanha. Portugal quase foi internado. Assim, aguarda-se que outras Economias europeias possam vir a necessitar do já escasso caixa da Zona do Euro. Os Estados Unidos já mostram sinais de preocupação coma queda de suas exportações para aquele Continente. Se a América rica entrar nessa cascata de involução económico-financeira, sobrará intensamente para os emergentes e para os tigres asiáticos, sem dúvida. A China, já sabemos, teve sua Economia desacelerada no último mês, o que levou as autoridades chinesas a baixarem os juros e estimular o consumo. É exatamente nesse clima que a RIO+20 tomará suas decisões.
A Espanha acaba de ser socorrida. Sua rede bancária receberá algo em torno de cem bilhões de Euros. Esse socorro não será social, mas, para a sua rede bancária permitir a liquidez de seus papéis vencidos e o saque natural dos cidadãos que confiaram em sua rede bancária. Será um dinheiro bem-vindo para permitir que os bancos espanhóis possam respirar com fólego novo
Ao que tudo indica, pelos números divulgados por sua Economia, a Grécia é, dos países europeus que tremeram suas bases financeiras até agora, o que se encontra em pior situação. Sua Economia recuou seis e meio por cento no primeiro semestre de dois mil e doze. Esse país vive o seu quinto ano de recessão e a sua taxa de desemprego beira os vinte e dois por cento. Tudo isso representa uma preocupante situação, não só para os gregos como para toda a Zona do Euro e para o resto do planeta.
Estamos vivendo um momento importantíssimo com a RIO+20, onde o Brasil terá, pela segunda vez após vinte anos, a oportunidade de rediscutir o clima, o meio ambiente e os grandes temas que cercam a Economia Sustentável e outros temas não menos importantes. Parece improvável, contudo, que todo esse clima mundial de crise e de tormenta climática possam prejudicar a Conferência da RIO+20. Não pode e nem deve! Nosso país está atravessando as disparidades climáticas onde é possível enxergar os reais efeitos das mudanças climáticas: uma mísera seca no Nordeste e uma arrasante cheia no Norte, Sul e Sudeste. O que é pior é que, enquanto a seca mata no atacado, as obras de transposição do Rio São Francisco andam em pífio varejo execucional. Anos a fio o Governo brasileiro enxerga tudo isso e fecha os olhos para a magnitude do problema.
Hoje, a população mundial é de sete bilhões de habitantes. Seremos nove bilhões em dois mil e cinquenta. Em nome de uma sociedade muito mais exigente e consciente de seus direitos a RIO+20 enfrentará decisões que podem até serem cumpridas por governos que não tenham interesses nessas decisões, mas que não poderão ficar de fora delas sob pena de serem retaliados pela própria população mundial. A RIO+20 está a catar permissões de acordos que têm de ser fortes e muito bem ajustados. Veremos o que acharão disso os Estados Unidos, a China e a Rússia, esses três maiores poluidores do planeta.
